Capítulo 4 O tempo passa, mas não quero te encontrar

Dois anos depois...

Muita coisa havia mudado nestes dois anos, ela estava morando com sua tia, e ainda procurava um emprego para recomeçar.

Todos os dias ela enviada currículos, mas hoje, quando viu o horario, era o momento de alimentar as crianças.

O tempo, mesmo que pouco, havia sido gentil com Victória. O desamparo e fragilidade que ela sentia antes, foram substituidos por uma força de vontade enorme de fazer acontecer, e com esse amadurecimento refletiu ainda mais em sua beleza.

Desde que ela fora expulsa de casa, ela procurou a família da sua mãe, para ser mais especifica, sua tia, Valentina, já que ela foi a única que restou da família Burdeos.

Então, um mês depois do ocorrido, ela descobriu que estava grávida, e o primeiro pensamento que passou por sua mente foi se livrar do bebê, mas depois de ver duas sombras no ultrasom, algo dentro de si mudou.

Ela terminou seus estudos, e desde que se tornou mãe, ela deu o melhor para os criar.

Victória entrou na cozinha sem pressa e começou a fazer o café da manhã, as crianças e sua tia ainda dormiam. Enquanto ela esperava eles acordarem, ela recebeu uma resposta da agencia de moda, seu currículo tinha sido aceito, e ela deveria ir às 09 horas.

Ela não conseguia acreditar, ela finalmente tinha um trabalho, e poderia finalmente sustentar seus filhos e sua tia.

Valentina saiu do quarto, segurando as mãos da crianças.

- Vic, por que acordou tão cedo?

Victória desligou o telefone e correu em sua direção, Mattewdo-lhe um abraço.

- Tia, eu consegui um emprego, eu finalmente terei a minha renda.

- Você conseguiu um emprego? - Havia uma surpresa na voz de Valentina. - Isso não é uma brincadeira, certo?

Victória apenas negou com a cabeça, e se ajoelhou para abraças seus adoráveis gêmeos.

As crianças, apesar de serem da mesma idade, Enzo era mais velho que Lara, já que ele nasceu 15 minutos antes, o que o tornava o irmão mais velho. Eles haviam acabado de completar um ano, e não sabiam muitas palavras, a não ser "mamãe".

- Eu vou dar comida para eles primeiro, tenho que ir para o escritório às 09 horas! - Victória falou antes de pegar Enzo e Lara.

Ela se sentou no sofá e começou a alimenta-los.

Victória os alimentava desde que nascera, o leite com formula era muito caro, e ela se sentia mal gastando o dinheiro de Valentina, mas, felizmente, ela tinha leite de sobra, mesmo depois de um ano.

Quando ela chegou no local, ela estava bem em frente ao prédio do Grupo Carson, ela não tinha percebido que a agência ficava localizada naquele prédio.

Ela então percebeu que poderia encontrar Jackson novamente, no prédio que ele possuía e trabalhava. Mas, ela precisava desesperadamente do emprego e do dinheiro, então, com a pouca coragem que tinha, ela entrou no prédio, afinal, se ela o encontrasse, ela poderia se virar e ir embora.

Ela não tinha mais sentimentos quando se tratava de Jackson, e a história deles havia ficado no passado.

Ao entrar no enorme saguão, ela aperto o botão do elevado, a agência de design ficava no décimo primeiro andar, e ela se concentrou apenas nisso.

Uma comoção interrompeu o funcionamento do edificil de repente, um grupo de homens bem vestidos apareceu no corredor do primeiro andar sem qualquer aviso, e eles estavam indo em sua direção.

O homem que liderava o grupo, era se não, o próprio presidente, Jackson Carson.

Sua chegada atraiu a presença de diversas mulheres, afinal, ele era a perfeição masculina. O homem que cada mulher desejava para si.

Victória, costumava ser uma dessas mulheres, hoje, não mais!

Ela nunca ganharia o favor dele, além disso, ele ainda acreditava que ela havia o drogado e então, tudo que ela queria, era ficar bem longe dele.

Ela estava no elevador, com os olhos baixos e sua mente perdida em pensamentos sobre o passado, mas antes que a porta do elevador se fechasse, ela viu um par de sapatos pretos entrar, e o perfume de Jackson preencheu todo o elevador.

Victória respirou fundo, e o aroma encheu seus pulmões.

Droga, ela precisava sair dali!

Se ela ficasse por mais tempo, ele iria reconhece-lá, e então, eles ficariam presos no mesmo elevador, e isso, não era o que ela queria. Mas, antes que pudesse dar um passo para frente, as portas do elevador se fecharam.

E os olhos de Jackson caiu sobre ela, e então, sua feição se fechou.

- O que você está fazendo aqui? Qual é a armadilha desta vez? - Sua voz era fria como inverno.

Ela sabia. Ele ainda se lembrava dela.

Victória não sabia o que responder, pois nada do que ela falasse ele iria acreditar, então, com um subita onda de coragem, ela respondeu.

- Você não se acha demais? Não estou nenhum um pouco interessada em você!

O olhar de Jackson endureceu quando ele ouviu as palavras de Victória.

Era obvio que Victória foi a primeira pessoa que ousou falar com ele assim, e o fato é que mesmo depois de dois anos, aos olhos dele, ela era a pessoa que armou para ele e o drogou.

Victória percebeu que ela foi grossa, então, ela ousou apenas ficar em silêncio, rigida, com medo de se mover.

Por outro lado, Jackson respirou fundo para segurar toda a raiva que sentia. Ele não era um homem com sentimentos, que guardava rancor ou que gostava de dificultar a vida das mulheres, mas Victória era diferente.

Ela o drogou.

E ainda, transou com ele.

E agora, ela teve a coragem de aparecer na frente dele, então, isso o deixou naturalmente indignado.