Essa é minha historia, começou séculos atrás entorno da queda de Constantinopla , meu pai ainda jovem era um soldado romano e veio adoecer, na época não existia medicina avançada como hoje. Era um belo moço morrendo de uma doença inexplicável, chegou na grécia uma caravana com umas pessoas estranhas dentre eles um homem bem vestido. Ele ficou sabendo do meu pai e foi vê-lo e lhe perguntou se "queria viver para sempre? ", meu pai a beira da morte disse que sim e o homem lhe mordeu e o fez seu servo vampiro.
Meu pai matou muitos em nome desse homem, ele se tornou um conde muito poderoso e um demônio muito temido.
Minha mãe era um anjo da falange de Gabriel, era novata e muito sensitiva, gabriel percebendo a sua pureza, resolveu mandá-la para terra e viver como os humanos, sentir, o amor e ódio, felicidade e tristeza etc... para poder entender e ajudar os anjos a compreender melhor essa criação e assim poderem tornar o mundo bem melhor.
Por ironia do destino vou assim dizer o caminho deles se cruzaram, se apaixonaram perdidamente, quando deram conta da verdade já era tarde demais , já estavam envolvidos.
Deus não se zangou mas tirou sua graça ( poderes ) de minha mãe, já Lúcifer não gostou da ideia dos dois apaixonados e muito menos por gerarem um ser híbrido. Eles foram caçados por todo tipo de demônio existente, sem proteção de anjo meu pai deu sua vida para proteger minha mãe e ela se sacrificou para me proteger, Deus permitiu que Gabriel estivesse presente em meu nascimento se ele sentisse a presença forte do mal em mim era para me matar, bom ele me salvou e me entrou a Madre Margareth e ao Bispo bento.
Minha história ou melhor minha vida é um mistério um quebra cabeça a ser montado e nem faço ideia por onde começar.
Hoje mais cedo a Madre Margareth me chamou para conversar eu estava no pátio sentada olhando para o nada e vendo as Irmãs correndo com os preparativos das novatas que chegaram.
-Madre Margareth: Filha, venha aqui um instante.
-Natalin: Sim Madre
Então ela entrou na sua sala, ah como eu não tinha lembranças boas daquela sala, sempre entrava lá pelas confusões que eu aprontava, sempre uma nova bronca, senti um frio no estômago como se fosse vomitar achei estranho esse sentimento porém fiz questão de não prestar muita atenção nisso.
-Madre Margareth: Você sabe que hoje é um dia que mudará tudo na sua vida - disso com a voz baixa e doce
-Natalin: Como assim? - a indaguei
-Madre Margareth: Você sabe que é meio anjo e meio vampiro!
-Natalin: Sim sei - falei com a voz engasgada.
-Pois bem minha filha, você é caçada como seus pais foram e agora mais que nunca você tem que aprender a lidar com sua transformação - disse a Madre seria.
-Não madre!, Não quero ! não quero me transformar ! - disse aflita
-Madre Margareth: Filha me entenda, você tem 16 anos e quando completar 18 você ou vai ficar apenas um anjo ou apenas um vampiro, ou será os dois e será um ser mais forte e poderosa que você pode imaginar, por isso muitos te querem morta.
- Madre não tenho poder nenhum de anjo, as únicas coisas que peguei de minha mãe foi poder andar sobre a luz do sol sem me afetar e não ter reação a prata , água benta e crucifixo, nada que mata um vampiro me mata.
- Sim filha sei disso! - A madre parou por uns instantes e elevou suas mãos até o rosto e me tornou a dizer - Quando completar 18 anos tudo vai aflorar.
Olhei para ela, ela estava preocupada e muito aflita, seu olhar ia para o quadro de Gabriel na parede ai ela me olhou e disse:
Madre Margareth: Você sabe menina que o Gabriel lhe trouxe até aqui, ele me entregou nos meus braços e eu prometi a ele que iria lhe educar até quando ele achasse que você estivesse pronta. Pois chegou o dia.
- Madre pronta pra que ? a indaguei de novo
- Tudo ao seu tempo filha - me disse com a voz serena e com um sorriso nos lábios.
Foi estranha nossa conversa , mas sabia que tinha que ficar preparada. Mesmo sem saber para o que. Olhando essas pessoas , gostaria de ser que nem elas. Eu não durmo, não tenho sentimento, acho que até meu coração não bate.
Enquanto Natalin está perdida em seus pensamentos fora do convento no meio da florestas sombras escuras iam se aproximando muito rapidamente, imperceptível ao olho nu
O convento ele tem uma construção meio que barroca, tem um ar sombrio, corredores longos com passagens para todos os lados, a Madre Margareth saiu de sua sala como sempre faz antes do horário de refeição noturno e foi ao seu aposento para poder se arrumar para mais tarde , quando ela adentra em seu quarto ela sente um frio e percebe que a janela está aberta, mas ela sentia a sensação de que está sendo observada, caminha até a janela e fecha, e assim começou a se arrumar para a refeição, quando ela sente passar por ela um vulto preto e seu coração parecia que ia sair pela boca de tão acelerado que estava, ao olhar para o lado na direção da janela as cortinas estavam balançando como se tivessem recebido uma brisa de vento, porém a janela estava fechada se aproximou novamente da janela e quando deu por si ele estava atrás dela, um homem alto não era possível ver seu rosto pois estava sujo como se tivesse a vários dias sem banho, todo de roupas escuras e rasgadas, ela com o susto deu uns passos para trás e então começou a conversar com o estranho
Madre Margareth: Quem é você?
Homem: isso vai lhe fazer alguma diferença? você sabe quem sou e o que quero, sua humana desprezível!
Madre Margareth: não faço ideia do que está falando rapaz! - a madre pegou em seu crucifixo e apertou com a mão
- Deixe de ser burra mulher, não brinque comigo, matarei você e todas as Freiras deste convento, todas as crianças daquele orfanato até encontrar a criança.
-Não sei que criança que você está se referindo. Não temos nada aqui pra você
Então o homem se aproximou dela com suas mãos pegou no pescoço da madre e a ergueu do chão mais ou menos uns 30 cm, a madre com suas pequenas mão tentou pegar no braço dele e se soltar, mas ele era muito forte.
- Vamos sua tola, me diga o que quero saber, se não irei lhe matar
- Já disse não sei do que você está falando - respondeu a madre com dificuldades de respirar.
- Sua tola, prefere morrer do que me entregar a criança, essa criança vale tanto assim? mas que sua vida? que a vidas dessas pessoas que se encontram neste convento? - o homem estava ficando cada vez mais irritado e com isso apertava mais o pescoço dela
- Não tem como eu dizer para você o que quer se eu definitivamente não sei. - disse a Madre com muita dificuldade
- Já que é assim. Irei achar a criança por mim mesmo.
Então o homem quebrou o pescoço da madre como se tivesse quebrando um graveto, e a soltou, o corpo da madre caiu no chão perto da janela, e o homem saiu pela porta, nesse instante uma Irmã estava andando pelo corredor e viu um vulto saindo do quarto da madre, correu até lá, e ao ver a madre estendida no chão deu um grito.
Que sensação estranha é essa estou sentindo, a presença de algo maligno, diabólico.
Um grito ecoa pela noite e tira a Natalin dos seus pensamentos confusos.
- É do quarto da Madre - Gritei.
Corri até lá ao entrar vi a madre estendida no chão e a Irmã a chorar
- Irmã o que aconteceu? Perguntei
- Mataram a Madre pequena - disse a irmã em prantos
-Quem a matou? indaguei com a voz alterada
- Não sei pequena, apenas vi um vulto preto saindo do quarto da Madre! - disse inconsolada a irmã com a madre nos braços.
Comecei a sentir uma sensação crescendo dentro de mim, uma irá, algo que me fazia sentir vontade de matar, isso foi tomando conta de mim e quando menos percebi estava transformada.
A sensação que senti antes aumentou, percebi que sentia a presença dos assassinos, minha visão ficou tão clara que consegui enxergar a quilômetros de distância, como uma visão de uma águia, minha audição ficou tão nítida quanto a de um morcego, e meu olfato tão aguçado quanto de um lobo.
Ao sair do quadro da madre e fui correndo nos corredores do convento, encontrei o primeiro na cozinha , alguns no refeitório, outros no corredor indo para sala de orações , conforme os encontrava os matava, então cheguei até o assassino da madre que estava com a irmã Cleo na sala de orações.
- Onde está a criança - Perguntou ele
- Não sei do que está falando - a irmã respondeu quando ela me viu, ficou aflita e disse - Não temos nada aqui do que procura.
- Quero a criança sua tola - disse ele com a voz grave - matei a Madre por protegê-la matarei você também.
- Não sei da menina que você procura - disse a irmã aflita
- Então é uma menina! - disse ele - Onde ela está?
- Estou aqui - respondi
Quando ele se virou eu já estava em seu pescoço e o mordi e tomei seu sangue cada gota, ele não teve tempo de nenhuma reação. Eu estava transtornada quando o Bispo Bento chegou e na hora que me viu ele Gritou
- Pare menina! - Disse Bispo Bento
Mas mesmo assim continuei, não conseguia me controlar era mais forte que eu, tinha sede daquilo, está me consumindo por dentro. Neste instante Gabriel apareceu e conseguiu domar o demônio dentro de mim, ao poucos a ira que me consumia foi passando e então eu voltei ao normal. Eu matei todos os vampiros que estavam dentro do convento e eles mataram algumas Irmãs dentre elas a Madre.
Cai de joelhos no chão, olhei para minhas mãos e elas estavam encharcadas de sangue , minha boca ainda tinha o gosto adocicado do sangue do assassino, comecei a chorar pedi perdão por ter matado novamente. Nesse dia eu vi como sou cruel e mortífera.
Os dois se entreolharam sem entender o que estava acontecendo , como poderia eu chorar, pois até aquele dia nunca tinha demonstrado um sentimento qualquer. Olhei para o gabriel e sumi da sua frente em um piscar de olhos, eles me procuraram por todos os lados do convento até que chegaram no quarto da madre. Ali estava eu no chão com o corpo da madre em meus braços, Ela é morena com os olhos negros e cabelos pretos com alguns fios brancos.
Olhando para ela seu rosto estava pálido, seu corpo estava gelado, mesmo assim seu rosto estava com o semblante tranquilo como se estivesse em paz.
Olhei para Gabriel e perguntei
- Porque? Porque a Madre? estava em prantos
- Era o destino pequena, é o destino - Disse ele
- Destino como assim? Ela não tinha que morrer, não por minha causa. O que farei sem ela? E o que é isso que sinto um vazio e uma dor sem fim? - Perguntei aos Berros
- É um sentimento de perda pequena, esse vazio que você sente e a dor, é algo que passa e ficará como saudade com o passar dos anos que também é outro sentimento. Ela prometeu dar a vida para te salvar, ela sabia que esse dia chegaria. Agora levante e venha temos que tirá -la daqui - Disse me estendendo a mão.
Eu olhei para Madre e pela última vez acariciei seu rosto, levantei ela em meus braços e a coloquei na cama.
- Seu semblante está de alguém que dorme - Disse ao Gabriel
- Ela está em paz . Está com Deus agora - me respondeu
Olhei para o Gabriel e para o Bispo Bento meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, as lágrimas não paravam de rolar.
- Um dia eu estarei com ele também? perguntei aflita
- Só você pode dizer isso! só você - respondeu o Bispo Bento
- Eu sou um monstro Bispo, eu sou um monstro!! - disse olhando a madre - como posso sentir esses sentimentos se até ontem eu não sentia nada.
- Minha pequena - falou o Bispo se aproximando de mim - você não é um monstro, o que está em você não lhe faz mal, faz parte de você, você tem um coração bom, se não Gabriel não teria lhe salvado, e você está quase completando 18 anos você tem 2 anos para aflorar seus dons e melhorar eles.
- Mas Bispo Bento a Madre disse que posso ser um ou outro! - disse segurando o choro
- Sim, mas a probabilidade de você ser os dois também é grande, lembre se que a Madre lhe amou como filha, lute por ela, e se controle e aprenda a lidar com isso - disse o bispo
- Eu posso controlar isso? Perguntei olhando para o Gabriel
- Sim, só você pode controlar- se - Respondeu
Olhei para madre na cama sem vida, como gostaria dela ali para me aconselhar, pois estava assustada e confusa com o que estava acontecendo, a cobri com o lençol e beijei sua face. Olhei para o Bispo e então com um olhar ele se despediu de mim
- Gabriel preciso levar alguma coisa? - perguntei
- Não! Só venha até mim - disse ele
Olhando para ele como é um belo anjo suas asas eram tão radiantes quanto sua aura, me aproximei e cada vez que eu chegava perto dele mais admirada eu ficava, com sua beleza e sua luz. Suas asas tocaram meu corpo e sua mão a minha testa então apaguei.