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Após o enterro de Oliver o rapaz deveria ir para mansão, entretanto ele se isola no seu apartamento, nem o seu amigo John ele permite que vá vê-lo, afinal queria ficar sozinho para assimilar tudo que estava acontecendo.
Quando ele perdeu Alice ele descobriu o quanto Oliver o amava, afinal o homem não lhe desamparou por nenhum minuto mesmo ele se afastando, agora ele pensava qual seria o sentido dessa nova perda, afinal agora ele não tinha ninguém para insistir nele.
Quando conversou pela última vez com Oliver o rapaz lhe jurou que tentaria uma última vez reviver aquele Erick que o pai tanto amava e queria ver, porém ele decidiu fazer uma viagem antes disso e o sentimento de culpa o corroeu afinal ele priorizou farras, sexo e bebedeira e não a promessa que havia feito ao pai, com isso mais uma vez ele se culpou por algo inevitável.
Agora cabia a ele não só se reeguer mas também reviver aquele Erick que Oliver tanto queria ver, seria difícil mas valeria a pena, afinal este Erick foi para ele o responsável pela morte do seu amado pai.
- Erick abre! - John bate na porta desesperado, ele tenta ignorar, porém poderia ser algo grave então ele a abre e vê o amigo sério.
- O que aconteceu? Por que esse desespero? - questiona se encostando na porta.
- A sua mãe decidiu abrir o testamento devido a pressão dos acionistas que tinham certeza que ele havia deixado alguma cláusula sobre a repartição dos bens da empresa, entre eles - explica deixando o rapaz indignado. Aqueles abutres não esperaram nem o corpo de Oliver esfriar no caixão para usurpar os bens dele.
- Esses abutres! - xinga impaciente - O que se deu com isso? - questiona curioso.
- Ele deixou tudo unicamente para você cuidar, entretanto tem uma condição - dá uma pausa e respira fundo - Você tem que se casar em três meses caso contrário tudo será repartido entre os acionistas - explica deixando ele estagnado. Incrédulo, o rapaz começa a rir, afinal aquilo não podia ser real, nervoso e preocupado John ri junto até que Erick o pega pelo colarinho e joga na parede o apertando.
- Isso é brincadeira não é? - o balança forte - Me diz que essa porra é brincadeira! - grita com ódio e o garoto apenas nega com a cabeça com um pouco de medo do amigo que o solta e entra no seu apartamento, se trancando logo em seguida.
John fica preocupado com o amigo todavia decide deixá-lo sozinho para assimilar as coisas porém isso seria a última coisa que ele faria naquela noite.
- Eu não vou me casar! Eu não vou! - grita esmurrando a parede.
Ele recebe uma ligação da sua mãe que estava tentando arrumar uma forma de amenizar o ocorrido, entretanto pela forma que Erick atende ela já percebe que isso não aconteceria tão cedo.
- Alô? - atende se sentando na cama.
- Filho eu sei que você não está na melhor condição para pensar nisso mas temos que pôr o pé no chão e pensar, esses três meses correm a partir de hoje e eu não quero entregar o que o meu marido lutou nas mãos daqueles abutres - afirma impaciente - Uma das cláusulas diz que você pode escolher a garota mas como isso também implica nos outros negócios terá que seguir as exigências do testamento, e você sabe como a sua vó é...- explica e ele se deita na cama com o celular ainda no ouvido.
- Mãe eu não quero fazer isso, não mexe mais nessas porcarias por favor - implora com ódio.
- Erick, você só tem três meses, pense bem e procure alguém minimamente razoável e deixe a Pietra como a última opção - incentiva o fazendo rir - Por que está rindo? Isso é muito sério Erick!
- Eu prefiro perder tudo a ter que me casar com ela - pontua se levantando.
- Não brinque com isso, por favor! Pense na Vitória se não se importa comigo - implora o deixando pensativo.
- Tem razão, eu vou sair um pouco para pôr as ideias no lugar e entrar em contato com algumas amigas - desliga o celular e o joga na cama - Eu vou extravasar essa raiva, isso sim - corre até o box onde tira a roupa e toma um banho demorado.
...
Ele se arruma e sai do apartamento pegando o seu carro e indo até um bordel que ele frequenta não muito longe dali, lá não tinha nenhuma garota que ele pudesse usar para cumprir a cláusula mas essa não era a intenção naquele momento.
- O que faz aqui? - questiona Tiago estranhando o amigo em um local como aquele um dia após a morte do pai.
- Não te interessa - responde rispidamente se afastando.
De longe ele avista Sara, uma das garotas que ele costuma passar a noite e também uma das quais ele tinha mais apresso, afinal era uma das poucas que não enchia o saco dele e aceitava o que ele tinha a oferecer, dinheiro e prazer.
- A quanto tempo querido - saúda o abraçando, seu sotaque italiano o deixava mais encantado por ela, afinal lembrava a sua avó - Meus pêsames mi amore - dá um beijo na face dele que retribui.
- Muito obrigada, mil desculpas pelo surto daquela noite, mais uma vez. Está livre hoje? - indaga pegando um dos drinks na mesa. Isto a preocupa, afinal ela sabia o quão instável ele fica bebendo.
- Em partes, tenho uns clientes lá pela meia noite mas são velhos então passará rápido - brinca rindo - Se eu der sorte nem precisarei me despir - reza, afinal ela não queria ser tocada por aqueles nojentos.
- Pena que não dará para ficar comigo, se desse com certeza você iria querer ser tocada não? - brinca com um sorriso malicioso que ela adorava.
- Esta é a sua especialidade, meu querido, você sabe tocar muito bem - elogia tomando o seu drink.
Um homem se aproxima dela e nem fala nada, apenas a pega pelo braço porém ela se solta, parecia incomodada mas ao ver quem era ela aceita mas ainda estava tensa, vendo isso Erick vai até ela e diz:
- Acho que ela não quer ir - a puxa pelo outro braço.
- Ela é uma puta, putas não tem escolhas - o homem a puxa bruscamente e Erick estava prestes a perder a paciência.
- Se fosse a sua mãe no lugar dela, você diria o mesmo? Ou é podre a tal ponto que não sabe diferenciar uma mulher que não quer ter contigo - questiona e o homem surta indo pra cima dele, porém Tiago entra no meio deles e diz:
- Escolha uma das garotas livres, Otávio, tem tantas aqui - chama uma menina que vem até o homem e o leva em meio a multidão.
- Obrigada mas não precisava se arriscar assim Erick, sua imagem está muito manchada meu amigo - agradece o abraçando.
- Não se rebaixe sereia, um dia eles podem acabar te machucando então se imponha por favor - implora tocando no rosto dela.
- Eu não posso, infelizmente é a minha profissão e caso não saiba ele é o juiz responsável pelo caso do meu irmão, se ele não me ajudar ele nunca será liberto - algumas lágrimas solitárias caem no rosto dela e Erick se sente tocado afinal ele nunca parou para pensar quais eram os motivos das garotas se prestarem aquilo.
- Eu tenho amigos renomados, se eu quiser posso...
- Infelizmente não dá, tchau e não arrume confusão por favor - implora dando um beijo nele e indo embora pela multidão.
- Não sabia que colocava apelidos carinhosos nela - pontua John o assustando - Eu também coloco, mas achei meio bobo, bom que não sou o único - brinca rindo porém ele permanecia sério - O que houve?
- Não ouviu o que ela disse? - questiona e ele relembra.
- Ouvi, mas infelizmente não tem muito o que fazer se ela diz não é? - lamenta pegando um drink.
- Tem sim, o pai da Pietra tem muita influência nesses casos então eu vou pedir ajuda a ele - pega o celular.
- Sabe o que vai pedir em troca não é? Não tem ninguém melhor? - questiona relembrando Erick que pensa um tempo e depois diz :
- O senhor Revorosk - guarda o celular e John estranha o que o amigo disse.
- O que um mafioso tem a ver com a justiça Erick? - questiona confuso
- Eles estão acima da justiça - pontua deixando John pensativo - Vamos embora? - olha para a saída.
- Infelizmente lá na frente está muito cheio, vamos pelos fundos? - idealiza e ele assente.