O CEO e a Espiã Infiltrada
img img O CEO e a Espiã Infiltrada img Capítulo 5 La verdade pela metade
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Capítulo 6 A Armadilha das Sombras img
Capítulo 7 A Beira do Abismo img
Capítulo 8 As Sombras do Passado img
Capítulo 9 Entre Sombras e Mentiras img
Capítulo 10 O Jogo das Sombras img
Capítulo 11 Verdades Ocultas img
Capítulo 12 Revelações img
Capítulo 13 Nas Sombras img
Capítulo 14 Entre o Dever e o Desejo img
Capítulo 15 Uma Trégua Instável img
Capítulo 16 Uma verdade incômoda img
Capítulo 17 Laços na Tempestade img
Capítulo 18 Alianças Frágeis img
Capítulo 19 O Jogo Final img
Capítulo 20 A Ausência Inquietante img
Capítulo 21 Sinais Ocultos img
Capítulo 22 Desvendando o Enigma img
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Capítulo 5 La verdade pela metade

A manhã seguinte chegou com um céu cinza, prenunciando mais chuva. Alejandro Ferrer já estava de pé, cumprindo sua rotina habitual, mas algo parecia diferente. A tensão no ar havia aumentado, como se cada passo que dava o aproximasse de uma verdade incômoda e sombria que ele não estava preparado para enfrentar. Sua mente ainda girava em torno da mensagem anônima da noite anterior: "Não confie em Lucía. Ela sabe mais do que diz." Essas palavras ecoavam incessantemente em sua cabeça, e, embora tentasse não dar muita importância, algo dentro dele dizia que não deveria ignorá-las.

Na sua sala, Alejandro observava a chuva escorrendo pela janela. Não tinha ânimo para começar o dia. As sombras que o cercavam há semanas permaneciam presentes, e ele não via como se livrar delas. A investigação sobre o sabotagem na Aureum Corp estava cada vez mais complexa. Carlos Muñoz continuava sendo uma peça-chave no quebra-cabeça, mas as pistas eram vagas. A rede de intrigas na empresa era maior do que imaginava, e, por alguma razão, Lucía Torres estava no centro de tudo.

Antes que pudesse se perder mais em seus pensamentos, o intercomunicador o interrompeu.

- Senhor Ferrer - disse a voz de sua assistente, Mónica -, a senhorita Torres está na recepção. Diz que precisa falar com o senhor.

Alejandro ficou tenso. Embora tivesse decidido não confiar plenamente em Lucía, não podia negar que havia algo nela que o intrigava. Talvez fosse sua firmeza ou aquele olhar intenso e determinado. Mas ele não podia se dar ao luxo de cair em seus possíveis jogos. Sabia que as coisas já estavam fora de controle e precisava manter-se firme.

- Pode deixá-la entrar - respondeu, tentando manter a calma.

Lucía entrou na sala sem hesitar, sua presença preenchendo o ambiente. Vestia um elegante vestido preto, simples, e seus cabelos castanhos caíam suavemente sobre os ombros. Seus olhos encontraram os de Alejandro, e, por um instante, ambos se mediram, como se tentassem decifrar os pensamentos um do outro.

- Senhor Ferrer, espero não estar incomodando - disse Lucía com tranquilidade.

Alejandro ergueu a mão em um gesto de cortesia.

- Não é incômodo. Em que posso ajudá-la?

Lucía se sentou sem esperar convite, como se estivesse acostumada àquele tipo de conversa. Alejandro percebeu algo diferente em sua postura: parecia mais difícil de interpretar do que nunca.

- Preciso falar com o senhor sobre algo importante - começou, fixando o olhar em Alejandro. - Estive revisando os documentos relacionados aos projetos recentes da empresa e encontrei algumas irregularidades. Acho que alguém está manipulando os números. Além disso, descobri uma rede de comunicações suspeitas. Algo está acontecendo na Aureum, e não sei exatamente quem está por trás disso.

Alejandro permaneceu em silêncio por alguns segundos, avaliando cada palavra. Algo no tom de Lucía o fazia duvidar de suas intenções.

- E como você sabe de tudo isso? - perguntou Alejandro, arqueando uma sobrancelha. Seu tom era frio, mas controlado.

Lucía manteve a calma, respondendo diretamente:

- Sou observadora. Já trabalhei com esse tipo de projeto antes, e não posso ignorar os sinais. Depois do que aconteceu ontem com as contas, percebi que isso não é coincidência. É um padrão.

Alejandro estava intrigado. Havia algo na história dela que coincidia com o que ele mesmo havia descoberto, mas não estava disposto a aceitar aquilo sem provas mais concretas.

- O que você está dizendo é muito sério, Lucía. Se está insinuando sabotagem, precisamos de evidências claras - disse Alejandro, agora com um tom mais grave.

Lucía o encarou, sua expressão tranquila, mas com uma faísca de determinação nos olhos.

- Tenho as provas, senhor Ferrer. Mas ainda não posso compartilhá-las. Não confio o suficiente em ninguém nesta empresa para arriscar o que encontrei.

Alejandro sentiu uma onda de frustração. Sabia que estava lidando com algo perigoso, mas também sabia que não podia perder a oportunidade de descobrir a verdade, mesmo que isso o colocasse em risco.

- O que você precisa de mim, Lucía? - perguntou, o tom mais suave, mas ainda cauteloso.

Lucía fez uma pausa antes de responder, ponderando suas palavras.

- Preciso da sua ajuda para investigar mais a fundo. Não posso fazer isso sozinha. Há olhos demais sobre mim.

Alejandro a estudou em silêncio, ponderando suas opções. Algo no tom dela parecia genuíno, mas ele ainda não podia ignorar as dúvidas que tinha.

- O que você está pedindo é arriscado - disse ele, finalmente, com o olhar fixo no dela. - Se fizermos isso, não haverá volta. Está preparada?

Lucía assentiu sem hesitar.

- Sim, estou.

Depois que Lucía deixou o escritório, um nó formou-se em seu estômago. Sabia que estava cruzando uma linha perigosa, mas não podia parar agora. A verdade era mais importante que qualquer coisa. Enquanto isso, Alejandro continuava imerso em dúvidas. Lucía havia falado com tanta segurança, mas seria possível confiar nela?

A sensação de desconfiança voltou com força. Ele estava preso em um jogo de intrigas que parecia cada vez mais sem controle. Naquela noite, ao ouvir a chuva tamborilar nos vidros, Alejandro permaneceu acordado, atormentado por uma pergunta que não o deixava em paz: quem realmente estava por trás de tudo isso?

                         

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