Capítulo 4 Sendo atacada

Ponto de vista de Sylvia:

"Ainda bem que Shawn decidiu nos rejeitar primeiro", comentou Yana com alívio.

"Concordo plenamente. Quem poderia imaginar que meu parceiro acabaria sendo aquele playboyzinho nojento?" Suspirando, desci as escadas arrastando os pés.

"Ah, anime-se, querida. Pelo menos não precisamos mais nos preocupar com ele. Isso já é ótima notícia!", Yana me confortou.

"Sim, mas será que é errado eu não dar mais tanta importância ao vínculo de parceiros?", eu comentei, franzindo ligeiramente o cenho.

"Acredito que não. No entanto, essa pode ter sido apenas uma coincidência. Quem sabe o próximo parceiro que a Deusa da Lua escolher para você seja alguém realmente excepcional."

"Você acha? Espero que você tenha razão."

Foi então que parei para refletir sobre a condição em que me encontrava no momento. Considerando que eu ainda estava presa aqui, como poderia esperar por um romance mágico?

Yana provavelmente percebeu meu estado emocional, pois optou por me dar um pouco de espaço.

A única coisa que eu desejava era buscar justiça em nome da minha mãe. Independentemente dos obstáculos, fossem espinhos ou sangue, eu sabia que precisava seguir em frente pela minha mãe. Porém, para ser sincera, eu não fazia a menor ideia de como começar.

Por um instante, fui tomada pela depressão. Obviamente, não pude desfrutar de um minuto de paz, pois uma loba furiosa caminhava apressadamente em minha direção.

"Sua vadia! Eu estava procurando você! Esteve se escondendo e descansando durante esse tempo todo?" Ela então agarrou uma vassoura que estava apoiada na parede próxima e tentou me bater.

Por sorte, consegui evitar ser atingida enquanto inventava uma distração. "Shawn estava procurando por você. Parece que tem algo de errado com a roupa dele."

No momento em que ouviu minhas palavras, a loba parou abruptamente e olhou para mim.

"Por que não falou isso logo? Se isso prejudicar de alguma forma a cerimônia, você enfrentará as consequências!" Soltando a vassoura, ela me repreendeu por mais algum tempo antes de finalmente me deixar em paz. "O Príncipe Rufus estará presente na cerimônia hoje. Então saia logo daqui e vá ajudar com os preparativos! Se eu ver você mais uma vez vadiando, vou quebrar suas pernas!"

Ao tomar ciência de que o Príncipe Rufus estaria presente hoje, uma ideia surgiu em minha mente. Talvez eu pudesse fazer um pedido a ele, certo?

Com isso, corri em direção ao salão de banquetes, ansiosa por vê-lo. Infelizmente, fui parada pelos guardas na entrada, que disseram que escravos não tinham autorização para entrar.

Então resolvi me esconder em um canto e ficar esperando ali.

Pouco distante, algumas lobas que estavam indo para a cerimônia fofocavam entre si.

"Dizem que o Príncipe Rufus é um tirano sanguinário e cruel. Teve uma vez em que ele levou uma escrava para sua cama e a submeteu a tanta tortura que ela morreu na mesma noite!"

"Ah, eu também soube dessa história! Apesar de ser um homem poderoso, ele é extremamente cruel. Nem o próprio Rei Lycan foi capaz de fazer algo a respeito dele."

"Pelo que ouvi, o Rei deveria estar presente hoje, mas como o Príncipe Rufus estava de passagem, foi ele quem acabou vindo."

"É uma pena! Eu gostaria de poder ver o Rei pessoalmente. Também seria muito melhor se o Príncipe Richard viesse. Dizem que ele é uma pessoa amável e bastante acessível. Por que teve que ser logo o temível Príncipe Rufus?"

"Shh, fale baixo! E se ele aparecer bem na hora em que você estiver falando isso? Está querendo morrer?"

As lobas lançaram olhares cautelosos ao redor, com expressões de culpa no rosto. Assim que me viram olhando, elas franziram o cenho e me ofenderam.

"Ei, cadela! O que está olhando?"

"Você ao menos possui autorização para estar aqui? Saia da nossa frente!"

Rolando os olhos, ignorei-as e dei as costas. Afinal, já estava acostumada com esse tipo de comportamento.

No entanto, o teor da conversa delas ainda me deixava apreensiva. Ao que parecia, o Príncipe Rufus não era um homem de bom coração. Na verdade, ele se assemelhava mais a Shawn, alguém repulsivo e sem qualquer consideração pela vida alheia. Será que um homem como ele teria paciência para ouvir a história da minha mãe? Obviamente não.

Suspirei com frustração, deixando de lado a ideia de pedir ajuda a ele.

No momento em que me preparava para sair, fui cercada por diversos lobisomens.

"O que vocês querem?", indaguei de forma cautelosa.

Examinei-os cuidadosamente e recuei um passo, sem me virar para olhar atrás.

De repente, uma rajada de vento me atingiu, seguida por uma dor aguda na parte de trás da minha cabeça. No segundo seguinte, minha consciência mergulhou na escuridão.