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Não há muito a recordar.
Ouviu algumas histórias de quando era criança: as traquinices, as pessoas que faziam parte de alguns momentos e datas importantes.
Ela escolheu que o que a marcava mais seria um pedido que aconteceu na escola, durante o tempo no jardim de infância. Naquela altura, ao aproximar-se a data de aniversário, cada criança escolhia uma forma de algo que gostava ou gostaria de receber. O normal, era pedirem carros, bolas, bonecas... mas Dana escolheu uma casa. E não, não era uma casa de bonecas. Era uma casa a sério!
A educadora, arranjava umas folhas de papel com o formato escolhido e cada colega fazia um desenho. No final, juntava todas as folhas e construía uma espécie de livro, para oferecer ao aniversariante.
Dana reconheceu este acontecimento como um sinal de que as coisas já não estavam bem consigo, desde bem cedo.
Uma criança, aos 5 anos, pedir uma casa, sentir falta de carinho, amor e atenção e demonstrar tudo o que encontra errado de forma tão subtil e direta simultaneamente, tinha de ser um sinal.
Só que ninguém o percebeu da mesma forma. Ninguém viu. Nem uma única pessoa viu a verdade. E, ela, ficou com uns desenhos de colegas, numa forma de casa e sem o amor e o cuidado que ansiava, ela mesma, receber.
Expliquem lá, a uma criança de 5 anos, a necessidade de cuidado que não lhe é atribuída, a atenção que não lhe é dedicada, o amor que não lhe é entregue, o carinho que não sente, o afeto que outros retratam e ela não vê.
Dana, já era infeliz na sua infância.
E ninguém percebeu.