Capítulo 5 Encuralada

Fui para o vestiário feminino tomar um banho e me trocar, estava exausta, deixei minhas roupas arrumadas e entrei no chuveiro, assim que acabei, me sequei e fui colocar a roupa, quando estava terminando de me arrumar escutei passos vindo em minha direção, em seguida uma voz em tom desagradável falou comigo.

"Você gosta de parecer fortona não é, mas a sua sorte acaba quando não tem ninguém para te defender" - Charles

"O que você está fazendo aqui, esse é o vestiário feminino, saia antes que você se dê muito mal!" Gritei assustada, mas soando autoritária.

"Não acho que você vá querer contar pra alguém o que acontecerá aqui, muito menos que alguém possa vir te socorrer já que não há mais ninguém no ginásio, eu não me daria mal de nenhuma maneira, disso tenho certeza"- Charles

"O que você está pensando? Está ficando louco?'

- falei já perdendo a segurança

"Sim, a partir do momento que uma garota quis ferrar comigo entre os caras, vou ter que ferrar com ela também!"

Ele estava mesmo querendo me machucar, eu tinha que sair dali, mas malnente consegui colocar minhas calças, cono sairia sem camiseta e minhas coisas, para onde eu iria, ele é bem maior que eu, não estamos na quadra e nem em um jogo de basquete para poder driblar, me esquivar ou fugir, estava realmente encurralada dessa vez.

Ele caminhou em minha direção, tentei correr e colocar minha blusa, mas ele foi mais rápido me puxou pelo braço e me empurrou contra a parede onde me fechou com seu corpo eu gritei e ele tampou minha boca, uma lágrima escorreu pelo meu rosto por desespero e repulsa.

" Parace que você não é tão foda assim, é exatamente como qualquer outra garota fraca, chorona, paracendo um coelho quando é predado"

Ele começou a colocar a mão no meu corpo quando sentido seu peso ser tirado de sido de mim e um estrondo no fundo. Ele havia sido jogado longe e gemeu de dor, abri meus olhos para ter certeza e ver quem estava ali. Mas quando olhei era Liam que estava no meu lado e havia mais alguém em cima de Charles que não consegui identificar, parecia que estava o ameaçando e deu um soco nele antes de expulsar ele para fora, o garoto que me salvou sumiu junto com ele. Liam se aproximou perguntou assustado se eu estava bem.

"Eestou bem, chegaram a tempo, não sei o que aconteceria se não tivessem aparecido"- falei com a voz trêmula

"Eu não fiz muita coisa, sorte que escutei o barulho, vim depois do 15, pra cá. Você está bem mesmo? Deveria colocar uma roupa, por mim você ficava assim, mas precisa ir pra casa alguma hora. Suas costas estão sangrando, espere, vou fazer um curativo".

Revirei os olhos quando ele falou sobre a roupa e fiquei morrendo de vergonha da situação, senti uma ardência nas costas e ele falou que faria um curativo, sentei no banco e limpei os pés para colocar o calçado, então ele voltou com o kit de primeiros socorros, fez o curativo e eu agradeci.

" Vê se você se cuida em, não terei com quem implicar se caso a princesinha não puder mais vir pra faculdade"

"A cala a boca"

"Nossa ela sabe xingar"

" Só você e aquele escroto que merecem, mas por hoje te darei um agradecimento pela ajuda, obrigada"

" Pelo menos não é mal agradecida, mas só fiz pq não tinha mais ninguém ali, enfim, vou nessa"

Fiquei ali na frente do ginásio sem saber como digerir a situação, afinal Liam me ajudou, aquele que eu tanto desprezo por sua implicância, Charles que parecia um aluno normal, na verdade era um psicopata louco que além de me agredir, também quase me estuprou, o 15 que eu não lembrava quem era, foi o primeiro a surgir sendo que não deveria ter mais ninguém ali, como os dois apareceram?

Voltei para a casa e no caminho vi uma flor que parecia ser uma margarida murcha em um vaso na calçada em frente a uma pequena loja de roupas, eu não entendo nada de flores, mas a dias elas estava bonita e hoje esta assim, me senti como ela.

Em casa resolvi tomar mais um banho para tirar a imundisse daquele cara e também trocar o curativo que estava sangrando. Depois do banho me senti renovada, como se a água me purificasse, pensei até se aquela plantinha que vi não retornaria também com uma água "mágica".

Resolvi dormir porque não tinha mais energia para nada, mas com tudo que aconteceu demorei para adormecer, ficava me revirando na cama e às vezes, às lembranças voltavam em um turbilhão confuso e assustador, eu estava suando frio. Levantei e fiz um chá calmante e tomei mais uma ducha rápida, peguei mais cobertas para me sentir segura, deitei e coloquei um som de natureza em meu celular para me livrar dos pensamentos e relaxar, me concentrei nele até adormecer, esperando não sonhar até de manhã.