O Mafioso e a Ladra
img img O Mafioso e a Ladra img Capítulo 2 O Poder de um Mafioso
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Capítulo 10 Quero ficar sozinho img
Capítulo 11 Fica de olho nela img
Capítulo 12 Presa img
Capítulo 13 Roubo img
Capítulo 14 Veio me salvar img
Capítulo 15 Encurralada img
Capítulo 16 O Contrato img
Capítulo 17 Cortando Mal pela raiz img
Capítulo 18 Aula img
Capítulo 19 Aula de Etiqueta img
Capítulo 20 A dor img
Capítulo 21 Pesadelo img
Capítulo 22 Um Rato img
Capítulo 23 Plano img
Capítulo 24 Viagem de negócios img
Capítulo 25 No clube img
Capítulo 26 Seus toques img
Capítulo 27 Casa da praia img
Capítulo 28 Um erro img
Capítulo 29 Melhor assim img
Capítulo 30 Relatório img
Capítulo 31 Sou uma ótima companhia img
Capítulo 32 Incomodo img
Capítulo 33 Sentimentos img
Capítulo 34 O beijo img
Capítulo 35 Estou louco por você img
Capítulo 36 Em seus braços img
Capítulo 37 O silêncio img
Capítulo 38 Superar img
Capítulo 39 Visitando a familia img
Capítulo 40 Fugindo de você img
Capítulo 41 A verdade img
Capítulo 42 Dança img
Capítulo 43 Feliz aniversário img
Capítulo 44 A volta de Alessandra img
Capítulo 45 Esta maravilhosa img
Capítulo 46 Cachoeira img
Capítulo 47 Vamos aproveitar img
Capítulo 48 Sou um homem de sorte img
Capítulo 49 Descoberta img
Capítulo 50 Mudando de quarto img
Capítulo 51 A sua procura img
Capítulo 52 Rastreador img
Capítulo 53 Na casa de campo img
Capítulo 54 Eu te amo img
Capítulo 55 Não me provoque img
Capítulo 56 Em meus braços img
Capítulo 57 Jantar img
Capítulo 58 Entendo sua dor img
Capítulo 59 Assassinada img
Capítulo 60 Formatura img
Capítulo 61 Ela esta radiante img
Capítulo 62 Confusão img
Capítulo 63 surpresa img
Capítulo 64 Solte a arma img
Capítulo 65 Desespero img
Capítulo 66 Recuperação de Alessio img
Capítulo 67 Você é muito importante img
Capítulo 68 Gravida img
Capítulo 69 Em casa img
Capítulo 70 O Retorno img
Capítulo 71 Cuidados img
Capítulo 72 Planos img
Capítulo 73 Desconforto img
Capítulo 74 Sensação img
Capítulo 75 Visitando o passado img
Capítulo 76 Lagrimas img
Capítulo 77 Novos dias img
Capítulo 78 Rendido img
Capítulo 79 Final da Gravidez img
Capítulo 80 Chute img
Capítulo 81 Sala sufocante img
Capítulo 82 Últimos dias img
Capítulo 83 Madrugada img
Capítulo 84 Primeira manhã img
Capítulo 85 Piquenique img
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Capítulo 2 O Poder de um Mafioso

Aléssio Romano,

O poder é uma coisa curiosa. Quando você tem o controle, tudo parece estar à sua disposição. As pessoas abaixam a cabeça quando você passa, e ninguém ousa olhar nos seus olhos por muito tempo. Mas, por dentro, é diferente. Por dentro, você carrega um peso que ninguém vê. Um peso que, no meu caso, tem o rosto de uma garotinha de seis anos, deitada numa cama de hospital, lutando contra algo que nenhum poder, nenhum dinheiro, pode derrotar.

Meu nome é Alessio Romano, e eu sempre soube o que era o controle. Desde jovem, fui criado no mundo do crime, onde força e lealdade eram tudo. Vi meu pai comandar com mão de ferro, e quando ele morreu, não havia dúvida de que eu seria o próximo a carregar o fardo da família. Aprendi rápido que nesse mundo, ou você controla, ou é controlado. E eu nunca fui bom em ser controlado.

Hoje, eu tinha saído de mais uma dessas reuniões intermináveis. Homens de terno, conversas sobre territórios e negócios. Eu os controlava, mas por dentro, minha mente estava em outro lugar. Na verdade, estava sempre em outro lugar desde que minha sobrinha, Lia, ficou doente.

Lia é a filha da minha irmã mais velha. Ela tinha seis anos e sempre foi cheia de vida. Corria pela casa, me fazia perguntas que eu nunca sabia como responder. Até que um dia, ela parou de correr. Parou de brincar. Começou a reclamar de dores que ninguém conseguia explicar, até que o diagnóstico veio: leucemia. A palavra caiu como um soco no estômago. Câncer. Aquela doença que só acontece com os outros, até que ela entra na sua vida sem pedir licença.

Desde então, eu fazia o que podia. Pagava pelos melhores médicos, pelas melhores clínicas. Mas nada disso fazia diferença no olhar vazio que ela começou a carregar. Eu a visitava todos os dias. Nunca deixava de ir, nem por um minuto. Quando eu chegava, ela sorria, mas era um sorriso fraco. Um sorriso que não pertencia a uma criança. Ela tinha perdido a força. E, se eu pudesse, trocaria de lugar com ela em um segundo. Mas o mundo não funciona assim, não importa quanto poder você tenha.

Depois da reunião, minha mente estava nela. Lia queria um livro. Ela me disse isso ontem, com a voz fraca, mas decidida. Eu prometi que iria comprar o livro para ela. Um livro infantil sobre aventuras e magia. Algo que a fizesse esquecer, nem que fosse por um momento, da dor e da tristeza. Só havia uma livraria na cidade que tinha o livro, um lugar pequeno na esquina de uma rua movimentada, escondida entre lojas de café e escritórios.

Quando o carro parou na frente da livraria, olhei para fora. A chuva fina ainda caía, encharcando as calçadas. Um dos meus homens, Vito, saiu primeiro, segurando um guarda-chuva. Abri a porta, ajustando meu casaco antes de sair. Eu não me importava com a chuva, mas há certas imagens que preciso manter. Ninguém me vê molhado, ninguém me vê vulnerável. Um mafioso sempre precisa parecer no controle, mesmo quando está no limite.

Caminhei até a entrada da livraria, com Vito me protegendo da chuva. Quando entrei, o cheiro de papel velho e madeira polida me cercou, um alívio temporário dos meus problemas. A dona, uma mulher idosa, me cumprimentou com um aceno de cabeça. Ela sabia quem eu era, claro. Todo mundo naquela parte da cidade sabia.

- O livro está reservado, senhor Romano - disse ela, com um leve sorriso.

Agradeci com um aceno e paguei em dinheiro. Não precisei falar muito. Peguei o livro, sentindo seu peso nas mãos. Era leve, colorido, com ilustrações alegres que pareciam tão distantes do meu mundo. Mas era o que Lia queria, então era o que ela teria.

Saí da livraria, ainda sob o guarda-chuva de Vito. A chuva havia aumentado, batendo forte no asfalto. O mundo parecia mais frio, mais cinza. Enquanto eu caminhava de volta para o carro, uma mulher passou correndo pela calçada e se esbarrou em mim. Foi tudo rápido demais. Ela caiu no chão, sentada, suas roupas absorvendo a água da calçada encharcada.

- Droga! - ela murmurou, tentando se levantar.

Eu parei por um segundo, encarando-a. Ela parecia desesperada, molhada e, pela aparência, alguém acostumada a se meter em problemas. Meu instinto de controlar a situação me dizia para continuar andando. Mas alguma coisa me fez ficar ali, olhando para ela enquanto Vito segurava o guarda-chuva sobre mim, completamente indiferente à situação.

- Está bem? - perguntei, em um tom que parecia mais uma formalidade do que verdadeira preocupação.

Ela levantou o rosto, os olhos estreitos de desconfiança. Não parecia grata pela ajuda, mas também não parecia intimidada.

- Estou bem - ela respondeu, tentando se levantar sozinha, mas com dificuldade. - Não preciso de ajuda.

Eu olhei para ela, analisando-a por um momento. Estava claro que ela era alguém que não se importava com as regras.

Vito deu um passo à frente, como se quisesse que eu seguisse em frente, mas levantei a mão. Havia algo naquela garota que me fez pausar. Talvez fosse o olhar vazio que lembrava, de certa forma, o de Lia. Talvez fosse só curiosidade.

- Você deveria tomar mais cuidado - falei, sem tirar os olhos dela.

Ela finalmente se levantou, ajeitando as roupas molhadas com um ar de desafio.

- E você deveria andar com menos seguranças - ela retrucou, olhando para Vito de relance. - Afinal, foi por culpa de vocês que cai, estavam no caminho.

Eu sorri, um sorriso leve, quase imperceptível. Não era o tipo de resposta que eu esperava, e talvez por isso tenha me interessado. Não era comum alguém falar assim comigo, ainda mais sem saber quem eu era.

- Talvez - respondi, virando de costas para ela e voltando para o carro.

Entrei no carro e olhei para o livro no meu colo. A vida era cheia de momentos inesperados. Mas naquele momento, minha mente estava em Lia. Ela esperava por mim, e nada mais importava.

- Vamos para a clínica - ordenei.

            
            

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