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Alex, Maya, Julius e Mark caminharam como o plano já traçado. Perto do riacho um cheiro pútrido pairou no ar e os 4 adolescentes ficaram preocupados com o facto.
A floresta era densa, mas não em todas as partes da mesma. Por exemplo, o lugar em que os adolescentes percorriam agora era mais aberta e de uma beleza impressionante. O lugar era de apaixonar a qualquer um e por isso era muito visitado, mesmo antes do grupo dos adolescentes liderados pelo Alex terem explorado.
Os pássaros cantavam e dançavam pelos ares como se tudo estivesse na sua maior normalidade, enquanto era a era de se enfrentar a lenda que causava grandes arrepios em indivíduos que acreditavam no dito facto.
- Pessoal conseguem sentir esse cheiro? - perguntou Julius e não pôde esconder o seu medo palpável no rosto.
- Que diabo morreu aqui? - disse Maya deixando o recipiente de água que havia carregado.
- Isso não é nada bom, seria bom se observássemos o que é antes de sairmos daqui. - disse Mark.
- Eu acho que nem precisamos de fazer isso, o melhor a fazer agora seria sair daqui e voltarmos para casa. - disse Julius.
Julius não era de esconder o que sentia e o que pensava, mesmo sendo alvo de zombarias e outros julgamentos inócuos.
O odor subia cada vez mais no ar. Alex estava mais imerso em outro universo, onde queria ao máximo descobrir que cheiro era aquele que ia ao encontro do grupo.
- Afinal, não estamos juntos nessa investigação? - Mark virou para Julius que o encarou com sinceridade deixando o seu medo transbordar na sua emoção.
- Estou convosco, mas não vou mentir e nem vou esconder, como vocês podem imaginar. Eu estou com muito, mas muito medo, mas ao mesmo tempo não consigo simplesmente vos abandonar. - disse Julius.
- Então, você quer nos convencer de desistir de ter mais informações sobre a lenda do Zdondi e derrotar essa maldita entidade? - disse Maya com maior calma a espera que o Julius mudasse de ideia.
- Na verdade sim. - respondeu do jeito que Maya menos esperava.
- Pessoal olhem. - a voz do líder soou, porém distante.
O grupo todo não havia se apercebido que Alex tinha se distanciado dele. Quando viraram para a direção do som da voz do líder sentiram que o odor estava fortíssimo e precisaram usar as mãos para minimizarem aquele cheiro pútrido.
Correram até onde Alex estava e lá viram algo que nunca esperavam ver nas suas vidas.
- Meu Deus! - Maya exclamou e logo vomitou.
Julius olhou uma vez e sentiu o seu estômago a revirar-se e não demorou para se juntar a Maya, ele também lançou e perdeu a coragem de olhar novamente naquela desgraça.
Na superfície haviam dois adolescentes mortos, um casal, nu, e os seus corpos estavam podres ao extremo, no entanto, mesmo assim era possível identificar que ali se tratava de dois adolescentes com géneros opostos.
Alex e Mark aguentaram ver aquela atrocidade, não obstante muito perto deles não imaginavam que estavam prestes a ver mais dois corpos, porém desta vez não era possível identificar de que faixa etária se tratava e nem de que género.
- O que terá aqui acontecido? - colocou a questão Mark em forma de uma retórica.
- Pessoal... - disse Julius quando viu a péssima situação diante dos seus olhos.
Julius ficou petrificado e não mais teve ânsia de vômito, pois parecia que o seu corpo havia parado de funcionar, não respondendo mais aos seus comandos.
Todos viraram para onde o Julius os chamou atenção e também não puderam acreditar no que estavam ver com os seus próprios olhos. Dois corpos jaziam no chão no seu último estado de putreficação. Desta vez até Mark e Alex tiveram uma vontade gritante de vomitar.
O cheiro era insuportável. Eles não ficaram ali por muito tempo antes de voltarem para o riacho sem nem sequer alguma palavra pronunciarem.
- Só pode ter sido Zdondi. - disse Julius desesperado, mal conseguia respirar e o medo havia escalado até ao ápice. - Vamos sair daqui. Eu estou a sair. Se vocês quiserem continuar aí, eu vou sozinho e vou avisar ao grupo que está na cabana que o Zdondi já começou há muito tempo a atuar.
- Julius espera. - disse Maya também assustada.
Maya parecia estar a concordar com as palavras do Julius e agora quisesse dali sair com ele, pois também sentiu que aquele acto era do Zdondi.
Julius saiu dali e caminhou apressadamente em direção da cabana, Maya seguiu.
- Já estamos a espera de quê? Vamos levar os nossos recipientes e vamos sumir daqui. - disse o líder e Mark estranhou as palavras do outro, pois estava a espera de ouvir algo contrário do que foi dito.
Então ambos levaram os seus recipientes e caminharam em passos largos seguindo os outros dois.
A floresta continuava quieta e normal, com o som de cada inseto e animal ecoando, mostrando uma serenidade que qualquer um gostaria de sentir.
Pelo caminho, Julius e Maya já caminhavam juntos.
- Você também quer sair daqui? - perguntou Julius à Maya que respondeu de imediato sem rodeios.
- Sim.
- Sério? Eu achei que você estivesse do lado deles como sempre.
- Julius, a coisa já está ficando muito sério e eu não quero continuar aqui. Não quero ficar nem sequer mais uma noite, porque isso pode ficar mais feio do que já está. - ela disse e pausou os seus passos assim influenciando ao outro que também reduziu a sua velocidade até que parou. - Quando vi aqueles corpos tive de imediato, um pressentimento.
- Então me ajude a convencer a todos a sairmos daqui.
- Achas mesmo que precisamos disso. Se eles quiserem continuar com esse risco que continuem, mas nós temos que sair daqui antes da noite cair.
- Mas, eles são nossos amigos, não podemos os deixar aqui simplesmente.
- Cada um é responsável por si mesmo.
- Maya, pelo menos fazermos a nossa parte antes de partirmos. - disse Julius e nesse mesmo instante que pronunciou as palavras ficou chocado.
- O que foi? - perguntou Maya antes de perceber o que estava acontecendo e para o azar dela, também conseguiu ver algo a uma distância de 12 metros e era algo não tão visível, porém tinha um formato humano. - O que é aquilo? - os olhos de ambos ficaram arregalados.
Continua...