Capítulo 3 O roubo

"Jhonas, não, cuidado!" Eu

grito, vendo-o correr na

direção de um carro que se

aproxima, mas me sentindo congelada pelo meu medo.

Antes que eu possa pensar em colocar Mel no chão para ir atrás dele, um borrão de movimento passa por minha visão.

Nunca vi ninguém se mover tão rápido em minha vida.

Cristian se tornou pouco mais do que um contorno nebuloso de si mesmo, perseguindo Jhonas e tirando-o do caminho pouco antes de o

carro bater neles.

Os pneus do veículo ainda estavam chiando quando Cristian colocou Jhonas ao meu lado, com uma expressão repentinamente muito severa.

"Isso foi muito perigoso."

Ele repreende gentilmente.

"Você nunca deve ir para a rua sem olhar para os dois lados primeiro."

Jhonas abaixa a cabeça.

"Desculpe-me, não queria que meu avião fosse

atropelado."

"Você é um milhão de vezes mais importante do que um brinquedo."

Cristian lhe diz com firmeza, "e você assustou sua babá."

"Sinto muito, Cristal." Jhonas funga, olhando para mim com olhos arregalados.

"Eu sei, querido, mas nunca mais faça isso de novo."

Eu respiro, abraçando-o ao meu lado. "Muito obrigada."

Digo a Cristian, sentindo-me mais

grata do que posso expressar.

"Não tenho ideia de como você se moveu tão rápido! Parecia algo saído de um filme de super-heróis."

"Deve ter sido a adrenalina."

Cristian dá de ombros, dando outro sorriso para Mel antes de se despedir.

"Aproveite o resto do seu dia e fique longe da rua, meu jovem!"

"Sim, senhor!" Jhonas o chama, guardando seu avião no bolso.

"Eu realmente sinto muito." Ele acrescenta para mim.

"Tudo bem."

Eu lhe digo suavemente, embora pegue sua mão para que ele não possa sair correndo novamente.

"Tudo aconteceu muito rápido."

Digo a Melissa mais tarde naquela noite.

"Quanto mais eu penso nisso, mais incrível parece.

Em um momento, ele estava lá e, no outro, já não estava mais.

Foi como mágica."

"Graças a Deus, Jhonas está bem."

Ela responde, mas, em

vez de parecer aliviada, seu rosto está contorcido em uma profunda careta.

Ao observar a expressão de minha irmã, percebo que seu comportamento sombrio não se deve apenas ao quase acidente de Jhonas.

Algo mais está errado e, na verdade, me sinto culpada por não ter percebido antes.

"Está tudo bem?"

Melissa franze a testa: "Na verdade, não.

Mas você tem tanta coisa acontecendo no

momento que isso não e importante,"

"Melissa, não seja ridícula." Eu a repreendo, "O que está acontecendo?"

"Bem, por falar em Cristian Taylor", ela começa de forma enigmática, "você sabe aquele esperma que ele nos enviou para teste?"

"Sim", confirmo, imaginando onde diabos isso iria dar,

"Ele desapareceu... e eu fui a última pessoa a vê-lo, sem

mencionar que ele estava sob minha custódia."

Ela explica, com a voz carregada de emoção.

"Cristal, acho... acho que vou ser demitida. E se houver uma investigação, posso perder minha licença médica."

"O quê?" Eu exclamo.

"Como assim, sumiu? Um frasco de esperma não pode simplesmente se levantar e ir embora."

"Eu sei, acho que alguém teve que roubá-lo, mas não há

como saber quem foi o responsável. E parece que eu vou ter que assumir a culpa."

Ela compartilha, seus olhos brilhando com lágrimas.

"Melissa, não acredito que você não tenha me contado isso antes!"

Eu lamento:

"Eles não podem demitir você, não é justo."

"Você não entende, Cristian é um dos nossos maiores doadores."

Explica Melissa.

"E ele está furioso, basicamente quer minha cabeça em uma

bandeja."

Uma semana atrás, eu poderia ter acreditado que não havia esperança para Melissa, mas ver como Cristian foi gentil e compreensivo com as crianças hoje me faz pensar se ele poderia realmente ser tão insensível.

Com certeza, se ele entendesse que Melissa nunca seria tão irresponsável, ele mostraria alguma clemência.

Tenho que tentar ajudá-la, eu faria qualquer coisa pela minha irmã, até mesmo

implorar por misericórdia a um bilionário cruel.

            
            

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