Capítulo 4 Os Portais

O brilho das runas nos portais iluminava a clareira, lançando sombras em movimento nas árvores ao redor.

O grupo ONE permanecia parado, observando os três portais à sua frente.

O ar estava pesado, como se o próprio ambiente esperasse suas escolhas.

Kael apertou o cabo de sua lança, observando os portais com atenção.

Três caminhos, três desafios. Essa figura sombria não estava brincando.

Ayla balançou a cabeça, os olhos fixos na pedra onde as runas brilhavam mais intensamente.

Ele disse que nossas escolhas determinariam nosso sucesso ou queda. E se for uma armadilha?

Luiz deu uma risada nervosa, ajustando o arco nas costas.

Armadilha ou não, não viemos até aqui para recuar. Vamos acabar com isso e sair daqui.

Orion deu um passo à frente, o brilho etéreo de sua magia estrelada envolvendo suas mãos.

Esses portais não são normais. Cada um está ligado a uma parte do nosso ser... nossas forças e fraquezas. Eles vão testar quem somos.

Eryndor, que estava mais afastado, observando a figura encapuzada que desaparecia na escuridão, falou baixo, mas firme:

Isso é mais do que um teste. É um ataque às nossas mentes. Precisamos ter cuidado.

Salomão cruzou os braços, a voz grave ecoando pela clareira.

Não importa o que esteja esperando do outro lado. Somos ONE. Enfrentamos coisas piores.

Cada portal brilhava com uma cor distinta: azul, dourado e vermelho.

Orion se aproximou, analisando as energias que emanavam de cada um.

O azul... é um teste de mente, algo ligado ao controle e à sabedoria.

O dourado é um teste de coração, emoções e sacrifícios.

O vermelho... é um teste de força, mas também de vontade.

Kael deu um passo à frente, apontando para o portal vermelho.

Força e vontade? Esse é meu território. Eu vou.

Ayla cruzou os braços, inclinando a cabeça para o portal dourado.

Emoções e sacrifícios... parece meu tipo de desafio.

Orion ergueu a mão.

O azul será meu. As constelações me guiarão.

Luiz deu um passo à frente, gesticulando para os portais.

E nós? Não vamos apenas ficar aqui esperando.

Orion olhou para ele e os outros.

Vocês vão vigiar a clareira e proteger os portais.

Se algo acontecer, estaremos contando com vocês para nos trazer de volta.

Salomão bateu o punho no peito em sinal de aprovação.

Cuidaremos disso. Voltem inteiros.

Kael e o Portal Vermelho

Kael atravessou o portal, sentindo o calor intenso ao seu redor.

Ele emergiu em um deserto ardente, onde uma criatura gigantesca, feita de chamas, o aguardava.

Guerreiro, você acredita que a força sozinha pode superar tudo? a criatura rugiu.

Kael girou sua lança, o suor escorrendo pelo rosto.

Não. Mas é um bom começo.

A criatura atacou, lançando rajadas de fogo, e Kael avançou, desviando por pouco e acertando golpes precisos.

Ele sabia que a força bruta não seria suficiente; precisaria usar estratégia e paciência para vencer.

Ayla encontrou-se em um campo tranquilo, mas vazio.

À sua frente estava uma versão mais jovem dela mesma, chorando enquanto segurava uma espada quebrada.

Quem é você? Ayla perguntou, sua voz firme.

Eu sou seu arrependimento, respondeu a figura, os olhos cheios de dor.

Você sacrificou tanto para chegar aqui. Mas o que sobrou de você?

Ayla sentiu um nó no estômago. As palavras ressoavam profundamente.

Eu sou mais do que meu passado, respondeu ela.

E vou provar isso.

A figura atacou, cada golpe repleto de dúvidas e lembranças. Ayla lutou não apenas com a espada, mas com seu próprio coração, enfrentando suas emoções mais sombrias.

Orion entrou em um espaço infinito, cercado por estrelas em movimento.

No centro, uma figura brilhante que parecia uma versão distorcida de si mesmo o aguardava.

Você se julga um guia, disse a figura, sua voz como um eco.

Mas quem guia você?

Orion fechou os olhos, sentindo a energia ao seu redor.

Eu sigo as estrelas, mas confio no coração daqueles que estão ao meu lado.

A figura lançou uma onda de magia estrelada contra ele, e Orion revidou, cada feixe de luz uma prova de sua fé nos outros e em si mesmo.

Enquanto isso, na clareira, Luiz, Eryndor e Salomão enfrentavam novos perigos.

Raízes sombrias emergiam novamente, tentando destruir os portais enquanto criaturas sombrias avançavam.

Luiz disparava flechas encantadas, mantendo as criaturas afastadas, enquanto Eryndor protegia as runas dos portais com tiros precisos.

Salomão, com sua espada pesada, derrubava as raízes, protegendo a clareira com força bruta.

Eles precisam voltar logo! gritou Luiz, disparando mais uma flecha.

Salomão respondeu, sua voz firme:

E se não voltarem, nós os traremos de volta!

Um a um, os portais começaram a brilhar intensamente, anunciando o retorno de Kael, Ayla e Orion. Cada um emergiu exausto, mas vitorioso, carregando as marcas de seus desafios.

Orion, ofegante, olhou ao redor.

Todos estão bem?

Kael assentiu, embora estivesse visivelmente abalado.

Nunca pensei que um teste pudesse ser tão intenso.

Ayla respirou fundo, limpando o suor da testa.

Mas passamos. Isso é o que importa.

Enquanto o grupo se reunia novamente, a figura encapuzada reapareceu, sua voz ecoando pela clareira.

Vocês provaram sua força, coração e mente.

Mas esta é apenas a primeira de muitas provações. Preparem-se, ONE.

O verdadeiro desafio ainda está por vir.

E com isso, a figura desapareceu, deixando o grupo em silêncio, mas mais determinado do que nunca.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022