A Redenção do Alfa Renegado
img img A Redenção do Alfa Renegado img Capítulo 4 O humano – Parte 2
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Capítulo 6 O vampiro – Parte 2 img
Capítulo 7 O lobo img
Capítulo 8 A profecia dos mil anos img
Capítulo 9 Em busca dela img
Capítulo 10 A destinada – Parte 1 img
Capítulo 11 A destinada – Parte 2 img
Capítulo 12 Sequestro img
Capítulo 13 Contra o tempo – Parte 1 img
Capítulo 14 Contra o tempo – Parte 2 img
Capítulo 15 Adolescente em casa - Parte 1 img
Capítulo 16 Adolescente em casa – Parte 2 img
Capítulo 17 Rival img
Capítulo 18 Armadilha da loba img
Capítulo 19 Está a fim de um cinema img
Capítulo 20 Uma loba insistente img
Capítulo 21 Descobertas img
Capítulo 22 Uma armadilha para a loba img
Capítulo 23 Surge o melhor amigo img
Capítulo 24 Fim do blefe img
Capítulo 25 Sósia de um monstro img
Capítulo 26 Outra vida img
Capítulo 27 Hormônios à flor da pele - Parte 1 img
Capítulo 28 Hormônios à flor da pele – Parte 2 img
Capítulo 29 Mudanças img
Capítulo 30 O professor - Parte 1 img
Capítulo 31 O professor - Parte 2 img
Capítulo 32 Impostores img
Capítulo 33 A verdade sobre a impostora img
Capítulo 34 Divórcio violento img
Capítulo 35 Quase livre img
Capítulo 36 Sonho estranho img
Capítulo 37 Retrospectiva img
Capítulo 38 O aniversário - Parte 1 img
Capítulo 39 O aniversário – Parte 2 img
Capítulo 40 Chamas do passado img
Capítulo 41 Não adianta lutar img
Capítulo 42 Sangue img
Capítulo 43 Outro aniversário img
Capítulo 44 A mensagem img
Capítulo 45 Ela não é a escolhida img
Capítulo 46 Não somos mais amigos img
Capítulo 47 Só você img
Capítulo 48 Um fantasma img
Capítulo 49 O meu lado da história img
Capítulo 50 Algo inusitado img
Capítulo 51 A filha de Hades img
Capítulo 52 Igual e completamente diferente img
Capítulo 53 A filha de Hera img
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Capítulo 4 O humano – Parte 2

Juliette arregalou os olhos e praticamente caiu sentada na cadeira de madeira perto da cama. Segurava nervosamente a barra do seu vestido de algodão branco.

- Não pode fazer isso! - sua voz saiu como um sussurro, como se ela já soubesse que não tinha escolha.

- Posso e vou. - Me levantei, pronto para encerrar a conversa.

- Eu já tive um filho. Talvez o problema seja ...

Antes que ela concluísse sua frase minhas mãos já estavam ao redor do seu pescoço apertando sem piedade. Suspendi o seu corpo magro tirando-a da cadeira.

- Quer mesmo dizer que eu sou o culpado? - minha voz saiu como um rosnado. Essa inútil me dizendo que eu sou deficiente. A culpa não é minha.

Ela balançou a cabeça como pode tentando dizer que não, mas continuei apertando até a sentir desfalecer. Juliette pediu por isso. Não soube ser uma boa esposa.

Deixei o corpo cair com um baque. Ela ainda não estava morta, só estava desmaiada. E foi olhando-a no chão que o demônio brincou novamente com minhas emoções. Eu poderia simplesmente deixá-la ali no chão para que despertasse e voltasse a ser a inútil de sempre, mas o demônio não quis. A voz do meu pai, a voz da minha mãe... todos eles dizendo o quanto ela não serve para nada. Uma inútil. A arrastei pelos cabelos e a levei para o pasto, onde cavei e a enterrei. Se ela não estava morta antes, teria uma morte lenta ao acordar. Ou não. Como posso saber se nunca fui enterrado vivo?

Pelo jeito o destino dela era seguir os passos da minha mãe. Morrer pelas mãos do marido. Pois foi ele quem a matou, em um acesso de fúria ocasionado por ciúmes. Segui bem o exemplo que tive.

Sorrindo voltei para casa. Podia sentir o sorriso demoníaco. Se passasse por algo espelhado veria o quão horrível era esse sorriso.

Eu era um monstro, aprendi a ser, aprendi que era natural ser um monstro.

Foi uma surpresa encontrar Louise na beira do fogão fazendo o que parecia ser um chá. Ela usava o mesmo modelo do vestido de algodão da mãe, só que o seu era bege. As duas eram bem diferentes. Louise puxou os cabelos loiros do pai e os olhos azuis, enquanto Juliette tinha pele clara, mas olhos castanhos e cabelos escuros. Só no corpo as duas eram parecidas. Possuíam quadris largos e peitos fartos.

- Retornou cedo. Terminou as suas obrigações? - questionei.

- Desculpe, senhor! Compensarei o tempo. Precisava de algo para dor. - Gostava de ouvir as pessoas me chamando de senhor. E ela foi proibida de me chamar de pai desde muito cedo. Sempre deixei claro que não era minha filha. Afinal, não era mesmo.

- Está doente?

- Não. Acredito que sejam as minhas regras deste período que vão começar - respondeu sem olhar em meus olhos.

- Que conveniente! Me avise quando estiver em seu período fértil. Você vai ocupar o lugar da sua mãe.

Ela arregalou os olhos. Exatamente como Juliette mais cedo.

- On-on-de está a minha mãe? - gaguejou.

- Acredito que esteja nos braços do homem que te abandonou, afinal foi onde ela disse que iria poucas horas atrás aos gritos. - Ela abriu a boca para dizer algo, mas logo a fechou. - Pela sua expressão acredito que não sabia das intenções dela. Foi abandonada novamente.

- A minha mãe não me abandonaria. - A ouvi sussurrar.

- Procure-a. Duvido que encontre. Já deve ter fugido.

- Ela disse que me levaria com ela. - Assim que termina de falar, Louise coloca a mão na boca, como se arrependesse da fala.

Franzo o rosto, desconfiado.

Não demora muito para que eu entenda que Juliette não apenas queria levar a filha para a cidade, ela planejava fugir. Maldita vagabunda! Mereceu seu destino.

Finjo que não entendi e ordeno:

- Cuide da sua dor rápido, pois enquanto quiser um teto onde morar os afazeres da sua mãe serão seus. Todos eles. - As últimas palavras foram ditas em um tom malicioso para que ela entendesse.

- Sim senhor.

E essa foi a sua resposta. Tão fraca quanto a mãe!

Louise cuidava da casa e eu passei a cuidar das hortas e das cabras, afinal não sou tão ruim assim. Faço o meu papel de homem da casa e cuido da sua alimentação e sobrevivência. Ela parecia ter aceitado que a mãe fugiu. Não era algo difícil de acreditar, pois a meretriz não disfarçava bem o desprezo que sentia pela vida ao meu lado.

Toda vez que passava sobre o túmulo dela tinha vontade de rir e quando via Louise passar não controlava e deixava escapar um sorriso de canto. Se eu me perguntava se havia algo errado comigo? Jamais questionei. No mundo em que vivo mulheres servem para reproduzir, são inúteis se não servirem a esse propósito. Eu não inventei as regras. Só era medíocre demais para perceber o erro em tudo ao meu redor e em mim.

Avisei Louise que começaria a buscar seus favores sexuais a partir do dia do seu aniversário. Gostava de ver o medo e a ansiedade em sua face.

No dia, ela se mostrou resignada. A noite, me ajudou no banho como a mãe fazia e me esperou na cama.

Confesso que fiquei um pouco decepcionado enquanto beijava seus ombros afastando a camisola branca de algodão. Tanto que um sorriso escapou dos meus lábios quando senti a lâmina perto do meu pescoço. Pela primeira vez em toda minha existência, me senti vivo.

A garota não era tão covarde quanto a mãe. Nisso me enganei.

- Faça! Uma oportunidade como essa é rara. Pense em ter essa casa só para você ou na possibilidade de ir atrás da meretriz da sua mãe. - Ao falar senti a faca cortar um pouco minha pele. Eu não tinha medo de morrer. Nunca tive.

- Eu vou matá-lo! - sua voz tremia.

- Não temo a morte. Todos um dia morre. É inevitável.

Abaixei o meu rosto ignorando a faca e a beijei. Realmente não temia a morte.

Louise virou o rosto, mas abandonou a faca e, diferente de Juliette, não chorou enquanto eu a possuía.

Passei a exigir seus favores todas as noites. E ela não mais tentou nada. Cuidava dos seus afazeres e a noite me aceitava entre suas pernas. Uma rotina a qual estava acostumado desde o casamento com sua mãe.

Não demorou nem um mês para que ela engravidasse.

Eu estava certo, Juliette era uma inútil.

            
            

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