Segredos.
img img Segredos. img Capítulo 4 Não posso esquecer-te
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Capítulo 6 O contrato img
Capítulo 7 Decisões a tomar img
Capítulo 8 O principio img
Capítulo 9 A reunião img
Capítulo 10 Na água img
Capítulo 11 Não consigo largar img
Capítulo 12 Obsessão silenciosa img
Capítulo 13 Esquecimento img
Capítulo 14 O inevitável img
Capítulo 15 15 img
Capítulo 16 16 img
Capítulo 17 17 img
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Capítulo 19 19 img
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Capítulo 51 51 img
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Capítulo 4 Não posso esquecer-te

A noite parecia mais escura do que o habitual. As luzes piscantes do hospital ficavam para trás enquanto eu caminhava apressada em direção ao meu pequeno apartamento. Não conseguia parar de pensar nele, no seu olhar, no beijo que havia acendido algo em mim que eu ainda não compreendia completamente.

O vento gelado roçava meu rosto, mas minha mente estava em chamas. Cada lembrança de sua presença fazia meu coração disparar. Sacudi a cabeça, tentando recuperar o controle.

"Concentre-se, Mary. Isso não significa nada", repeti para mim mesma, embora não conseguisse acreditar totalmente.

Quando estava a poucas ruas de casa, um carro preto parou ao meu lado, tirando-me dos pensamentos. Congelei, o peito subindo e descendo rápido. As portas se abriram, e vários homens saíram do veículo.

-Quem são vocês? – perguntei, minha voz trêmula, enquanto dava um passo para trás.

Um deles, alto e vestido com um terno impecável, me olhou com seriedade.

-Nosso chefe deseja falar com você.

-Quem é o seu chefe? O que ele quer comigo?

Ele não respondeu. Em vez disso, aproximou-se e abriu a porta traseira do carro. O ar ao meu redor pareceu congelar quando vi quem estava sentado lá dentro.

Era ele.

Sua figura era tão imponente quanto sempre, e seus olhos escuros se fixaram nos meus com uma intensidade que me fez sentir exposta. Minha respiração travou por um momento, e o calor subiu às minhas bochechas enquanto as lembranças do beijo voltavam com força.

Não sei se foi coragem, estupidez ou apenas uma atração irracional, mas antes que percebesse, meus pés já se moviam em direção ao carro. Entrei sem dizer uma palavra, e a porta se fechou atrás de mim com um clique suave que ressoou como um martelo no meu peito.

O veículo começou a se mover, e o silêncio em seu interior era quase insuportável. Eu podia sentir o olhar dele fixo em mim, mas não tive coragem de encará-lo. Finalmente, ele quebrou o silêncio.

-Tentei manter distância de você.

Sua voz era baixa, grave e carregada de uma frustração que parecia dirigida mais a ele mesmo do que a mim.

-Do que você está falando? – perguntei, forçando-me a levantar os olhos e enfrentá-lo.

Ele se inclinou ligeiramente para frente, com os cotovelos apoiados nos joelhos, enquanto seus olhos permaneciam nos meus.

-Não consigo te esquecer, Mary. Desde o momento em que te vi no hospital, você se tornou algo que não posso ignorar.

Sua confissão me deixou sem palavras. Minha respiração acelerou enquanto eu tentava processar o que ele acabara de dizer.

-Isso não faz sentido – murmurei, balançando a cabeça.

-Faz mais sentido do que você imagina.

-Por que eu? – perguntei sem conseguir evitar.

Ele sorriu, um sorriso perigoso, mas incrivelmente atraente. Inclinou-se para mim, seu rosto cada vez mais próximo.

-Porque você é diferente. Porque, quando olho para você, tudo o mais desaparece.

Meu coração estava prestes a sair do peito. Queria dizer algo, qualquer coisa, mas as palavras não saíam.

-Quero ter você, Mary. Possuí-la. Quero que seja minha, mas sob as minhas condições.

Suas palavras eram diretas, brutais. A honestidade crua em seu tom me deixou atordoada.

-Eu não sou esse tipo de mulher – respondi com a voz trêmula, tentando recuperar o controle.

Ele sorriu novamente, mas dessa vez havia algo de ternura em seus olhos.

-Eu sei. É por isso que estou aqui. Porque você não é como as outras.

O carro seguiu em silêncio por alguns segundos que pareceram eternos. Ele se aproximou um pouco mais, seu rosto a centímetros do meu.

-Pense nisso, Mary. Não precisa ser complicado.

Minha mente era um caos. Queria gritar com ele, dizer que estava louco, mas tudo o que conseguia fazer era olhá-lo. Sua proximidade, seu cheiro, sua presença... Tudo me envolvia e fazia sentir coisas que nunca havia sentido antes.

-E se eu disser que não, o que você vai fazer? – perguntei, tentando manter a firmeza na voz.

Seus olhos brilharam com algo sombrio, algo que me fez estremecer.

-Então serei obrigado a te esquecer. Mas vou te dizer uma coisa, Mary: não quero te esquecer.

Antes que eu pudesse responder, ele fechou a distância entre nós. Seus lábios encontraram os meus com uma urgência que me deixou sem fôlego. Esse beijo era diferente do da cobertura. Era mais intenso, mais exigente, como se ele quisesse gravar sua presença em cada fibra do meu ser.

Minhas mãos se agarraram à sua camisa sem que eu percebesse, tentando encontrar algo em que me apoiar enquanto o mundo parecia desmoronar ao meu redor.

Quando ele se afastou, sua respiração estava pesada, e seus olhos, escuros e cheios de uma paixão que me queimava.

-Mantenha-se longe de mim se não puder lidar com isso – sussurrou, sua voz rouca, antes de se recostar no assento e chamar o motorista.

O carro parou em frente ao meu prédio. Permaneci imóvel, sem saber o que fazer ou dizer. Ele se inclinou uma última vez em minha direção, seu rosto tão perto que eu podia sentir sua respiração na minha pele.

-Pense bem, Mary. Porque eu não costumo dar segundas chances.

Com isso, abriu a porta e me ajudou a sair. Fiquei na calçada, vendo o carro preto desaparecer na noite.

Minha mente era um turbilhão de emoções. Eu sabia que deveria esquecê-lo, me afastar de tudo isso, mas havia algo nele, algo em mim, que não podia ignorar.

Enquanto subia as escadas em direção ao meu pequeno apartamento, uma única pergunta ecoava na minha mente: O que eu vou fazer agora?

            
            

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