Na hora ela se prontificou e tentou levar o velho senhor de idade para a cama, ela sabia que o curandeiro Hermes não gostava de demonstrar fraqueza aos outros, ela aprendeu isso convivendo com ele nestes últimos 2 anos.
Com muito esforço ela conseguiu colocar o senhor de idade em sua cama e resolveu verificar a ferida na cabeça, por sorte era apenas um corte pequeno, mas ainda era um corte ela precisava para e estocar o sangramento.
Rapidamente ela pegou algumas ervas que ajudavam em cicatrização e começou a amassar elas em uma cubuca até toda a mistura pode virar uma pasta que ela pode aplicar no senhor de idade e colocar algumas bandagens para segurar o medicamento na ferida e ao mesmo tempo estancar o sangue.
Enquanto o curandeiro Hermes dormia a menina achou melhor limpar o chão que estava com sangue, por sorte o curandeiro Hermes tinha um balde com água e um pano em seu quarto caso ele precisasse limpar algo depois de usar e precisasse usar um objeto novamente... o homem era muito higiênico na opinião da garota.
Depois de limpar tudo ela foi verificar o senhor Hermes, ela viu que o mesmo estava dormindo pacificamente e não mostrava sinais de que iria acordar tão cedo, mas pela hora em breve uma das empregadas de sua irmã viria buscar o remédio de Sophie.
E o remédio não estava pronto.
E o curandeiro Hermes estava fora da batalha.
Então a menina arregaçou as mangas e se pós a trabalhar no remédio de sua irmã, ela já tinha visto Hermes fazê-lo inúmeras vezes ela sabia fazê-lo de có.
Ela com cuidado pegava as ervas e picava com cuidado para não se cortar e juntou todas em um pequeno pote com um pouco de mel... as ervas eram muito amargas e apesar de ter a erva-doce ainda o chã era amargo então ela colocou as folhas já no mel para quando levassem e fossem fazer a infusão do chã já houvesse o mel para sua irmã não senti tanto o amargo.
Assim que terminou ouviu a porta bater e alguém chamar.
Senhor Hermes, vim aqui buscar o chá da senhorita Sophie. - disse uma voz feminina do outro lado da porta.
Sabendo que Hermes não gosta quando entram no seu quarto sem permissão, a menina pegou o remédio e então saiu do quarto do velho curandeiro e então viu a empregada e esticou a mão para ela mostrando o remédio.
O senhor Hermes está ocupado no momento e pediu para eu entregar o remédio para você. - disse a menina de forma simples.
Ela esperava que a mulher acreditasse em sua mentira, a mulher lhe olhou atravessada, mas pegou o remédio e saiu.
Nem mesmo um obrigado, não é? - disse a menina em um tom baixinho.
Depois disso a menina voltou para o quarto pegou um livro sobre ervas e um banco se sentou proximo a cama do curandeiro Hermes sempre verificando ele enquanto lia um pouco mais para aumentar seus conhecimentos.
Levou pouco mais de 2 horas até o curandeiro Hermes finalmente se levantar com a mão na cabeça.
Se eu fosse o senhor ficava mais um pouco deitado, a pancada que o senhor teve fez um corte na cabeça e o senhor perdeu sangue... deixe-me pegar um copo de água para o senhor. - disse a menina.
Ela nem mesmo esperou o curandeiro dizer nada e rapidamente marcou a página do livro que estava lendo e então foi buscar um copo de água em uma jarra de água que havia no quarto.
Com cuidado ela voltou em direção ao senhor hermes que já estava sentado a encarando.
Tome beba um pouco, sua garganta deve estar seca. - disse a menina.
O senhor de idade apenas a olhava de forma estupefata um choque completo por assim dizer.
Você cuidou de mim? - perguntou o homem. - Sozinha? - terminou em choque por não ver mais ninguém no quarto.
Sim e também preparei o remédio de minha irmã já que estava na hora e o senhor estava desacordado, não se preocupe que seguir sua receita, só adicionei um pouco de mel para ela não sentir tanto a amargura das ervas. - disse a menina com orgulho.
A menina viu apenas o choque aumentar nas feições do curandeiro, mas ela não podia fazer nada do que já tinha feito.
Bem... obrigado... não é sempre que eu agradeço alguem garota então aceite este obrigado com orgulho. - disse Hermes
A menina então sorriu.
Aceitarei então este obrigado de bom grado. - disse a menina com um grande sorriso em seu rosto.
Então ela viu o curandeiro Hermes a encarar e então falar firmemente.
Você estuda comigo a mais de dois anos inteiro e eu até hoje não sei seu nome... melhor dizendo nunca se quer perguntei o seu nome. - disse Hermes de forma seria e depois suavizou um pouco suas feições. - Você poderia me dizer o seu nome? - terminou por fim.
A menina então engoliu em seco e se abraçou um pouco em busca de auto conforto e então falou.
Eu não tenho um... eu não tenho um nome. - disse a menina.
Logo a menina viu os olhos do curandeiro crescerem.
Como assim você não tem um nome? Querendo ou não você é uma nobre, você tem direito a um nome digno da nobreza iguais aos seus irmãos. - disse o curandeiro Hermes.
A menina então sorriu para as palavras do curandeiro e resolveu contar a ele a verdade sobre porque ela não tinha um nome.
Como você sabe eu nasci em uma noite de lua de sangue, eu era considerada uma criança das trevas, mas meus pais estavam prontos para me aceitar porem antes de me nomearem um guarda chamou meu pai e disse que minha irmã estava mal... o dia em que eu nasci foi quando está doença misteriosa atacou minha irmã, sendo assim meu pai queria me matar, mas Jani interferiu e eu fiquei viva, porem não recebi um nome e já que apenas nobres podem nomear outro nobre eu fiquei sem nome. - disse a menina um pouco cabisbaixa abaixando sua cabeça.
Então para a surpresa da menina Hermes levantou seu queixo e a fez encarar seus olhos azuis cansados.
Você não precisa que seus pais te nomeiam, você mesma pode lhe dar um nome que você querendo ou não é uma nobre como qualquer outro. - disse o curandeiro.
Isso abriu os olhos da menina que nem mesmo cogitou aquela ideia maluca em sua cabeça.
Se o que o curandeiro Hermes disse foi verdade durante sua vida inteira ela poderia ter se dado um nome e não ser chamada mais de menina, garota ou querida... ela poderia ter um nome real.
Ela então parou para pensar em um nome para ela, um nome que tivesse significado para ela mesma.
Então ela olhou ao redor do quarto do curandeiro Hermes e então viu um calendário lunar e foi aí que ela teve a ideia de qual seria seu nome.
Lua... meu nome a partir de hoje será Lua Celeste. - disse a menina que agora se auto proclamava Lua.
Ela viu o curandeiro Hermes sorrir pela primeira vez em anos e então o homem apenas perguntou.
Posso saber porque escolheu o nome lua já que foi em uma lua de sangue que você nasceu? - perguntou o curandeiro Hermes.
Lua sorriu graciosamente.
Porque eu nasci em uma noite de lua de sangue e isso não muda quem eu sou ou minha essência eu quero mostrar que não tenho nada de amaldiçoado e nada melhor do que carregar o nome de minha maldição para mostrar o contrário as pessoas. - disse Lua com orgulho
Hermes então bateu palmas para ela.
Muito bem, agora sim falou como uma verdadeira nobre Lua, estou orgulhoso de você pequena. - disse o curandeiro Hermes.
Lua aumentou seu sorriso com aquelas palavras.
Obrigado, mas agora beba sua água o senhor esta precisando. - disse Lua com um sorriso.
Hermes riu um pouco mas pegou o copo com água e bebeu lentamente então falou novamente com Lua.
Novamente obrigado Lua. - disse Hermes.
E com isso ambos ficaram sorrindo pelo resto do dia naquele quarto.