Capítulo 8 Fora de controle 🌶️

Samantha

Puta merda, como tudo saiu do controle dessa forma? Enquanto estou sendo tomada pelo Logan, olho para o lado e vejo nosso reflexo no espelho, estou pendurada em seus braços e cada estocada me deixa mais fraca e dominada.

Estou sendo *fodida pelo Logan Carmichael duas vezes, literalmente, até ele sair me deixando no banheiro com as pernas tremendo e tentando organizar minha ideias.

Me sinto uma pessoa fraca nesse momento, foi bom? Foi maravilhoso, mas o que isso diz de mim?? Nunca fiz esse tipo de coisa, nunca tive sexo casual até começar a ficar com Jack, antes dele foi Júnior o meu primeiro homem, ou seja, Logan Carmichael foi meu terceiro homem até hoje. Procuro minha calcinha e não a encontro e mesmo se encontrasse, de nada valeria rasgada.

Minhas pernas ainda estão fracas quando saio do banheiro indo em direção a saída do restaurante, o manobrista trouxe o meu carro e agradeço entrando no veículo indo em direção a minha casa. Não vou direto para o Cassero's, pois preciso tomar um banho e colocar minhas ideias no lugar.

Chegando em casa, eu cumprimento Maria, e Ben está assistindo desenho na sala, entro no meu quarto e tiro minha roupa como se pegasse fogo, entro no chuveiro de cabeça e tudo. Repasso tudo na minha cabeça o que aconteceu desde a hora que saí de casa, e qual foi o momento em que me perdi.

- Não tem como voltar no tempo Samantha, agora é só seguir em frente. - Falo para mim mesma.

Coloco uma calça jeans colada, um cropped preto e um casaquinho bege e um sapato fechado preto simples, deixo meus cabelos soltos para secar naturalmente pois não tenho tempo para secar.

- Maria, não deixe Ben dormir muito tarde, sei que amanhã não tem aula, mas não pode se acostumar! - Falo dando um beijo na cabeça dele.

- Sem problemas Sam, em meia hora ele vai pra cama!

- Boa noite para vocês dois!

Entro no carro e sigo para o Cassero's, chegando lá, fico feliz com a quantidade de clientes dentro do local. E fico mais surpresa com os outros estabelecimentos do quarteirão funcionando também. Sorveteria, loja de conveniência, farmácia, todos estão abertos... muito bom ver as pessoas reagindo, mas espero que todos estejam se organizando para uma possível denúncia.

- Sam! Está vendo isso minha querida, a casa está cheia e nossos amigos também decidiram abrir, e que Deus nos ajude!

- Vamos aproveitar, tia, pois o que pudermos tirar de lucro, vamos tirar!

Trabalho até tarde, a galera fez muitos pedidos de porções, lanches e muita bebida. E eu, como sou filha de Deus, me divirto também, meu prazer é receber meus clientes, certificar que estão sendo bem atendidos, e ajudo em tudo, me cansei bastante mas ao menos vão sair todos felizes, de clientes a funcionários.

Vira e mexe me pego pensando na *merda que fiz hoje, fiquei num mix de sensações. Raiva e arrepios pelo corpo todo, me lembrando da maneira em que fui tomada por aquele desgraçado. Sou tirada dos meus pensamentos com minha tia me chamando.

- Parece que está no mundo da Lua Sam, vamos até a mesa do senhor Mário, ele quer falar com você.

Mário é um homem de aproximadamente 55 anos, barrigudo com um bigode avantajado, acho que ele gosta da minha tia. Ele é dono de empório de bebidas e possui alguns imóveis na região e já me ofereceu um salão a duas quadras daqui, mas sempre recusei porque não é só a mudança e sim toda a documentação e etc. Me sento na sua frente com meu melhor sorriso no rosto.

- Olá senhor Mário, como está essa noite? - Ele se levanta, pega minha mão e dá um beijo.

- Estou ótimo Samantha! Sua tia estava me contando sobre o despejo e quero que saiba que minha oferta está de pé.

- Eu te agradeço imensamente pelo apoio e preocupação, mas tem muita coisa que preciso resolver, tanto em mudança quanto em documentação e principalmente, meus clientes. Mas sei que quando precisar, tenho seu apoio.

- Não pense tanto minha querida, se acha que eles vão mudar de ideia está enganada, precisa se adiantar para não ter problemas, inclusive estar com o estabelecimento aberto depois da notificação. - Me bate um desânimo e ele fala.

- E sobre a clientela... eles te amam e já foram conquistados, vão onde você for, sobre isso não se preocupe.

Ele se levanta e começa a gritar.

- MEUS AMIGOS, PRESTEM ATENÇÃO! QUEM AQUI VAI SEGUIR O CASSERO'S ONDE ELE FOR LEVANTEM AS MÃOS!!

Ele grita a plenos pulmões e todos começam a balançar as mãos para o alto, outros batem na mesa e começam a gritar.

-"SAM! SAM! SAM !SAM!"

Fico vermelha de vergonha e ao mesmo tempo muito lisonjeada e emocionada por todo esse carinho. Subo na cadeira e faço meu discurso.

- Meus amigos, só tenho a agradecer a vocês pela fidelidade e todo carinho que tem por esse lugar...

- Por você, Sam! - Ouço um cliente falar.

- Obrigada Tony! Agradeço o carinho que tem por mim e esse lugar, não seríamos nada sem vocês, meus parceiros de trabalho e minha tia maravilhosa com suas mãos abençoadas. Independente se eu ficar aqui ou ir pra outro lugar, garanto que vocês terão sempre um espaço com muito amor, carinho, comidas deliciosas e muita música.

A galera bate palmas e me sinto mais confiante, não são somente clientes e sim amigos do coração.

- Mas vou ficar até o último segundo, curtindo com todos vocês.

Volto ao trabalho, que dura até o começo da madrugada, e depois que o último cliente vai embora nós nos preparamos para fechar.

Em direção ao meu carro com Lolo ela pergunta.

- Agora me diz onde foi mais cedo e o que fez?

- Fui tentar falar com Sr Carmichael!

- Eee ...?? - Faz um gesto pra eu continuar.

- Não tive a sorte de ver ele - Digo não querendo falar sobre isso.

- Puxa vida ! Que azar é minha filha.

- Nem me fale!

Seguimos pra casa sem falar mais nada, estávamos exaustas mas satisfeitas pelo rendimento da noite, e amanhã abriremos novamente.

[...]

- Acorda, acorda mamãe! prometeu que iríamos ao parque hoje!

Sou acordada por Ben cheio de energia, o parque fica a poucos minutos de distância de casa e sempre fazemos piquenique 1 vez no mês.

- Estou dormindo! - Resmungo debaixo da coberta e finjo que estou roncando.

-Mamãe! Não dorme, vamos nos atrasar, Jack vai com a gente? - Dou um beijo em sua testa e me levanto indo ao banheiro tomar banho para despertar.

- Não querido, Jack vai trabalhar este final de semana. - Prefiro não envolver tanto Jack na rotina de Benjamin, pois tenho medo dele se apegar demais e vê-lo como uma figura paterna.

- Ah! Queria alguém para brincar de carrinhos comigo e soltar pipa. – Fala com a voz triste.

- Ei, eu brinco com você sempre, sou melhor que ele, pode crer! – Falo de dentro do box alto pra ele escutar.

- Sim, você brinca, mas só você de mulher empina pipa, as outras crianças sempre estão com um homem... E as mães ficam sentadas.

Dá um nó na garganta, pela primeira vez Ben está se preocupando com isso, tenho certeza que é coisa dos amigos da escola.

Saio do banheiro enrolado em uma toalha, o vejo sentado na minha cama de cabeça baixa.

- Olha querido, tem crianças que tem um papai mas eles não levam seus filhos para sair, não brinca com eles, e já tem outros que fazem tudo isso, então não encha sua cabecinha com teorias de " E se..? ". Se quiser podemos ir a outro lugar, você escolhe.

- Que tal ver velozes e Furiosos no cinema?. - Sugere animado pois ama carro e velocidade.

- Amor! Teremos que saber se é permitido para a sua idade.

- Fala que sou mais velho.

- Ah seu danado, quer que eu vire mentirosa agora? - Começo a fazer cócegas nele, que se contorce todo dando gargalhadas.

- Termina de se arrumar e vamos ao cinema, mas se não for permitido sua idade, vamos no parquinho do Shopping ok?

- Tá bom!

Ele sai disparado em direção ao seu quarto. Enquanto me arrumo, penso em como vai ser cada vez mais difícil fazer o papel de pai e mãe, sem ele comparar com a vida dos amiguinhos. Mesmo que ele nunca tenha sentido falta, as brincadeiras de mal gosto estão presentes nessa fase da vida dele.