Capítulo 5 Luna Rivera.

Chego a Boston e descubro que eu e Kim ficaríamos na mesma hospedagem. Foi maravilhoso! Embora em prédios diferentes, seremos vizinhas. Fomos até o prédio da diretoria para resolver o que era preciso. Kim me acompanhou até o local em que eu moraria no campus e, depois, seguiu para o dormitório dela, que ficava em outra área. Fico parada olhando para aquele prédio cinza espetacular, que é bem grande. Inalo profundamente, olhando para o papel nas minhas mãos que indica o andar e o quarto para onde vou. Sigo até as portas duplas, insiro a senha no teclado e as portas se abrem.

Entro e, no saguão do prédio, há alguns sofás e mesas, que imagino serem para estudarmos. Ando até o elevador e aperto o botão. As portas se abrem e entro, seleciono o andar e o elevador sobe tocando uma música alegre. Quando paro no meu andar e saio, o corredor está bem silencioso, para o horário. Ainda não são nem 20h, e nunca havia visto um campus tão tranquilo como esse, embora só tivesse visto em filmes.

Passo o cartão-chave na porta do meu dormitório e, quando ela se abre, gritos me surpreendem.

- Bem-vinda! - Olho para as duas garotas que pulam, com balões na mão e atirando confetes umas nas outras.

Sorrio ao perceber o entusiasmo delas. Uma pega minha bagagem e a outra me puxa para dentro.

- Enfim, nos conhecemos pessoalmente! Já nos conhecíamos por videoconferência, eu sou a Kéfera e essa é a minha melhor amiga Jullyete.

- Olá, eu sou a Lunna. É uma satisfação finalmente poder conhecê-las. - Sorrio.

- O prazer é nosso! - diz Jullyete.

- Vem, vamos dar uma olhada no nosso quarto! - A morena, segurando o meu braço, me puxa e saímos de um corredor.

- Aqui é a sala, com a cozinha, ali o lavabo, e aquela porta... é o quarto. - Ela abre a porta e o cômodo é amplo, com paredes brancas e alguns toques de vermelho, rosa e lilás. Três camas de solteiro, uma mesa comprida com três cadeiras, e uma porta ao lado que imagino ser o closet.

- Uau! Consideravelmente muito maior que o meu quarto lá em casa! - digo, admirada.

- E então, como foi a viagem? Conheceu algum gatinho no aeroporto? - Jullyete pergunta, dando uma piscadela.

- Não ligue para ela, essa é igual a pé, o chinelo encaixou, já está servindo! - sorrio e elas me contam como as coisas funcionam no campus...

*Alguns dias depois...*

Estou sentada no sofá da nossa pequena sala, lendo o livro do cursinho de inglês. Preciso estar bem preparada. Kéfera, assim como Jullyete, falaram que iriam me ajudar. Keké está fazendo um suco para nós e Jullyete mexendo em seu celular. A campainha toca, me levanto e abro a porta. Kim sorri e me abraça, me pegando de surpresa.

- Oi, amiga! Como está? Quero te fazer um convite. - Ela olha para dentro do dormitório e depois para mim novamente. - Está ocupada?

- Oi, Kim, estou bem! Vem, entra. - Ela entra e sorri para as meninas que estão na sala, olhando para nós. - Meninas, essa é a Kim.

- Muito prazer, Kim, me chamo Jullyete, mas pode me chamar de Jully. - Ela diz, se levantando e abraçando Kim, que retribui.

- Muito prazer, Jully.

- Sou a Kéfera, mas me chamam de Keké. - Ela faz o mesmo que Jully e vejo que todas já se tornaram amigas.

Elas conversam sobre tudo, e Kim descobre que o pai de Kéfera conhece o senhor Fiore, o pai dela, que cuida das finanças da Joias Lazúli, a empresa de joias egípcias que o pai de Kéfera quer tanto que ela assuma.

Depois de um tempo, o celular de Kim toca e ela atende.

- Oi, Adam! - Houve um silêncio e depois ela fechou os olhos, suspirando. - Ok, já estou indo, vim só buscar uma amiga. - Ela me olha e sorri. - Ok... ok, já estou indo. - Ela desliga e se levanta.

- Aconteceu algo?

- Na verdade, vim te convidar para irmos assistir ao jogo do meu irmão.

- Mas preciso estudar...

- Precisa disso agora, não! - Jullyete diz, pegando o livro que estava no meu colo.

- Concordo com ela, você precisa se divertir e conhecer o campus - Kéfera diz, mas é interrompida.

- Menina, tem vários gatinhos por esse campus, então você tem que ir! - disse Jully, interrompendo Keké, que revira os olhos.

- Viu! Nós todas concordamos, agora vamos! - Kim diz, pegando a minha mão, quase me derrubando. Assim, saímos do nosso pequeno apartamento/dormitório e, mesmo com os meus protestos, Kim ignora, apenas continua me levando.

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Estamos todos sentados na arquibancada, as arquibancadas estão lotadas, e o jogo entre os Desbravadores e o time da faculdade, o Boston Queise, está prestes a começar. As líderes de torcida fazem o seu show, e o mascote corre pelo campo, fazendo a alegria das pessoas.

- Vamos ver o meu irmão jogar! Sei que faz alguns dias que chegamos, mas ainda não falei com ele, só aquela ligação rápida. - Kim diz, com o braço entrelaçado no meu.

Não demora muito, os times começam a entrar no campo, e a energia do público é contagiante. O estádio inteiro parece vibrar. Todos começam a gritar, e o som das palmas e dos gritos reverbera no meu peito. Esse é o meu primeiro jogo de faculdade, e a emoção das pessoas é simplesmente eletrizante.

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O time da faculdade venceu por 12 a 5, e a cada vez que Kim pulava para comemorar, me arrastava com ela. Fiquei até zonza! Caminhamos em direção ao local onde a vitória seria comemorada. Era uma casa grande, toda feita de pedra, imponente e charmosa. Entramos, e o espaço era vasto. Algumas pessoas já bebiam, outras dançavam, algumas até se pegavam, e Kim me puxava cada vez mais para o centro daquela agitação.

Assim que chegamos na área da piscina, ela soltou minha mão e correu para os braços de um cara alto, com ombros largos e cabelos escuros e bagunçados. Seu rosto parecia ter sido esculpido, tão perfeito que me senti perdida por um momento, como se todo o lugar tivesse se iluminado quando ele sorriu para Kim.