Capítulo 4 Seu bebê!

Embora a voz de Corynn tivesse sido baixa, Elliot ouviu perfeitamente cada palavra que dissera. Com a testa franzida, ele se virou, mas ela já tinha saído.

Ele não entendia a razão, mas as últimas palavras dela o deixaram desconfortável. Apesar disso, ele não pôde deixar de concordar com a afirmação dela. Afinal, ela não deveria ter se envolvido com ele.

Naquela época, Corynn o perseguiu e ele, movido por um impulso, brincou com ela e a levou para a cama. Ele se arrependeu praticamente no mesmo segundo, mas a insistência dela fez com que concordasse.

Os olhos dele pousaram na mesinha da sala de estar e percebeu que o cheque e a escritura não estavam mais ali. Então suspirou aliviado.

No fim, ele não queria ficar devendo nada a Corynn.

Deixando esse assunto de lado, ele subiu para tomar banho. Quando ele saiu do banheiro, estava chovendo bastante e raios iluminavam o céu ocasionalmente.

Elliot se pegou indo até a janela, olhando para fora. Se ele não estivesse enganado, Corynn não estava com nenhum guarda-chuva.

Enquanto isso, Corynn escondia o cheque e a escritura entre suas roupas, sentindo-se totalmente ridícula, apesar de tudo.

Ela tinha mantido sua dignidade intacta no dia anterior, recusando o dinheiro de Elliot e garantindo que não estava à venda. Apesar disso, aqui estava ela, tentando desesperadamente proteger o cheque e a escritura de uma propriedade.

Suas lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, se misturando com a chuva.

Ela não podia continuar permitindo que sua tolice e arrogância afetassem seus pais mais do que já haviam afetado. Eles precisavam desse dinheiro para passar pela crise que estavam enfrentando.

Conforme caminhava, a chuva se intensificava e seu humor piorava.

Corynn afastou a chuva dos olhos e se apressou para o acostamento.

Ela normalmente gostava da distância entre a cidade e a Vila Lark, pensando que isso lhe traria um pouco de paz e calmaria. Mas naquele momento, não pôde deixar de reclamar do quão remoto era aquele lugar.

Tremendo de frio, Corynn abraçou a si mesma. Usando o celular, ela não conseguiu encontrar nenhum carro disponível. Se não conseguisse que sua viagem fosse aceita, ela não teria outra opção a não ser caminhar até o ponto de ônibus.

Já eram quase dez horas da noite.

Suspirando profundamente, ela guardou o celular no bolso. Ao que tudo indicava, ela precisaria pegar o ônibus.

Nesse momento, um carro branco passou rapidamente por ela, espirrando água nela.

Corynn prontamente juntou as peças. Somente o carro de Elliot costumava passar por aquela região, então se algum outro veículo estivesse indo para a Vila Lark, só poderia ser a noiva dele.

Ela não conseguiu evitar um sorriso amargo. Mal tinham se passado vinte e quatro horas desde que ela se mudara, e Elliot já estava trazendo sua noiva para lá. Ele realmente parecia estar ansioso, huh?

Corynn verificou a bateria do seu celular, percebendo que estava praticamente no fim. Suspirando outra vez, ela pensou que estava enfrentando uma maré de azar.

Sob a chuva forte, Corynn continuou caminhando. Cada vez que um relâmpago ribombava, ela pulava enquanto seu corpo estremecia e apressava o passo.

Ela não fazia ideia do tempo que estava andando, mas seu corpo estava praticamente entorpecido pelo frio. Felizmente, ela avistou o ponto de ônibus. Ela então apressou o passo, tentando se proteger da chuva.

No próximo segundo, seu celular vibrou com a notificação de que um motorista de aplicativo tinha aceitado sua corrida. Ela esfregou os braços para tentar se aquecer enquanto esperava pelo motorista.

Minutos depois, ela viu faróis se aproximando. Se levantando, ela ergueu o braço para sinalizar onde estava.

Subitamente, alguém a puxou para trás do ponto de ônibus, onde estava escuro e fora de vista da estrada. A próxima coisa que ela sentiu foi uma pancada forte da barriga, o que fez com que se dobrasse de dor.

"Você realmente acha que é digna de carregar o bebê do senhor Andrews? Acha mesmo que conseguirá se casar com ele usando essas táticas sujas? Você deveria se sentir sortuda por ter atraído a atenção do senhor Andrews, mas isso ainda não era o bastante, não é? Então, você decidiu engravidar!"

Uma sucessão de socos atingiu o abdômen de Corynn. Embora quisesse gritar, ela não conseguia, já que alguém cobriu sua boca com a mão.

Desesperada, ela conseguiu morder a mão com força, chegando a romper a pele, mas o homem lhe desferiu um tapa no rosto.

"Sua vadia! Como se atreve a me morder?"

A dor irradiava da barriga de Corynn para o restante do corpo, sendo tão intensa que ela estava a ponto de desmaiar.

"Não!", gritou ela, sentindo um líquido quente escorrer pelas suas coxas. Ao olhar para baixo, ela percebeu que era sangue.

O medo fez com que sua dor piorasse.

Seu bebê!

Será que Elliot começou a suspeitar quando ela comentou sobre a possibilidade de estar grávida? Como não queria que o bebê nascesse, ele enviou esses homens cruéis para se livrar dessa situação?

Corynn sentiu seu corpo perder a força lentamente. De longe, ela ouviu os homens xingarem quando viram o sangue.

No próximo segundo, eles fugiram rapidamente, deixando Corynn sangrando na chuva. Em pouco tempo, todo o sangue tinha sido lavado.

A última coisa de que ela se lembrava era ouvir passos se aproximando. Ela abriu os olhos por um breve instante e viu alguém correndo na sua direção, até que tudo ficou preto.