Capítulo 7 Sexo e corrupção

No interior de um edifício na Província da Gralha Azul, na República das Águas, um criminoso enfiava freneticamente um pepino no ânus. Na manhã daquele dia, ele recebeu a visita de seu advogado, Christianus Rosquim, o qual havia camuflado três pepinos em seu próprio ânus e os levara para ele. O criminoso era Lullarapios da Silva, provavelmente o maior ladrão do mundo. Para se ter uma ideia, ele roubou até os pavões do palácio quando deixou a presidência da república.

Ele estava preso na carceragem de uma guarnição federal a cerca de oito meses. A situação era atípica, pois Lullarapios havia sido presidente da República das Águas por duas vezes, e esta era a primeira vez que um ex-presidente da República das Águas era detido. A situação era ainda mais estranha, pois de acordo com a lei da República das Águas, Lullarapios, que não possuía curso superior, deveria ser preso numa cela comum. Os aquarianos não entendiam o porquê de Sérgio Picos, a autoridade encarregada da investigação e da prisão, ter violado deliberadamente a lei e permitido que o criminoso ficasse em uma cela particular, que na verdade nem cela era, mas sim uma sala, sem grades, e até mesmo com chuveiro elétrico.

Deitado em sua cama, protegido por um edredom azul, Lullarapios pegou o pepino cheio de fezes, foi até o banheiro da cela, abriu o registro e lavou o pepino no chuveiro, em seguida o enrolando em um papel higiênico e guardando em uma gaveta no roupeiro, em frente a cama. Nestes quase oito meses, Lullarapios já tinha subornado um dos dois guardas que ficavam na porta, e havia conseguido com que o guarda permitisse que ele chupasse seu pênis, mas foi o máximo de progresso que conseguiu. Agora, seus esforços estavam no outro carcereiro. Ele pensava em oferecer o comando de sua equipe de segurança em um eventual novo governo, caso o guarda aceitasse suas condições e transasse com ele em todos os dias de sua escala.

Ultimamente, somente membros de seu partido, e alguns líderes internacionais de seu campo político, o tinham visitado e realizado sexualmente. Christianus estava sendo o seu parceiro sexual mais frequente. Antes de discutirem estratégias de defesa, o dia sempre começava com Lullarapios de quatro e Christianus o satisfazendo. Eles já haviam chegado a um acordo. Lullarapios o indicaria para a mais alta corte de justiça da República das Águas tão logo ele deixasse a prisão e voltasse ao cargo. Christianus era um advogado medíocre, em um país sério não teria chance nenhuma na magistratura, então a proposta de Lullarapios o seduziu à primeira vista.

A trajetória de vida de Lullarapios era bem conhecida. Ele nasceu no nordeste da República das Águas, na Província do Tesourão, filho de agricultores. Seu pai deixou Lullarapios e a família lá e se mudou para a Província do Sabiá Laranjeira. Alguns anos depois, a mãe e os irmão de Lullarapios também deixaram a Província do Tesourão e foram procurar o pai dele na Província do Sabiá Laranjeira. Ao chegarem lá, a família de Lullarapios descobriu que seu chefe havia se casado com uma jovem sabiana e já tinha uma nova família, o que os levou a se mudarem para a capital da Província do Sabiá Laranjeira.

Para sobreviver, Lullarapios vendia mercadorias roubadas e engraxava sapatos. Quando tinha nove anos, estava engraxando sapatos em uma feira agropecuária da região. No final do dia, a temperatura estava muito alta, e um riacho de águas cristalinas corria mansamente a cerca de um quilômetro do local de realização da feira. Ele caminhou ao longo do riacho até uma região de mata fechada. O calor era intenso, ele olhou para os lados e não viu ninguém, tudo parecia deserto, então ele tirou sua roupa e entrou no riacho. Depois de vinte minutos na água, o calor diminuiu e ele saiu do riacho. Quando foi pegar suas roupas para vestir, um grupo de dez garotos, filhos do capataz e dos agregados da fazenda que o riacho fazia parte, apareceram repentinamente. Seus nomes eram Tarso, Dirceu, Silvio, Jaques, Guido, Agnelo, Orlando, Wellington, Miguel e Humberto. Tarso, que parecia liderar o grupo, falou.

- Quem é você, o que está fazendo aqui? Esta é a Fazenda do Boi Valente, não é qualquer um que pode entrar aqui.

Lullarapios logo se desculpou.

- Meu nome é Lullarapios, mas podem me chamar de Lula. Eu não sabia, estava engraxando sapatos na feira, como estava muito calor vim me refrescar aqui, mas já estou saindo se for o caso.

Um sorriso sarcástico passou pelo rosto de Tarso, o líder dos garotos e filho do capataz.

- Dirceu, seus problemas acabaram, hoje você vai perder a virgindade. Ontem nós pegamos a bezerra Jandira pra você, mas quando você tirou a roupa, minha irmã e as amigas dela apareceram, e agora elas contaram pro pai. Vai ser difícil pegarmos outra bezerra pra ti. O jeito vai ser você começar com esse invasor aí. De qualquer forma, temos de dar uma lição nele. Você não se importa, não é Lula?

Lula tentou fugir, mas os garotos rapidamente lhe agarraram. Tarso obrigou Lula a ficar de quatro e chamou o amigo.

- Dirceu, chegou tua hora de perder a virgindade. Treine bastante com o invasor, depois pegamos uma bezerra pra ti. A Benedita recém foi desmamada, então vai demorar um pouco antes de meu pai largar ela no campo, ainda temos tempo. Quando você estiver com confiança suficiente, vamos pra zona.

Dirceu estava com vergonha, mas ficou com medo de virar chacota para os amigos, então ele tirou a roupa e sua primeira vez foi com Lula. Dirceu era um dos mais velhos do grupo, e estava com treze anos nessa época. Ele logo terminou, e Lula foi liberado. Mas antes que ele deixasse o lugar, os dois garotos que o estavam segurando para Dirceu, ficaram como que hipnotizados e também mantiveram relações com Lula. O mesmo aconteceu com os outros garotos, e no fim os dez transaram com Lula. Então, eles tomaram um banho no riacho e voltaram para a sede da fazenda. Enquanto caminhavam, Dirceu perguntou.

            
            

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