A Esposa do Ceo
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Capítulo 5 5

O ar dentro da caminhonete era denso, e eu não conseguia parar de respirar com dificuldade. Cada movimento dos homens ao meu redor parecia amplificar o medo que me invadia. Estava presa, imóvel, e tudo o que podia fazer era tentar memorizar as rotas, os rostos dos homens que me vigiavam, mas minha mente estava prestes a explodir.

Estava completamente sozinha, sem possibilidade de me defender, sem saber se voltaria a ver Ethan, nem se algum dia encontraria uma saída. Minhas mãos tremiam de nervosismo, e o silêncio dentro da caminhonete, quebrado apenas pelo ronco do motor, estava me enlouquecendo.

Tentei manter a calma, como sempre fazia em momentos de angústia, mas algo dentro de mim se quebrou. O medo, a ansiedade e o desespero se misturaram em um turbilhão incontrolável que me dominou. Foi como se algo que esteve adormecido por anos tivesse despertado, algo reprimido. E antes que eu percebesse, me vi gritando, pela primeira vez na vida.

Minha voz, vinda do mais profundo da minha garganta, ecoou no espaço fechado da caminhonete. Minhas palavras não eram claras, apenas gritos de terror, como se eu estivesse tentando expulsar tudo o que guardei dentro de mim por tanto tempo. Meu corpo se convulsionava a cada grito, e por um momento, eu não reconheci a pessoa que estava naquele assento.

- Me soltem! Por favor, me soltem! - gritei entre soluços, sem pensar, sem controle.

Nunca havia falado dessa maneira, nunca tinha permitido que minha voz chegasse tão longe. Sempre me limitei a usar gestos, a ficar em silêncio, a me submeter à mudez imposta por anos de abuso e dor. Mas naquele momento, essa dor disparou como uma flecha, e eu não pude evitar. Minha garganta ardia, meu peito parecia prestes a explodir.

Os homens ao meu redor se entreolharam, surpresos com meu grito. Ninguém esperava que eu falasse, muito menos que o fizesse com tanta angústia. Um deles se aproximou de mim, agarrou meu braço com mais força e me forçou a ficar em silêncio. Mas eu não conseguia. O pânico não me deixava.

- Cala a boca! - gritou o homem ao meu lado.

Tentei me soltar, mas não consegui. Naquele momento, tudo o que eu queria era fugir, escapar daquele pesadelo, daqueles homens que me mantinham refém. Mas não podia, e me senti ainda mais vulnerável ao perceber no que havia me transformado naquele instante: uma mulher gritando, quebrada, completamente à beira do colapso.

Meu corpo tremia de medo, raiva e impotência. E enquanto lutava para respirar, o som do motor da caminhonete mudou. Em vez de seguir pelo caminho que vínhamos percorrendo, fizemos uma curva e paramos. O motor foi desligado, e meu coração acelerou ao ouvir os homens se movendo ao meu redor, como se estivéssemos prestes a chegar a algum lugar, a um destino do qual eu nada sabia.

A porta se abriu com um estrondo, e senti um puxão no braço, me arrastando para fora. O ar frio me atingiu de imediato e me cegou por um instante. Eu estava tão atordoada que nem consegui ver onde estávamos, apenas senti as luzes brilhantes, as sombras alongadas dos prédios e uma pista de pouso. Meu corpo estava rígido, incapaz de se mover. Estava aterrorizada demais para pensar, só queria que tudo aquilo acabasse.

Me empurraram em direção a um pequeno avião estacionado perto de nós. A rampa estava abaixada, e eu podia ouvir as vozes dos homens ao meu redor. Seus passos se aproximavam, o som de suas botas ecoando nos meus ouvidos, mas então algo estranho aconteceu: ouvi um som familiar. Um som que me fez parar por um segundo.

- Não toquem nela! - Uma voz firme cortou o ar.

Era Ethan. Não podia ser. Minha mente não conseguia processar, mas ao vê-lo, tudo o que eu sentia desmoronou. Lá estava ele, de pé diante de mim, com uma expressão decidida, mas também surpreendida. Eu não esperava por isso. Nem sequer imaginei que ele estaria ali, mas estava. E o vi, com seus olhos fixos em mim, sua presença imponente fazendo os outros homens hesitarem.

Um alívio profundo percorreu meu corpo, mas ao mesmo tempo, uma onda de incredulidade me atingiu. Sempre foi ele, a única pessoa que poderia me salvar. Eu não entendia como, nem por quê, mas ali estava ele, e algo dentro de mim gritou seu nome:

- Ethan!

Minha voz saiu misturando alívio, surpresa e desespero. Era a primeira vez que pronunciava seu nome com tanta clareza, e não pude evitar que as lágrimas começassem a rolar pelo meu rosto, se misturando ao suor frio da minha testa.

Ele deu um passo na minha direção, e seus olhos se arregalaram surpresos ao me ouvir. Por um instante, suas feições se suavizaram, mas rapidamente ele recuperou a compostura. Ainda assim, seu olhar permaneceu fixo em mim, como se estivesse avaliando a situação, tentando entender o que acabara de acontecer.

- Lía? - perguntou, como se não acreditasse no que via.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Minhas mãos ainda tremiam, mas agora me sentia um pouco mais forte. Algo dentro de mim havia mudado. E embora eu não soubesse o que o futuro reservava, naquele momento, soube que o pesadelo estava chegando ao fim.

No entanto, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Ethan se virou e deu uma ordem aos homens que o acompanhavam. Eles foram rápidos, eficientes, e antes que eu percebesse, já tinham me cercado. Os homens que me mantinham refém foram imobilizados em segundos, e um deles caiu no chão, desarmado. A confusão reinava entre eles, mas Ethan não demonstrava o menor traço de surpresa ou medo. Sua expressão era fria como sempre, mas seus olhos brilhavam com uma determinação feroz.

- Tire ela daqui - ordenou a um de seus homens, apontando para mim com um gesto.

Me seguraram pelo braço com suavidade, mas firmeza, e me conduziram até uma caminhonete estacionada a poucos metros dali. Eu não conseguia parar de olhar para Ethan, tentando entender o que tinha acontecido, como ele me encontrara em um lugar tão distante da segurança de sua casa. Mas não havia tempo para perguntas. Tudo estava acontecendo rápido demais.

Quando finalmente entramos na caminhonete, Ethan se aproximou de mim, seus olhos ainda fixos no meu rosto. Por um momento, as palavras ficaram presas na minha garganta. Como explicar? Como dizer a ele que eu havia me quebrado, que havia falado pela primeira vez apenas para gritar seu nome? Mas isso teria que esperar.

- Agora você está segura - disse ele em voz baixa, seu olhar suavizando por um instante.

Era tudo o que eu precisava ouvir.

                         

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