Capítulo 5 Eu não aguento a dor

Leonardo dirige nervoso, a cada gemido de dor de sua esposa, sua vontade é acelerar o carro e chegar o mais rápido possível ao hospital.

Mas ele não é do feitio de motorista veloz e furioso, então dirige na velocidade normal para a avenida em que está.

- Calma Emy logo estaremos no hospital.

- Ai, Leo, parece que as minhas costas vão se partir em duas afirma sua esposa já chorando.

- Por que você fez isso comigo Leonardo?

Para Leonardo, a dor que sua esposa está sentindo a está fazendo enlouquecer." Como assim por que fez isso comigo Leonardo?"

"Fizemos a Alba juntos, eu não forcei a barra em nada com a Emily, fizemos amor gostoso e delicado, não fui em nenhum momento selvagem com a minha esposa"

- Quero que tirem essa criança de mim, Leonardo! Eu não aguento de dor.

- Calma Emily...

A fala dele é cortada pelo xingo dela:

- Não me peça para ter calma, Leonardo, isso é culpa sua.

As palavras de Emily podem vir machucar o coração de Leonardo e ele sabe que ela fala as coisas devido à dor que está sentindo, afinal é a primeira filha deles. Para não sair machucado, ele prefere seguir o caminho do hospital calado e ao chegar lá estaciona, desliga o motor, sai e trava a sua porta.

Corre até o lado do passageiro, abre a porta e pega sua esposa em seus braços, entra correndo no hospital, momento em que Emily começa a sangrar e é amparada pela equipe de emergência do hospital.

Atordoado, ele se senta na recepção, a recepcionista caminha até ele e pergunta e está tudo bem.

- Está, sim, só estou um pouco atordoado.

- Os pais de primeira viagem são assim mesmo, mas você foi corajoso, a pais que desmaiam aqui na recepção, me acompanhe, vamos fazer a ficha de sua esposa, depois eu te acompanho até a sala de pré-parto para você ficar com ela.

Assim foi feito e logo que internou a esposa a recepcionista muito prestativa leva Leonardo até o pré-parto, lá sua esposa realiza o exame de cardiotocografia, para checar se está tubo bem com o coração do bebê.

Ela ainda deixa as lágrimas escaparem devido à dor, mas está tranquila.

- Leonardo, daqui a pouco eles vão estourar a minha bolsa, e eu estou com medo.

- Amor, eu achei que a bolsa já tinha rompido, pois você estava sangrando.

- O que ela teve foi um deslocamento de placenta, mas está tudo bem com o bebê. Prazer sou a "Dra" Roberta Cavalcanti e sou eu quem vai realizar o parto de sua esposa.

Dra. Roberta checa o resultado do exame do coração da nossa filhinha, está tudo bem. Livre da cinta do exame, a médica checa a dilatação de Emy que já está com nove de dilatação.

- A enfermeira vai romper a sua bolsa, agora eu vou me arrumar para te aguardar na sala de parto e seu esposo deve acompanhar-me para colocar a veste adequada para acompanhar o parto.

Ao deixarem a sala de pré-parto, a enfermeira rompe a bolsa de Emily, que sente agora as contrações com mais força e urra de dor como, se esses fossem os últimos momentos de sua vida.

- Eu vou morrer!

- Calma, mãezinha não vai morrer não, eu já passei por isso e sobrevivi.

- Eu vou checar a sua dilatação.

- Aí espera, está vindo outra contração, aí socorro!

A enfermeira checa com cuidado a dilatação de Emily.

- Vamos para a sala de parto, agora está com dez de dilatação, a enfermeira conduz o leito até a sala de parto onde Dra. Roberta e Leonardo a aguardam.

Com a ajuda de Roberta, Emy deita-se na cama para ser realizado o seu parto.

As contrações estão ritmadas e mais dolorosas.

- Emily fica calma e bem quieta, eu vou aplicar a anestesia.

A anestesia peridural é aplicada nas costas de Emily que não sente dor, apenas as contrações.

- Agora vamos trazer a sua filhinha ao mundo, quando sentir a contração você empurra.

Uma, duas, três, quatro, na quinta força o choro de Alba é ouvido.

Leonardo, que acompanhou de perto o nascimento da filha, beija os lábios da esposa e chora com ela.

Os procedimentos são realizados, a saúde da bebê é atestada pela pediatra.

Chega a hora de Leonardo e Emily conhecerem sua filhinha Alba.

E a pediatra a entrega enroladinha no pequeno lençol do hospital.

- Olha quem veio conhecer a mamãe e o papai.

Emily pega sua filha nos braços e a beija na testa.

- Leonardo, ela é linda, e se parece com você, amor.

- Não está zangada por ela se parecer comigo Emily?

- Não, por que eu deveria estar zangada por isso?

- No trajeto de carro para cá parecia que você queria me matar, me acusando, dizendo que a culpa do seu sofrimento era minha.

Emily sorriu para o marido:

- Me perdoa Leo, mais você não tem noção da dor que eu esta a sentindo, é uma dor fora do comum.

- Está perdoada, amor, afinal, olha o presente que você nos deu.

A obstetra sente pena de tirar a bebê dos pais, mais ela tem que ser levada para o berçário, para poder levar a mãe para a sala de recuperação, ali nem Leonardo ia poder ficar.

Emily entrega Alba para a obstetra e é levada pessoalmente pela Dra. Roberta para a sala de recuperação.

- Não ficará muito tempo aqui, é só até terminar o soro que está tomando e suas pernas voltarem da anestesia, em no máximo duas horas estará no quarto, com a sua filhinha.

- Obrigada Dra.

- Descanse meu bem, agora eu tenho que me preparar para trazer mais lindos bebês ao mundo.

Assim que a Dra. sai da sala, Emily sente seus olhos pesarem e adormece.

Leonardo aproveita para voltar para casa, já que não poderá ficar na recuperação com Emily, verá como está o gato da família, ao chegar, vê Xano dormindo no sofá da sala.

Se senta ao lado dele e acariciando seu pelo lhe chama para dar a notícia:

- Xano, ei, amiguinho.

O gatinho abre os olhos e olha para Leonardo com curiosidade.

- Alba nasceu, amiguinho e Emily ficará as próximas horas no hospital.

Xano, sobe nas pernas de Leonardo e se deita nelas.

" Humano não deveria ter me acordado"

"Mas eu ficaria frustrado se não me acordasse para dar a notícia que Alba nasceu, serei o seu protetor."

Pensa o bichano olhando ao redor da sala já se imaginando brincando com o pequeno ser.

                         

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