/0/13146/coverbig.jpg?v=20241029135853)
---
Enquanto a luz da lua iluminava o templo, Alina se sentia mais forte e conectada do que nunca. Os ensinamentos de Selene sobre seus poderes estavam começando a fazer sentido. Mas, mesmo em meio a essa descoberta, uma sensação de vazio a acompanhava, como se houvesse um buraco em seu coração que ela não conseguia preencher.
Naquela noite, após uma intensa sessão de treinamento, Alina se sentou em um canto do templo, olhando para os murais que retratavam sua linhagem. As imagens dançavam em sua mente, e ela se viu perdida em pensamentos sobre sua vida anterior - a vida que ela tinha como uma jovem humana, antes de descobrir sua verdadeira essência.
De repente, uma memória começou a emergir. Ela se lembrou de um dia ensolarado, brincando em um jardim florido. Risadas ecoavam ao seu redor. Seus pais adotivos estavam lá, rindo, segurando suas mãos enquanto a levavam a um campo de flores. O cheiro doce das flores misturado com o calor do sol a envolvia como um abraço. Ela se viu cercada por cores vibrantes, seus cabelos esvoaçando ao vento.
"Alina, olha! Mais flores!" a voz de sua mãe ressoou em sua mente, suave e cheia de amor. A imagem dela, com cabelos castanho-claros e olhos calorosos, trouxe um sorriso ao rosto de Alina. Lembranças de como ela sempre se sentia segura e amada nos braços de seus pais a invadiram.
Mas, à medida que as memórias vinham, uma sombra se arrastava atrás delas. "Por que não me lembro de mais?" Alina murmurou para si mesma, a tristeza tomando conta dela. A imagem de seu pai, com um olhar protetor e um sorriso que iluminava seu rosto, veio à tona. "Onde vocês estão agora?"
Selene, que estava observando em silêncio, se aproximou e se sentou ao lado de Alina. "Você está se lembrando deles," disse com um tom compreensivo. "É normal sentir falta de quem amamos, especialmente quando descobrimos algo tão grandioso sobre nós mesmos."
"Mas eu não sei se eles estão bem. Se souberam de mim," Alina respondeu, a voz embargada. "Eu sinto que há tanto que não entendo sobre eles... sobre minha vida antes disso tudo."
"Você precisa se permitir sentir essa dor," Selene aconselhou. "Seus pais adotivos te amaram e fizeram o melhor que puderam. A conexão que você sente com eles é real e importante, mesmo que suas memórias sejam fragmentadas."
Alina respirou fundo, permitindo que as emoções a invadissem. Lembrou-se das histórias que sua mãe contava antes de dormir, das promessas de aventuras que nunca aconteceram. E a imagem de seu pai, segurando-a firme, como se pudesse protegê-la de qualquer mal, agora parecia uma lembrança distante.
"Eu quero encontrá-los," Alina disse com determinação, o fogo da esperança começando a arder dentro dela. "Preciso saber o que aconteceu com eles. Eu preciso entender minha história."
Selene assentiu, o olhar dela sério. "Essa é uma busca que pode te levar a lugares perigosos, Alina. Mas também pode te ajudar a se entender melhor. A verdade pode doer, mas é essencial para sua jornada."
Alina olhou para o altar decorado com símbolos ancestrais, sentindo-se decidida. "Se eu sou parte dos Sangue de Lua, preciso saber qual é o meu papel. E isso inclui meus pais. Quero entender minha origem."
"Então comece a se preparar," Selene respondeu. "A busca pela verdade pode exigir mais de você do que imagina. E, ao longo do caminho, pode ser que você tenha que enfrentar a Sombra de Sangue."
Enquanto as palavras de Selene ecoavam em sua mente, Alina sentiu uma onda de determinação a envolver. Ela estava pronta para enfrentar o que quer que viesse em seu caminho. Sabia que, em algum lugar, seus pais ainda a amavam e que, de alguma forma, eles estavam conectados, mesmo que o destino a tivesse separado deles.
Com o coração pulsando de esperança e a mente cheia de novas perguntas, Alina se levantou. "Vamos começar. Eu quero aprender mais sobre meus poderes e como encontrar meus pais."
Selene sorriu, um brilho de orgulho em seus olhos. "Então vamos, Alina. A jornada de descoberta está apenas começando."
E, enquanto a lua brilhava intensamente, Alina sentiu que finalmente estava tomando as rédeas de sua vida, determinada a descobrir não apenas quem era, mas também o que havia acontecido com aqueles que a amavam.
---
Espero que tenha gostado do quarto capítulo!