Meu vizinho de 40 anos
img img Meu vizinho de 40 anos img Capítulo 5 Jack Daniel 3 parte 1
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Capítulo 7 Emma Stone 4 parte 1 img
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Capítulo 10 Jack Daniel 5 parte 2 img
Capítulo 11 Emma Stone 6 parte 1 img
Capítulo 12 Emma Stone 6 parte 2 img
Capítulo 13 Jack Daniel 7 parte 1 img
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Capítulo 15 Emma Stone 8 parte 1 img
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Capítulo 17 Jack Daniel 9 parte 1 img
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Capítulo 23 Emma Stone 12 parte 1 img
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Capítulo 26 Jack Daniel 13 parte 2 img
Capítulo 27 Emma Stone 14 parte 1 img
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Capítulo 30 Jack Daniel15 parte 2 img
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Capítulo 32 Emma Stone 16 parte 1 img
Capítulo 33 Emma Stone 16 parte 2 img
Capítulo 34 Emma Stone 17 parte 1 img
Capítulo 35 Emma Stone 17 parte 2 img
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Capítulo 5 Jack Daniel 3 parte 1

Jack Daniel

Tem dez anos desde o dia em que ela sumiu, aquele dia foi o pior de todos, ela fez bem em desaparecer, mas nossos filhos não mereciam isso. Kely é a que mais pergunta sobre a mãe todos esses anos, eu nunca tenho que responder, por causa do meu passado e por causa das crianças que agora são adultos. Eu nunca me permiti amar de novo.

Amar é quase que impossível para mim, o amor é sujo, é nojento, é o sentimento mais podre do ser humano. Eu me permiti amar alguém há vinte anos atrás e olha no que deu? Peguei a nossa certidão de casamento que estava olhando e coloquei em um cofre atrás do quadro. Ninguém vem ao meu escritório, eles não vão achar.

Você nunca prestou para nada, imbecil.

Eu não sinto amor, mas tem uma garota, não posso pensar nisso, ela tem quase a mesma idade que a minha filha. Ela tira a minha paciência. Aquela insolente mexeu comigo desde que abriu a porta da minha sala, ela chegou fazendo barulho e errou na tarefa mais simples de todas, não chegar atrasada.

Eu nunca tolerei essa falta de disciplina nas minhas aulas, talvez eu tenha sido duro demais com ela, foi o que eu pensei, mas quando no segundo dia de aula ela cometeu o mesmo erro, eu fiquei ainda mais irritado.

Ela tem cabelo castanho claro, olhos castanhos com um toque de mel, corpo magro, baixinha e faladeira, da sua boca só sai asneira. Quando estou próximo e ela fala aquelas besteiras, não posso negar o quão duro eu fico, mas eu me afasto, não posso sentir prazer com uma garotinha mimada.

Só em pensar nela com aquela boquinha falando besteira, eu fico excitado. Ela saiu entrando na minha casa como se fosse dona de tudo, eu juro que queria fodê-la na minha sala mesmo, mas o meu pensamento não deixou, ela precisa descobrir a vida com alguém da idade dela, eu sou bruto e minha foda não é nada carinhosa.

Minha vontade quando ela estava aqui em casa era descer aquele vestido curto dela, puxar a sua calcinha para o lado e fazer aquela boquinha gemer o meu nome. Chega, Jack, é só uma garota, bufei, estou ficando louco.

- Papai - Kely bateu na porta do meu escritório.

- Entre, querida.

Minha filha, irmã gêmea do Bray, é baixa, tem cabelo preto, olhos escuros, fico feliz que eles não se parecem com a mãe. Ela cresceu tanto, mas não consigo parar de vê-la como a minha filhinha, a que eu balançava no balanço do parquinho, a que eu apostava corrida e sempre deixava ganhar.

- Quando a mamãe volta? - ela perguntou.

É sempre a mesma pergunta, eu nunca tenho que responder, Sarah Daniel não voltará nunca mais, pelo menos é isso o que eu espero. Levantei-me e fui até ela e lhe dei um abraço.

- Não sei, querida - dei um beijo na sua testa.

- Você deixou a mamãe ir embora, não foi atrás da sua mulher e por isso ela sumiu - ela saiu da minha sala chorando.

Aquele dia da briga com os dois tão novos, eles tinham apenas onze anos quando tudo aconteceu. Eu não queria que eles presenciassem aquele momento, mas Sarah se foi pelos seus próprios erros, nunca contei para eles o real motivo por ela ter abandonado eles e, provavelmente, nunca contarei.

Fui para a sala, onde vi meu filho jogado no sofá como sempre, jogando videogame na televisão da sala. Ele tem a do quarto, mas sempre gostou de ficar na sala.

- Quando vocês dois vão ir para a faculdade? - Me sentei ao seu lado.

- A gente não precisa disso, nosso pai é rico - ele debochou.

- Não estou criando vagabundos - reclamei.

Ele jogou o controle em cima da mesa e me olhou com raiva.

- Você só trabalha, vive pela sua profissão e nunca está com a gente e agora está dando sermão? - Ele deu uma risada sarcástica. - Não quero ser igual a você, pai.

Depois do que a Sarah me fez, eu fiquei tão magoado que a única forma que encontrei de não sentir a tristeza foi me afundando no meu trabalho. Realmente, acabei deixando de lado boa parte da vida dos meus filhos para trabalhar.

- Estudar é importante, desde que terminaram a escola nunca se importaram em entrar numa universidade.

- Eu não quero fazer nenhum curso, estou pouco me fodendo para isso, vou me casar e ter belos filhos e é isso - ele respondeu.

- Se casar com quem? Com a vizinha que enxerida que só fala merda? - perguntei irritado.

- Talvez eu me case com ela, ou talvez você só esteja reclamando porque ela é gata e está querendo foder com ela - ele se levantou.

Eu me levantei, ficando maior que ele e mostrando autoridade.

- Não fale assim comigo de novo, ela é só uma garota e quer saber? Nunca deixaria você se casar com alguém como ela, ela não serve para pessoas com o nosso sobrenome - falei, o olhando com sangue nos olhos.

Ele não respondeu nada, pegou sua jaqueta e saiu para a rua irritado, escutei o barulho estrondoso que sua moto fazia.

Como vou lidar com essas crianças? Eles ficam piores a cada ano que passa, eles me respondem, não me obedecem. Eu voltei para a minha cidade natal, Boston, para ficar longe da empresa. Trabalhar na universidade me dá mais tempo para ficar em casa. Quero ficar mais perto dos meus filhos, mas eles estão dificultando a minha presença.

Preciso trabalhar, já estou pronto, com um sobretudo preto e uma blusa de gola alta, calça de alfaiataria. Hoje irei cedo para a faculdade, preciso preparar algumas coisas para os alunos, espero não ver a peste da Emma. Desde a última vez que reclamei sobre ela chegar atrasada, ela tem chegado bem cedo, tenho certeza de que é de propósito.

Entrei na universidade e fui direto para a minha sala para não me encontrar com a senhorita Park. Quando ela começa a falar comigo, não para nunca. Cheguei na minha sala e lá estava ela, sentada na primeira fileira. Chegou cedo de novo e mais uma vez vamos ficar por alguns minutos sozinhos.

                         

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