Enrico
img img Enrico img Capítulo 4 Irmã perfeita
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Capítulo 6 Selena img
Capítulo 7 Conhecendo a onça img
Capítulo 8 Toque img
Capítulo 9 Prazer, CEO img
Capítulo 10 Treinamento img
Capítulo 11 Primeira Noite img
Capítulo 12 Troca de gentileza img
Capítulo 13 Trombada Sensual img
Capítulo 14 Primeiro Dia img
Capítulo 15 Projeto Bianca img
Capítulo 16 Trégua img
Capítulo 17 Negando as origens img
Capítulo 18 Vamos dancar img
Capítulo 19 Vozes no Silêncio img
Capítulo 20 Precisava ser santo img
Capítulo 21 Sem restrição ao toque img
Capítulo 22 Enfim aconteceu img
Capítulo 23 O retorno img
Capítulo 24 Nega enfezada img
Capítulo 25 O casamento img
Capítulo 26 Confrontado por Enrico img
Capítulo 27 Justiça ou Vingança img
Capítulo 28 Esses não pegam mais ninguém img
Capítulo 29 Vou ficar no Brasil Mais um tempo img
Capítulo 30 Retirando as nove img
Capítulo 31 Selena se envolve img
Capítulo 32 Depois das nove img
Capítulo 33 Visita inesperada img
Capítulo 34 De zero a cem img
Capítulo 35 Sabedoria de mãe img
Capítulo 36 Sabedoria de pai img
Capítulo 37 Um passo de cada vez img
Capítulo 38 Conselho Mafioso img
Capítulo 39 Visita img
Capítulo 40 Imoral, mas não é ilegal img
Capítulo 41 Isca Perigosa img
Capítulo 42 Não vai ser isca img
Capítulo 43 Herança de sangue img
Capítulo 44 Não serve pra isca img
Capítulo 45 Conversa de Pai img
Capítulo 46 O segredo de Camile img
Capítulo 47 A Verdade como Alicerce img
Capítulo 48 Bianca surta img
Capítulo 49 Isca e Intrusa img
Capítulo 50 Debaixo do meu nariz img
Capítulo 51 Emoções img
Capítulo 52 Isca lançada img
Capítulo 53 Isso foi um abuso img
Capítulo 54 Enrico resolve img
Capítulo 55 A culpa é dos hormônios img
Capítulo 56 Papo cabeça img
Capítulo 57 Minha ideia de papo cabeça img
Capítulo 58 Eu sei img
Capítulo 59 Riscos e convicções img
Capítulo 60 Escolhas de caráter img
Capítulo 61 O pedido img
Capítulo 62 Decisões img
Capítulo 63 Vai acontecer img
Capítulo 64 Eu aceito img
Capítulo 65 Isca grávida img
Capítulo 66 O jogo começou img
Capítulo 67 A decisão mais difícil img
Capítulo 68 Onde tudo começa e termina img
Capítulo 69 Laços que prendem img
Capítulo 70 Buscar o pai img
Capítulo 71 Não é só em filmes img
Capítulo 72 Tenho conexões img
Capítulo 73 Furacão Alessa img
Capítulo 74 Culpas e decisões img
Capítulo 75 A chegada dos jovens img
Capítulo 76 Interrogatório Aprovado img
Capítulo 77 Como me pegaram img
Capítulo 78 Me apagaram img
Capítulo 79 Tudo tão sórdido img
Capítulo 80 Invejosa img
Capítulo 81 Acordo de Damas img
Capítulo 82 No interior do tapete img
Capítulo 83 Isoladas img
Capítulo 84 Mordendo a isca img
Capítulo 85 Desespero img
Capítulo 86 Decepção img
Capítulo 87 Resgate img
Capítulo 88 Ainda nem posso abraçar ela img
Capítulo 89 O inesperado img
Capítulo 90 Lembrancas img
Capítulo 91 Aproximação do parto img
Capítulo 92 Não romantizar img
Capítulo 93 Quantas sordidez! img
Capítulo 94 Eu serei a responsável img
Capítulo 95 Saudades que transbordam img
Capítulo 96 Ela me atacou img
Capítulo 97 Tudo se ajeitando img
Capítulo 98 Um bom desfecho img
Capítulo 99 INFORMATIVO img
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Capítulo 4 Irmã perfeita

Assim que entrei no carro, apaguei. Jet lag é foda! Quando Naomi me acordou, estávamos em minha antiga casa em Valinhos, uma cidade do interior de São Paulo, onde a gente se conheceu, eu anunciei que sabia que era herdeiro dos Sabattini, ela quase perdeu o marido! Vivemos tantas coisas ali, que o lugar me deixava emotivo...

- Porque você me trouxe pra cá, Bianca?

- Seu pai me deu essa casa de presente quando os gêmeos nasceram. Você se lembra que eu surtei?

- Quem não lembra? Nem o Gustavo, que beija o chão que você pisa, conseguia ficar perto de você! De verdade, Boa. O que deu em você naquela época?

- Não sei, Enrico. Eu me sentia tão culpada! Eu abandonei o Gabriel por anos nos Estados Unidos, queria ser diferente, estar perto deles, ser mãe dos três de verdade.

- E uma mulher que não surta não é mãe de verdade?

- Não. Toda mãe surta!

- Tá. Está surtando de novo? Por isso me trouxe aqui?

- Não. Quando surtei, Lorenzo quis que eu tivesse um lugar pra ponto de equilíbrio. Queria até ser o motorista da fuga. Naquele momento, eu não via como fugir me ajudaria. Mas logo que me recuperei, depois que você foi embora, vim pra cá um dia, sozinha. Pra descansar, pra pensar. Depois disso, virou um hábito. Apesar de eu ser a pobre menina rica, que alcançou tudo o que uma mulher poderia sonhar, às vezes eu precisava de me encontrar comigo mesma e descobrir que sou minha melhor companhia.

- Então você me trouxe aqui pra eu me encontrar? Isso não faz sentido, Bia. Passei minha infância aqui querendo ir embora, antes de eu sair daqui, vi minha melhor amiga ser baleada nesse lugar. Porque você achou que eu me encontraria aqui?

- Não quero que você se encontre, Enrico. Quero que me conheça.

- E eu não te conheço?

- Não mais.

- Deixe de ser louca. Você é a pessoa mais transparente que o mundo produziu. O que tem sobre você que todo mundo não saiba?

- Quando você foi embora, eu queria entender porque perdi um dos meus. Queria tentar compreender o seu desejo de ser da máfia. Comecei pesquisar algumas ações no Brasil que envolvessem a máfia de qualquer país, e descobri o tráfico humano.

- Isso é uma praga com a qual não compactuo. O conselho da máfia mundial sempre nos alertam sobre esse tipo de coisas e também tentamos exterminar esse mal. Eu sinto muito que você tenha contato com esse tipo de merda, e se você me disser o que descobriu, mesmo que o crime no Brasil não seja regido pelo conselho Mundial, tenho certeza que eles me deixariam agir aqui, por ser brasileiro. Então, me conta o que sabe que eu te ajudo a buscar os brasileiros traficados pra fora...

- Cala a boca, grande mafioso internacional. Vem pra cozinha comigo, vou preparando o almoço enquanto te conto tudo.

Estava entendendo nada, mas desde os meus 14 anos, faço tudo que Bianca manda, então a segui ate a cozinha. E sem acreditar, a vi mexendo nos mesmos armários do meu pai, de vinte anos atrás. Fiquei surpreso, primeiro porque achei que Bianca não saberia ferver uma água. Depois porque tudo estava exatamente como eu me lembrava.

- Como eu disse, você não me conhece mais! Você se lembra a primeira vez que vim aqui?

- Como eu poderia esquecer? Vi na nova namorada do meu pai a esperança de sair desse lugar.

Enquanto Bianca se movimentava na cozinha, depois de me servir uma taça de um vinho excelente, começamos a falar das vezes que nos encontramos ali. Pelo que eu conhecia das mulheres, e Bianca se encaixava, mesmo que fosse minha irmã, como Aisha, eu sabia que ela estava relaxando, pra me contar alguma coisa, então deixei ela falar daquele final de semana, 20 anos atrás:

- A próxima fase do meu plano contra Gustavo, consistia em arranjar um namorado a longo prazo. Poderia até ficar noiva, lógico que um noivado sem fim. Tinha que ser alguém poderoso e influente, que fizesse Gustavo se sentir extremamente inferior. Dilan estava estudando alguns candidatos pra fazer parcerias. Se não desse certo, eu criaria o cara perfeito. Lorenzo cair no meu colo foi um presente. Era lindo, musculoso, rico, influente, independente. Lógico que eu pensei em me aproveitar da presença dele, e percebi que ele estava incomodando Gustavo. Só não esperava que Dilan tivesse razão: estava realmente gostando da companhia dele. Isso me assustava muito. Depois de tudo o que passei, jurei não baixar mais a guarda pra ninguém. Tinha medo de me envolver, me apavorava em permitir que outro homem abusasse de meus sentimentos e definitivamente não estava pronta pra abrir mão da minha vingança. Mas resolvi dar uma chance pro Lorenzo, fizemos uma viagem até aqui muito produtiva. Lembro quando cheguei, fiquei encantada com o tamanho do lugar, mais ainda quando voce me recebeu. Assim que seu pai

entrou na garagem, voce saiu para nos receber. Fiquei olhando aquele menino ainda franzino, em desenvolvimento. Já era mais alto do que eu, loiro, olhos azuis, parecia tímido. Lorenzo nos apresentou, e você ficou meio de canto, sem graça. Lorenzo tinha me falado que o avisou da minha chegada e você ficou surpreso, porque ele nunca trouxe uma mulher em casa!

- Meu pai era um idiotä. Passou anos chorando a morte da minha mãe, sem namorar e nem nada, e só depois eu descobri que ele nem chegou junto dela!

- Fala como se Lorenzo fosse um santarrão!

- Eu me lembro bem desse dia também. Fui bem direto pedindo pra você convencer ele a me levar embora daqui.

- Ao que ele respondeu em italiano e vocês começaram a discutir nessa língua, achando que eu não sabia o que estavam falando.

- Ah, me lembro que a metidinha falou em italiano com a gente e depois contando que sabia falar mais 5 línguas!

- Ah, eu era metidinha é? Quantas línguas o capo sabe falar?

- Meu trabalho exige que eu seja poliglota.

- Ah, então eu sou metidinha e pra você é necessário?

- Vamos voltar a discutir?

- Não! Sabe cortar tomates?

- Oi?

- Perguntei se você sabe cortar tomates, Enrico.

- Claro que não! Você, tia Amélia e Lorenzo me criaram como um reizinho. Nunca lavei um copo e na época que eu morava aqui, tinha um batalhão de empregados! Porque não tem agora?

- Eu não posso ter colaboradores aqui. Nenhuma testemunha.

- Você está me assustando, Bianca. O que você apronta aqui que não pode ter nenhum empregado? Pelo amor de Deus, não me diga que você está traficando pessoas. Eu não vou conseguir te ajudar se você tiver fazendo isso, Bianca. É algo condenável até para os maiores mafiosos do mundo!

- Fico feliz de ouvir você falando assim, Enrico. Vou te contar tudo. Depois do almoço, tá? Vem lavar o alface pra mim, enquanto eu corto os tomates.

- Já te falei que não sei...

- E eu já te mandei calar a boca.

- Você sabia que se qualquer idiota falar assim comigo, no meu dia de melhor humor, eu corto a língua?

- Ai que medo do grande mafioso. Você ainda não percebeu que aqui, você é só meu irmãozinho e se me desobedecer, eu quem corto sua língua? Vem logo, eu vou te ensinar a colocar uma folha debaixo de água corrente.

Eu vi Bianca revirando os olhos pra mim, mas não podia gritar com ela, dizendo pra não fazer aquilo que eu odiava! Enquanto fui colocando as verduras debaixo d'água, não conseguindo deixar de pensar no porque tinha alimentos frescos em uma casa fechada, olhei para Boanca, vendo as finas linhas de expressão se formando nos olhos dela, enquanto percebia que ela estava perdida em pensamentos...

            
            

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