Capítulo 4 Pé direito

Renata

Bom, como vocês podem imaginar, não foi nada fácil me despedir de minha mãe e da minha avó. Mesmo com 21 anos, e fora que estão receosas com medo de não dá certo, mas enfim eu tenho que tentar se não eu não sairei daqui nunca e se não der certo eu volto para casa e recomeço do zero.

Me despeço de ambas que me fazem fazer mil juras e a principal juízo... não entendi porque as pessoas sempre me recomendam esse tal de juízo, ele nunca me faltou eu só não sou muito adepta a ele.

Mais um abraço apertado em cada uma delas é pé na estrada...

Durante a viagem mil coisas passaram em minha mente, estou mais agitada do que o normal e muito confiante.

Minha prima Analu é meio bobinha, creio que na parte da diversão não poderei contar com ela, fora que ela tem o Deus gregodo seu namorado também. É precisarei fazer novas amizades por quê é ruim de eu estar indo pro Rio de Janeiro e não curtir uma baladinha ou uma praia.

Alô cariocassssss se preparem porque a Renatinha está chegando...

Meu corpo produziu tanta euforia que levou minhas energias e acabei dormindo e quando acordo já estou perto de descer na rodoviária Novo Rio. Me espreguiço pego minha bolsa de colo e saio de dentro do ônibus colocando o pé direito no solo do famoso Cristo redentor eu dou boas vindas a mim mesma...

- Seja bem vinda ao Rio de Janeiro Renatinha...Sucesso para mim!

Pego meu celular para tirar uma foto e depiis ligo para minha prima. Mas ela foi mais rápida do que eu e me ligou primeiro.

- Naluuuuuuu... Está cidade é maravilhosa... - falo puxando o s imitando o sotaque carioca

- Ufa, graças à Deus chegou bem. - ela fala com um tom de alívio

- Me para seu endereço que vou pegar um táxi, deixarei minhas malas ai e depois iremos ao meu futuro emprego.

- Ok! Te envio por mensagem.

Enquanto aguardo a mensagem de Analueu pego minhas malas e puxo um taxista que estava indo pro seu carro.

- Está livre? - pergunto

- Pra você a tosa hora. - ele responde com um sorrisinho cafajeste no rosto

Hum, gostei disso. Reparo ele dos pés a cabeça e lhe dou um singelo sorriso. Enquanto ele guarda minhas malas eu me sento em seu táxi. Assim que ele entra falo o endereço que vou e começo a puxar assunto.

Chegando na casa da minha prima antes de descer ele me entrega seu cartão, guardo em minha bolsa e saio. Hoje não, porque tenho coisas que merecem prioridade. Nas futuramente claro que sim, afinal não podemos desperdiçar um boy, eles são como prendedores de cabelo, nunca são demais...

- Analuuuuuuuuu! - grito do portão

Rapidamente ela aparece para me receber, que saudades que estou dela. Ela está mais magra desde a última vez que a vi, não que ela fosse gordinha, mas o pouco que tinha ela perdeu.

- Você está bem? - pergunto antes de sairmos

Ela me olha estranha e diz:

- É... sim... é estou...

Vejo incerteza em sua resposta, mas depois converso com ela.

Enquanto esperamos o uber tomamos um café e eu faço piadinhas de sua casa por ela ter sido fornecida por Santiago. Vejo incerteza em s3u olhar e um medo. Tem mais dúvida do que alegria nesse olhar, mas também deixarei isso para depois.

Chegamos ao BellaRosa e ao pisar lá já me sinto em casa, é tudo que eu sonhei.

- Bom Dia! Senhor Pietro me aguarda. - falo com a recepcionista

- Pode entrar. - ela me fala

Dou alguns pulinhos olho para Analu e falo sem emitir som.

- Torça por mim.

Ela dá um sorriso. Assim que entro me deparo com um homem bastante jovem sentado em uma cadeira em frente à um notebook. Antes que eu abra a boca para dar bom dia ele diz:

- De uma volta para mim.

Fico sem graça e sem entender, mas como pretendo conseguir esse cargo a qualquer custo faço o que ele me pede, e assim que dou meia volta encaro ele na espera de uma explicação...

- Você tem muitas curvas, não é o que pretendo...

Hã? Como assim? O que ele quer dizer com isso?

- Como assim? - coloco as mãos nas cadeiras

Ele calmamente ergue uma sobrancelha e diz sem me olhar:

Preciso de uma mulher para trabalhar. - ele diz sem me olhar.

Sento na cadeira próxima à ele é digo;

- E por um acaso eu não sou mulher?

Agora me encarando de verdade ele diz:

- É que eu preciso de uma mulher para poder trabalhar para mim sim, mas como modelo. Estou lutando para encontrar a mulher ideal, mas não consigo. Não que você não seja bonita, mas preciso de algo mais natural...

- Você é gay? - pergunto sem pensar

Ele fecha a cara, acho que não gostou da pergunta, acabo de perder as minhas chances.

- Está muito escancarado? - ele pergunta

- Tirando a sua roupa, sua gravatinha, as mãos que gesticulam quando você fala e o seu estabelecimento ser todo rosa, acho que não. - falo de novo sem pensar

Maldita sinceridade essa minha.

- Ai caramba, preciso ser mais discreto. - ele diz sorrindo e eu sorrio também - Gostei de você. O que você sabe fazer, bela moça?

Ele me pergunta sorrindo e então vejo uma esperança brotar junto com uma ideia. Entrego a ele o meu currículo e então falo:

- Talvez minha prima possa ter esse padrão que você deseja, mas ela não vai topar ser modelo tão facilmente, precisará engambelar primeiro...

Então ele sorri pra mim e diz:

- Garota, você tem potencial! Não sei porque, mas algo me diz que nos daremos muito bem. Está contratada.

Bato palmas e lhe dou um abraço apertado. Pietro se assusta um pouco com meu jeito elétrico, mas acaba aceitando e sorri.

E foi desse jeito que Analu começou a sua carreira de modelo que hoje faz muito sucesso. Pode parecer que agi mal, mas acreditem, isso ajudou muito ela que hoje é feliz e realizada profissionalmente. E eu, bem, Fique mega feliz por tudo ter dado certo e eu ter iniciado a minha chegada no Rio de Janeiro com o pé direito.

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