Capítulo 2 Melissa Lee

____Sua? Me desculpe senhor, mas eu não sou nenhum objeto pra ser sua!- Daniel ficou surpreso, a voz dela era um tanto atraente para ele...

____você veio até mim como pagamento, sendo assim você pertence a mim.- ele disse, calmo.

____está enganado, senhor. - Daniel ficou calado por um tempo, então deixou sua pose de descolado e caminhou até sua cadeira giratória. Melissa ficou tensa com o silêncio dele.

____você vai conviver aqui, do jeito que eu quiser. Você pertence a mim agora. A regra principal que você deve memorizar é: nunca me contrariar.- o rosto de Daniel estava sem expressão, mas seus olhos fez Melissa tremer por dentro.

"Burra, cale essa boca!" A voz interior de Melissa gritava na cabeça dela.

Ela respirou fundo e então observou o lugar, atrás de Daniel tinha uma grande janela de vidro, as cortinas estavam afastadas e então deu pra ver mais ou menos onde eles estavam. Era uma floresta.

____onde estou?- o rosto dela estava prestes a entrar em pânico. Afinal, quem era ele?

____você não precisa saber.- Daniel falou simples, como se fosse o óbvio.

____como não? Vocês me trouxeram até aqui com os olhos vendados! E agora, uma pessoa totalmente desconhecida, acha que manda em mim!- ele captou rápido, era sobre ele, claro.

____Daniel Campbell.- seu nome lhe parecia familiar para Melissa, mas a mesma não lembrou de onde.- não vai me falar o seu?- ela exitou antes de falar.

____Lia.- ela mentiu, logo desviou o olhar dele.

____Lia?- Daniel subiu uma de suas sobrancelhas, ele sabia o nome dela.- Lia, de que?- Melissa coçou a mão em um ato de nervosismo, ela procurou um sobrenome rápido e assim que encontrou voltou a olhar para ele.

____Marthis.

____então Lia Martins é o seu nome?- ela confirmou.

Não foi diretamente ele que fechou o acordo de aceitá-la como pagamento, ele deu ordens para um de seus homens resolver tudo. E claro, antes de autorizar a negociação, seus informantes passaram a ficha completa de Melissa. Ele sabia o nome dela, nome da mãe, nome do pai, como a mãe foi brutalmente assassinada, como o pai dela desapareceu totalmente, pessoas próximas a ela e a relação dela com essas pessoas. Ele literalmente sabia de tudo sobre ela.

____hm- murmurou e estalou os lábios- muito bem senhorita "Lia"- Ele deu ênfase ao suposto nome dela, ela não percebeu a ironia. - me acompanhe.

Ele levantou passando por ela, ela então foi atrás olhando a casa enorme e luxuosa em que estava, tinha seguranças sérios a cada passo que ela dava.

"Nossa, pra que isso tudo? Ele é um gangster?"

_____Você pode andar pela casa, mas não entre nas portas que tem esse símbolo- ela viu um símbolo de duas espadas cruzadas, na ponta de uma delas tinha sangue. Melissa engoliu em seco.- meu escritório não tem ele, mas não entre. Só em casos de extrema emergência.

_____por que eu entraria lá?- ela falou erguendo uma sobrancelha.

____talvez só pra me ver- ele deu de ombros sem olhar pra trás, apenas seguindo reto pelo corredor que parecia não ter fim. Melissa soltou um riso irônico.

____o que te faz pensar isso?

____simples, todas as mulheres não resiste a mim- Daniel parou em frente a uma porta, levou uma mão ao bolso do seu terno e a olhou.

____eu não sou todas as mulheres- Melissa desviou o olhar do dele, ele é lindo e estava elegante naquele terno cinza feito sobre a medida dele. Querendo ou não ela o achava muito sexy.

"Interessante..." Ele pensou e disfarçou o sorriso de lado que deu para que ela não percebesse.

Ela ficou em alerta quando viu ele se aproximando, tava prestes a da um passo para trás, mas recuou assim que viu que ele estava indo até a maçaneta da porta a abrindo revelando um quarto.

____você vai ficar aqui por enquanto- Melissa andou ficando a frente do quarto admirando ele, nunca na vida que ela teria um quarto lindo e luxuoso desses! - tome banho e desça para o jantar as 20hrs.- Melissa sentiu um calor e um arrepio em seu pescoço quando sentiu uma respiração quente, era ele, a centímetros de distância dela, ela podia sentir o maravilhoso aroma do perfume masculino dele. O coração dela gelou.- Melissa Lee.- o nome dela soou muito bem na voz dele.

Ele se afastou. Ela se deu conta de que ele falou seu verdadeiro nome. Ela não conseguiu se mover pra olhar pra ele.

____odeio que mintam pra mim!- com isso ele foi embora, deixando ela sozinha.

Melissa prendeu os lábios e fechou os olhos imóvel.

"Droga, é claro que ele sabia!"

Ela tomou banho, vestiu uma calça larga junto com uma camisa super grande no tom verde militar, combinava perfeitamente com o tom ruivo do cabelo natural dela que estava amarrado em um rabo de cavalo frouxo. Ali tinha muitos homens, ela não queria da motivos para que a olhassem com segundas intenções.

Ela olhou pela janela, até passou pela cabeça dela a possibilidade de pular e fugir dali, porém, aconteceria duas coisas: ela podia fraturar alguma parte do corpo pela altura; os milhares de seguranças que tinha ali podiam pegar ela facilmente.

"Nem se eu estivesse louca." Ela rapidamente afastou os pensamentos. Se dando conta do céu escuro, ela então lembrou do jantar.

____ele não pensa? Como eu posso ir as 20hrs, se eu não tenho hora?- ela então se jogou na cama olhando para o teto.

Era tão macia, confortante. Sua antiga cama era dura e já estava bem velha, Martha nunca deu luxos a Melissa mesmo recebendo uma boa quantia das economias que Fernanda guardava em sete anos pensando no futuro da filha.

Melissa se sentiu tão leve ali que acabou dormindo sem perceber, dormiu igual uma pedra. Na manhã seguinte uma claridade fez com que ela acordasse, as janelas estavam abertas permitindo que a luz do sol entrasse no quarto. Quem as abriu estava bem ao lado dela.

Daniel estava sentado ao lado da cama em uma poltrona, Melissa ainda estava sonolenta e não percebeu a presença dele ali. Ele não a olhava, estava ocupado demais lendo um livro na maior tranquilidade possível.

____Senhor Daniel!?- ela se pôs sentada na cama, imediatamente assim que viu ele.

____dormiu bem, senhorita Melissa?- ele perguntou, sem ao menos tirar os olhos do livro que tinha nas mãos.

____s-sim, senhor.

____por que ontem não desceu pro jantar?

____eu estava sem hora, senhor.

____não tem celular?

____não, senhor- ele fechou o livro e olhou pra ela.

____quantos anos acha que eu tenho?- ele perguntou.

____como?

____para de me chamar de senhor, não sou nenhum velho. Eu pareço?

                         

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