Segredos.
img img Segredos. img Capítulo 5 A sua casa
5
Capítulo 6 O contrato img
Capítulo 7 Decisões a tomar img
Capítulo 8 O principio img
Capítulo 9 A reunião img
Capítulo 10 Na água img
Capítulo 11 Não consigo largar img
Capítulo 12 Obsessão silenciosa img
Capítulo 13 Esquecimento img
Capítulo 14 O inevitável img
Capítulo 15 15 img
Capítulo 16 16 img
Capítulo 17 17 img
Capítulo 18 18 img
Capítulo 19 19 img
Capítulo 20 20 img
Capítulo 21 21 img
Capítulo 22 22 img
Capítulo 23 23 img
Capítulo 24 24 img
Capítulo 25 25 img
Capítulo 26 26 img
Capítulo 27 27 img
Capítulo 28 28 img
Capítulo 29 29 img
Capítulo 30 30 img
Capítulo 31 31 img
Capítulo 32 32 img
Capítulo 33 33 img
Capítulo 34 34 img
Capítulo 35 35 img
Capítulo 36 36 img
Capítulo 37 37 img
Capítulo 38 38 img
Capítulo 39 39 img
Capítulo 40 40 img
Capítulo 41 41 img
Capítulo 42 43 img
Capítulo 43 43 img
Capítulo 44 44 img
Capítulo 45 45 img
Capítulo 46 46 img
Capítulo 47 47 img
Capítulo 48 48 img
Capítulo 49 49 img
Capítulo 50 50 img
Capítulo 51 51 img
Capítulo 52 52 img
Capítulo 53 53 img
Capítulo 54 54 img
Capítulo 55 55 img
Capítulo 56 56 img
Capítulo 57 57 img
Capítulo 58 58 img
Capítulo 59 59 img
Capítulo 60 60 img
Capítulo 61 61 img
Capítulo 62 62 img
Capítulo 63 63 img
Capítulo 64 64 img
Capítulo 65 65 img
Capítulo 66 66 img
Capítulo 67 68 img
Capítulo 68 69 img
Capítulo 69 70 img
Capítulo 70 70 img
Capítulo 71 71 img
Capítulo 72 72 img
Capítulo 73 73 img
Capítulo 74 74 img
Capítulo 75 75 img
Capítulo 76 76 img
Capítulo 77 77 img
Capítulo 78 78 img
img
  /  1
img

Capítulo 5 A sua casa

O som do ventilador girando no teto foi a única coisa que acompanhou meus pensamentos naquela noite. Deitei na cama, olhando para cima, sentindo uma mistura de cansaço e confusão se agitar dentro de mim. Como tinha acabado envolvida com um homem tão misterioso, tão avassalador? Cada vez que fechava os olhos, sua imagem voltava à minha mente. Seu olhar penetrante, suas palavras cheias de intenção e, acima de tudo, o sabor de seus lábios nos meus.

Tentei afastar aquela sensação, mas meu corpo parecia me trair; um calor desconfortável se instalava em meu ventre, como uma chama que se recusava a apagar.

O amanhecer chegou cedo demais. Mal dormi algumas horas, mas precisava me levantar para ir à universidade. A rotina era a única coisa que poderia me distrair, ou pelo menos foi o que pensei enquanto me arrumava.

No campus

O sol brilhava forte quando saí das aulas. Os corredores do campus estavam cheios de estudantes conversando, rindo, vivendo suas rotinas. Tentei me misturar àquele ambiente, caminhar rapidamente até a saída, mas tudo mudou num instante.

Eu o vi.

Parado ao lado de um carro preto, vestido impecavelmente, irradiando uma mistura de autoridade e perigo. Meus passos vacilaram ao encontrá-lo. Ele parecia deslocado, como se o tempo tivesse parado ao seu redor.

Aproximei-me, e antes que pudesse dizer algo, ele abriu a porta do carro para mim, sem falar nada.

- De novo aqui? - perguntei, tentando soar desafiadora, mas minha voz traiu um leve tremor.

Ele não respondeu. Apenas me olhou com uma ligeira inclinação de cabeça, como se estivesse avaliando minha resistência. Algo dentro de mim se rebelou. Entrei no carro sem pensar duas vezes, deixando que o barulho da porta ao fechar falasse por mim.

Não demorou muito para que ele também entrasse. O carro arrancou, e a tensão no ar era tão densa que podia ser cortada com uma faca.

- Para onde estamos indo? - perguntei finalmente, cruzando os braços.

Ele virou o rosto na minha direção, sua expressão inalterada, mas seus olhos... Seus olhos diziam tantas coisas ao mesmo tempo que era impossível decifrá-las.

- Para a minha casa.

Essas três palavras caíram como uma bomba no meu peito. Minha respiração acelerou e, sem perceber, apertei as pernas. Um calor estranho se instalou em meu ventre, e minha mente lutava entre o pânico e uma curiosa excitação que eu não conseguia controlar.

- E por que eu iria com você? - perguntei, tentando recuperar algum controle.

- Porque você vai - respondeu com calma, como se minha resistência não tivesse importância.

Decidi não responder. Sabia que discutir com ele era inútil. Suas razões eram um enigma, mas havia algo em sua presença que me empurrava a segui-lo, como se estivesse presa em sua órbita.

O trajeto foi curto, mas cada segundo pareceu eterno. Quando chegamos, ele saiu do carro e deu a volta para abrir a minha porta.

- Vamos - disse, estendendo a mão.

Hesitei por um momento, mas no final aceitei. Seus dedos eram firmes, quentes, e uma corrente elétrica percorreu meu braço ao tocá-lo.

Ele me conduziu por um caminho de pedras que levava a uma enorme mansão. A estrutura era majestosa, imponente, mas o que mais me surpreendeu foi o silêncio. Apesar da quantidade de pessoas ao redor, todos pareciam invisíveis, movendo-se com eficiência e sem prestar atenção em nós. Ninguém me olhou, ninguém disse uma única palavra.

- Por que ninguém me olha? - perguntei, tentando acalmar meu desconforto.

- Porque sabem o lugar deles - respondeu, puxando suavemente minha mão enquanto me levava até uma sala que parecia um escritório.

O espaço era amplo e elegante, decorado com móveis escuros e uma enorme janela que deixava entrar a luz do sol. Sobre a mesa havia uma pasta que ele pegou e estendeu para mim.

- O que é isso? - perguntei, olhando para o documento.

- Um acordo - respondeu, seu tom frio e calculista. - E um contrato de confidencialidade.

- Um acordo para quê?

- Para você e para mim.

Meus olhos fixaram-se nos dele, tentando encontrar algum indício de brincadeira, mas seu rosto permaneceu impassível.

- Do que está falando? - insisti, sentindo minha paciência começar a se esgotar.

- Quero estar com você, Mary. Mas há regras.

- Regras? Que tipo de regras? - Meu tom subiu ligeiramente, mas ele não pareceu se importar.

- Quero que você seja minha. Somente minha. Mas isso precisa ser feito de um jeito que funcione para ambos.

Minha mente se encheu de perguntas, e meu corpo respondeu com um formigamento desconfortável que eu não conseguia controlar.

- E se eu disser que não? - perguntei, cruzando os braços.

Ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós. A intensidade do seu olhar era esmagadora, e minha respiração acelerou involuntariamente.

- Então não vou mais te incomodar - disse, sua voz agora mais baixa, quase um sussurro. - Mas não posso prometer que farei isso sem me arrepender a cada segundo da minha vida.

O silêncio se tornou mais pesado. Eu não sabia o que dizer nem o que fazer. Finalmente, decidi perguntar:

- Por que eu?

Seus olhos buscaram os meus, e por um momento, jurei ver algo além de sua fachada fria: vulnerabilidade.

- Porque com você tudo é diferente.

Não consegui responder. Suas palavras tiraram meu fôlego, e antes que pudesse reagir, ele segurou meu rosto entre as mãos e me beijou.

O beijo era tudo o que eu temia e mais. Sua boca reivindicava a minha com uma mistura de paixão e necessidade que me fazia tremer. Meus dedos se agarraram à sua camisa, tentando encontrar algo em que me segurar enquanto o mundo parecia desmoronar ao meu redor.

Quando finalmente se afastou, sua respiração estava pesada, assim como a minha.

- Leia o contrato - disse, sua voz rouca. - E pense no que você realmente quer, Mary.

Com essas palavras, ele se afastou, deixando-me sozinha no escritório com a pasta em mãos.

                         

COPYRIGHT(©) 2022