Sequestrada pelo Rei Inimigo
img img Sequestrada pelo Rei Inimigo img Capítulo 4 Realeza e Auras
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Capítulo 6 Aprisionada em um Mundo Desconhecido img
Capítulo 7 Minha Única Família img
Capítulo 8 Muito Azul img
Capítulo 9 Rainessya, a Mãe img
Capítulo 10 Aprendendo Sobre o Dom Real img
Capítulo 11 Os Reinos deste Mundo img
Capítulo 12 Guerra não Faz Sentido img
Capítulo 13 A Noite Negra img
Capítulo 14 Níveis de Poder img
Capítulo 15 A Trama de Alister img
Capítulo 16 Biblioteca Real img
Capítulo 17 Aura Inteligente img
Capítulo 18 Príncipe Henry img
Capítulo 19 Companhia agradável img
Capítulo 20 Um ombro amigo img
Capítulo 21 Em Busca de uma Solução img
Capítulo 22 Uma Aventura Inesquecível img
Capítulo 23 Invadir e Conquistar img
Capítulo 24 Uma Princesa Imprevisível img
Capítulo 25 As lágrimas de Lenissya img
Capítulo 26 Convocação de emergência img
Capítulo 27 Batalha em Iminência img
Capítulo 28 Minha Luz img
Capítulo 29 Os Chefes da Guarda de Alister img
Capítulo 30 A Propósito de Lenissya img
Capítulo 31 Aprendiz em Magia img
Capítulo 32 Perdendo o Controle img
Capítulo 33 Em Busca de Si Mesma img
Capítulo 34 Prova Teórica img
Capítulo 35 Da Letra à Música img
Capítulo 36 Praticando Magia img
Capítulo 37 Adeus, Mestre img
Capítulo 38 Isso não está certo! img
Capítulo 39 O Plano de Fuga img
Capítulo 40 Rumo ao Desconhecido img
Capítulo 41 Evoluindo para Alcançar Objetivos img
Capítulo 42 Floresta Ancestral img
Capítulo 43 Um Encontro Inesperado img
Capítulo 44 Uma Presa Vulnerável img
Capítulo 45 Ruínas de Julitar img
Capítulo 46 Vulto Sombrio img
Capítulo 47 Uma Luz de Esperança img
Capítulo 48 Uma Proposta Complicada img
Capítulo 49 Sempre Atento img
Capítulo 50 Um Incentivo Inesperado img
Capítulo 51 A Sala de Reuniões img
Capítulo 52 Morte Proibida img
Capítulo 53 Isso Não é um Adeus! img
Capítulo 54 As Trevas que Permeiam img
Capítulo 55 O Confronto Inevitável img
Capítulo 56 Batalha Sincronizada img
Capítulo 57 Mirando o Rei Inimigo img
Capítulo 58 Luz de Esperança img
Capítulo 59 Um Pensamento Distante img
Capítulo 60 O Significado do Brasão img
Capítulo 61 A Reação de Alister img
Capítulo 62 De Castigo img
Capítulo 63 Uma Decisão Drástica img
Capítulo 64 Lembranças do Passado img
Capítulo 65 Espionagem Satisfatória img
Capítulo 66 Abalado img
Capítulo 67 Me Faça Voltar ao Caminho img
Capítulo 68 Revelando Lenissya img
Capítulo 69 Tudo Pelo Bem de Zafis img
Capítulo 70 Perigos do Deserto img
Capítulo 71 O Ultimato do Unigus img
Capítulo 72 Recebida por Henry img
Capítulo 73 Apresentada à Família Real img
Capítulo 74 Meu Melhor Amigo img
Capítulo 75 Conquista Tecnológica img
Capítulo 76 Um Presente Impressionante img
Capítulo 77 O Seu Sorriso me Basta img
Capítulo 78 Halasin img
Capítulo 79 A História da Origem de Salis img
Capítulo 80 Dimensão Zero img
Capítulo 81 Descobrindo Sentimentos img
Capítulo 82 Preciso de Você! img
Capítulo 83 A Mensagem Escondida img
Capítulo 84 Sequestrada img
Capítulo 85 Tarde Demais img
Capítulo 86 Entre a Razão e o Coração img
Capítulo 87 Lenissya, Não Morra! img
Capítulo 88 Coração Partido img
Capítulo 89 Compromisso Aceito img
Capítulo 90 Indo Atrás Dela img
Capítulo 91 Que Ela Seja Feliz img
Capítulo 92 Lenissya, Eu Te Amo! img
Capítulo 93 Como Num Sonho img
Capítulo 94 Sou Um Monstro img
Capítulo 95 Vai Ficar Tudo Bem... img
Capítulo 96 Uma Conversa Franca img
Capítulo 97 Finalmente Unidos img
Capítulo 98 Um Passo em Busca da Paz img
Capítulo 99 Partindo em Busca do Último Mistério img
Capítulo 100 Pântanos da Solidão img
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Capítulo 4 Realeza e Auras

Zuldrax

Para minha decepção, aquele velho voltou são e salvo. Mas como? Era para ele ter morrido! Ao seu lado, caída no chão, estava uma moça de longos cabelos pretos, formosa, de estatura média. Parecia ter desmaiado. Alister, ao vê-la, se emocionou e abaixou-se para tocar-lhe no ombro. Aposto que ele queria abraçá-la, mas, assim como eu, percebeu que havia algo de errado com ela.

Uma coisa diferenciava a nós, a realeza, das outras pessoas: a capacidade de ver a energia aura que rodeia cada ser. Lendas dizem que este mundo é que escolheu as pessoas que possuiriam tal habilidade, e a família escolhida reinaria e julgaria sobre as demais. Tal habilidade foi passada de geração em geração, não sendo constatada em ninguém mais além da família real.

Os halisianos possuem uma energia em um tom azulado, os zafisianos possuem uma aura de cor avermelhada, e os salisianos de coloração esverdeada, sendo que nas mulheres a tonalidade é mais clara que nos homens. Aquela garota, no entanto, não possuía a aura comum a um halisiano; mais do que isso, ela não tinha aura.

Segundos depois de Alister tocá-la, ela abriu os olhos, claramente confusa e com medo. Alister a olhou profundamente, virou-se para Hiratamino e disse:

- Tem certeza de que ela é a Lenissya?

As sobrancelhas de Hiratamino se elevaram como se não entendesse o questionamento e respondeu:

- Tenho sim, Majestade, essa dióxy me guiou até ela.

Alister nem quis pegar a dióxy para conferir. Interrompendo a fala de Hiratamino, disse, desapontado:

- Não vejo a aura dela! A dióxy nos mostrou uma coisa, mas o que vejo é outra. Onde está Lenissya? Talvez isso tudo não tenha passado de uma ilusão!

A garota ao lado parecia tentar identificar o ambiente e as pessoas ao seu redor. Estava apavorada! Logo empalideceu e voltou a encostar seu rosto no chão.

Alister parecia não se importar mais tanto com ela agora. Ele a considerava uma estranha. Olhou para Hiratamino, esperando que ele dissesse algo útil. Hiratamino deu-lhe outra explicação:

- Alister, eu sei que podes ver nela a semelhança com tua mãe. A cor dos cabelos, os traços de seu rosto. Vi isso desde o momento em que cheguei naquele mundo. Havia muitas almas próximas de onde ela estava e, para não atrair atenção caso ela se assustasse, usei uma magia de ocultação. Quando comecei a abrir o portal, percebi que talvez minha energia não fosse suficiente para levar duas pessoas. Concentrei-me na missão, eu não podia falhar de novo. Misteriosamente, essa dióxy me conectou à princesa e pude sentir a energia mágica emanando dela para mim. Majestade, eu utilizei da energia halisiana de Lenissya para abrir o portal e, por isso, estou vivo. De outra forma, como sabes, eu não teria retornado a salvo. Sei que ela é tua irmã!

A magia de ocultação pode ser usada de inúmeras formas. A mais comum é a ocultação de presença, que bloqueia o som e a percepção das pessoas em que é conjurada, tornando-as indetectáveis. No entanto, para nós, zafisianos, é muito fácil detectar a aura de uma pessoa. Nossos sentidos são extremamente apurados, então, numa guerra, esse feitiço é praticamente inútil... na minha opinião.

Olhei para Alister, que embora estivesse impressionado por Hiratamino ter voltado vivo, ainda parecia duvidar. Foi então que ele removeu a bolsa nas costas da garota, e, assim que a atirou de lado, a garota reagiu. Dizendo palavras que ninguém compreendeu, tentou se levantar mas não teve forças para ficar de pé. À medida que Alister se aproximava dela, ela se arrastava para trás, completamente desesperada.

Estendendo sua energia mágica em forma de fio, Alister amarrou as mãos da garota, que fechou os olhos como se fosse desmaiar. Sua respiração estava acelerada, suas mãos trêmulas, e sua mandíbula tensionada, como se estivesse se esforçando para não surtar. Aquela situação era demais para ela suportar. Alister se manteve frio e distante enquanto a pegava nos braços. Ele a deitou sobre o banco, e ela tornou a abrir os olhos, que se encontraram com os de seu irmão. Não havia qualquer emoção positiva entre os dois. Olhando para Hiratamino, Alister disse:

- Se isso é verdade, onde está a energia de Lenissya? Onde está aquela energia tão pura que senti no momento em que a vi nascer, tão pequena e frágil? Onde está sua aura real halisiana?

- Deve estar oculta, selada por algum motivo.

- Sabes desfazer isso?

- Não tenho certeza. Se eu soubesse a fonte desse bloqueio, talvez pudesse...

Novamente Alister o interrompeu. Estava muito irritado, pois queria sua irmã de volta e não via isso na moça trazida. Por tanto tempo acreditara que Lenissya tinha morrido e, de repente, percebeu que a esperança que teve não tinha passado de um sonho.

- Faça! – ordenou Alister, com autoridade.

- Alister, tens ideia do que estás me pedindo? Isso pode ser perigoso para ela.

- Não seria para um halisiano. Sua fragilidade significa ausência de poder, ausência do sangue real. Apenas faça!

O próprio Alister poderia fazer, mas Hiratamino tinha mais experiência e conhecimento. Poderia investigar esse possível selo, mas a impaciência de Alister o estava levando a um caminho mais obscuro.

Imediatamente, Hiratamino esticou seu braço direito, fechou o punho e concentrou uma grande quantidade de energia. Começou a invocar uma magia de expulsão. Eu não sabia bem como funcionava, apenas ouvira falar. O que eu sabia era que a energia do conjurador passava pela pessoa, fazendo com que qualquer coisa oculta em seu interior se manifestasse.

Esse feitiço era usado na guerra para forçar um inimigo a revelar segredos. Talvez não fosse o mais adequado para o caso. Assim que Hiratamino abriu o punho, o feitiço atingiu Lenissya, fazendo-a estremecer. Fora a reação física negativa, nada mais aconteceu. Alister logo ordenou:

- De novo, só que mais forte!

O que deu nele? Já não tinha funcionado, por que tentar novamente? Hiratamino pareceu relutante, mas obedeceu. Cerrou os punhos e abriu-os novamente, liberando o feitiço com mais intensidade. Lenissya estava trêmula, mas depois dessa segunda tentativa, suas reações se tornaram bem evidentes. Ela começou a gritar desesperadamente, sentindo muita dor. Mexia seus braços e pernas, tentando se libertar, quem sabe fugir daquele lugar de malucos. Mesmo odiando-os, eu não conseguia aceitar que ele fosse capaz de fazer aquilo com a própria irmã. Logo, Alister exclamou:

- Tente outra coisa agora!

Após alguns segundos pensando, Hiratamino convocou um feitiço de remoção. Era uma magia que liberava energias ocultas e era usada para abrir selos de aprisionamento interno. Embora parecesse mais lógico para a situação, não estava funcionando, além de ter um ponto negativo: ele drenava a energia aura da pessoa. A princesa foi ficando cada vez mais fraca e desmaiou.

O rosto triste de Alister deveria me deixar contente, no entanto, toda aquela situação me deixara inquieto. A forma como ele procedera me fez vê-lo de forma mais hostil. Ele olhou novamente para a moça e pediu que alguém ficasse para vigiá-la. Quase que por impulso, usei a dióxy de comunicação e pedi para Haigar se manifestar. Ele me obedeceu. Hiratamino perguntou a Alister o que ele pretendia fazer. Com um olhar cansado e a testa franzida, ele respondeu:

- No momento, ela ficará aqui em segredo. Haigar ficará responsável por lhe trazer comida e bebida, e sempre que ela acordar me informará. Procurarei uma maneira de revelar a halisiana que possa existir nela. Hiratamino, você vem comigo.

Alister saiu daquele cômodo, seguido de Hiratamino e Ikzar. Haigar permaneceu lá, e por alguns minutos fiquei olhando para aquela frágil e bela mulher, deitada em silêncio. Seu rosto estava sereno e uma mecha de cabelo caía sobre sua face angelical. Por algum motivo, olhá-la não me enfurecia como acontecia quando eu olhava um halisiano.

Ela crescera em outro mundo, não conhecia nossa cultura, nossas intrigas, nossa história e nem a nossa língua. Talvez Alister tenha sido egoísta em trazê-la para cá, pois lá ela tinha coisas que formavam sua identidade e a faziam ser quem era. Talvez tivesse uma família, amigos e uma vida tranquila. Mas isso já não importava mais. Ela estava aqui e, sendo da família real, deveria morrer.

Eu já tinha elaborado vários planos sobre como fazer isso nos últimos meses. Queria vê-la morrer pela minha espada, observar seu desespero enquanto sua energia vital a deixava.

Neste mundo, quando uma pessoa morre, a energia da natureza a encobre e sepulta. Toda a energia presente no corpo, e até mesmo o próprio corpo, é desintegrado, e em poucas horas não resta mais nada, nem qualquer rastro de que aquela pessoa um dia existiu.

Minha ideia inicial era utilizar a dióxy reversa para mascarar minha energia aura, invadir o reino de Halis, sequestrá-la e deixar Alister em completo desespero, para só então matá-la. Era um plano arriscado; se minha energia no estado reverso fosse reconhecida uma única vez, eu não poderia voltar a fazer isso, pois seria morte certa.

Uma coisa me incomodava nesse plano. E se ela não fosse a princesa Lenissya? Minhas mãos se manchariam com sangue inocente, e isso era algo que eu não queria. Precisava ter certeza de que ela era quem pensávamos ser.

            
            

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