Capítulo 7 O primeiro encontro

Ponto de vista de Rufus:

Ao chegar no meu quarto, mandei os guardas que estavam na porta se retirarem.

Assim que virei a maçaneta, um aroma sutil atingiu meu nariz, fazendo-me parar imediatamente.

Havia algo de errado. Parecia haver outra pessoa no meu quarto. A julgar pelo cheiro, podia afirmar que se tratava de uma loba.

Nesse momento, entendi o que o idiota do Shawn queria me dizer durante todo esse tempo. Ele havia me desejado boa noite com um sorriso ambíguo.

Que pateta! Era assim que ele pretendia me conquistar? Que atitude arrogante!

Eu tinha certeza de que, assim que cruzasse esta porta, eu não conseguiria mais conter meus impulsos destrutivos e aquela loba seria destruída em questão de minutos.

Sem paciência para participar do jogo de Shawn, simplesmente dei as costas e me preparei para ir embora.

No entanto, aquele aroma sutil invadiu meu nariz mais uma vez. Agora, podia sentir o cheiro claramente. O aroma era semelhante ao de uma orquídea doce em plena floração, afastando imediatamente os desejos maníacos da minha mente. Lentamente, consegui sentir minha sanidade voltando à minha mente.

Incapaz de me segurar, virei-me novamente para a porta. O aroma vinha de dentro do quarto. Esse cheiro...

"Vai, Rufus! É a nossa parceira!", exclamou Omar com animação em minha mente.

Ponto de vista de Sylvia:

Assim que a porta foi aberta, pude ouvir passos vindo em minha direção no quarto. O nervosismo era tanto que parecia que eu conseguia sentir o sangue pulsando em minhas veias. No meio do desespero, fui surpreendida pelo aroma de lírio e jasmim.

O que estava acontecendo? Será que esse era o meu segundo parceiro?

Levantei o olhar, totalmente chocada.

Vi o temido Príncipe Rufus, conhecido por sua crueldade e frieza, aproximando-se lentamente de mim.

Sem acender a luz, ele permanecia envolto na escuridão. Mesmo sob a luz do luar, eu podia sentir seu olhar fixo em mim, como uma fera à espreita, observando sua presa.

Meu corpo inteiro tremia de medo. Encolhi-me, tentando cobrir meu corpo por causa da vergonha.

Parado diante de mim, ele se mantinha calado. Também não fui capaz de identificar qualquer expressão em seu rosto.

"Não... Eu..." Minha voz falhou, e minha língua pareceu travar, impedindo-me de terminar de falar.

Ele então se abaixou vagarosamente. Com um único gesto, pude notar que ele tinha sido criado em um ambiente nobre e elegante. Quem poderia imaginar que, por trás de toda essa majestade, esse homem fosse tão cruel e sanguinário por dentro?

Ao sentir que seus dedos estavam prestes a alcançar meu corpo, fechei os olhos e não consegui segurar as lágrimas. Eu escolheria a morte agora a ter que viver carregando essa vergonha. "Mãe, me ajude, por favor..."

Entretanto, por alguma razão, a dor que eu esperava não veio. Ao invés disso, senti meus pulsos sendo soltos das amarras. Surpresa, abri lentamente os olhos. Ele realmente havia me desamarrado.

Sem qualquer hesitação, me levantei apressadamente e recuei, procurando manter distância dele. Continuei recuando até esbarrar em uma parede. Encostei-me firmemente na parede, cruzei os braços sobre o peito e o observei atentamente.

No momento em que levantei o olhar, um casaco foi arremessado sobre mim, cobrindo grande parte do meu corpo. O aroma frio e floral do casaco invadiu minhas narinas.

Depois de recuperar os sentidos, tirei o casaco e o encarei com desconfiança.

"Vista isso." Sua voz era fria, embora não houvesse nenhum sinal de intenção assassina.

Apesar de eu compreender por que muitos viam sua aparência como implacável, ele parecia um pouco diferente, não sendo tão cruel quanto eu havia imaginado. Será que isso tinha algo a ver com o nosso vínculo de parceiros?

Fiz o que ele mandou e vesti o casaco, deixando-me envolver mais uma vez pelo incrível aroma do meu parceiro. Mordendo o lábio, o observei se inclinar na minha direção, mas não senti mais aquela urgência em me manter tão vigilante. Na realidade, parecia que meu coração estava ansioso por algo mais.

O que ele queria dizer para mim?