Capítulo 4 Evitando o exame médico

Alana lançou ordens aos empregados: "Rápido, tirem Lena daqui! Certifiquem-se de que nenhum Harvey a veja!"

As feições de Lena refletiam as de Alana num grau perturbador e, se algum Harvey a visse, as perguntas seriam inevitáveis.

Com o olhar baixo, Lena deixou que a levassem.

Momentos depois, os visitantes entraram.

Na linha de frente, Reese Harvey, a mãe de Dylan, entrou com sua presença imponente, ladeada por uma comitiva que transpirava autoridade.

Alana deu um passo à frente com um sorriso acolhedor. "Reese, que surpresa! Justamente hoje à noite eu e Dylan planejávamos te visitar."

Os olhos afiados de Reese percorreram o ambiente, analisando cada detalhe antes de ela responder friamente: "Soube que você e Dylan passaram a primeira noite juntos, então achei apropriado vir aqui."

Sem sequer dar espaço para uma resposta, ela se virou ligeiramente e fez um gesto para um homem de avental branco atrás dela: "Doutor Murray, examine minha nora e determine quando podemos esperar um herdeiro."

O corpo de Alana enrijeceu, e todo resquício de cor deixou seu rosto.

Ela recuou um passo involuntário, como se a realidade tivesse acabado de desabar sobre ela. "Dylan voltou recentemente. É muito cedo para esperar uma gravidez, não acha? Essas coisas acontecem no tempo certo."

Reese não piscou, seu olhar fixo e incômodo. "Dylan tem muitas responsabilidades. Se ele perder tempo com romance, como espera que se concentre nos negócios da família? Como esposa, é seu dever dar à luz alguns herdeiros para apoiá-lo."

Percebendo a hesitação de Alana, ela arqueou levemente uma sobrancelha antes de pressioná-la com um tom inquisitivo: "Ou será que há algo que você não está nos contando?"

O coração de Alana disparou e, por um instante, ela sentiu a garganta secar. Se a família de Dylan descobrisse que a mulher com ele na noite anterior não era ela, o destino da sua própria família poderia estar comprometido.

Tentando soar firme, ela respondeu apressadamente: "Claro que não. O que exatamente o doutor Murray fará para me examinar?"

Antes que o médico pudesse sequer abrir a boca, Reese interveio de forma brusca: "O doutor Joseph Murray tem seus próprios métodos. Ele pode determinar sua fertilidade e se você já engravidou apenas com um simples check-up."

O ar pareceu escapar dos pulmões de Alana enquanto ela absorvia essas palavras. "Dylan e eu estamos casados há três anos, mas só ficamos juntos de verdade ontem à noite. Como eu poderia ter engravidado antes disso?"

Se Dylan não tivesse passado os últimos três anos no exterior, ela jamais teria procurado conforto em outro lugar, nem estaria lidando com as consequências de um aborto espontâneo agora.

Um único exame seria suficiente para revelar a verdade.

Seus olhos se moveram nervosamente pelo ambiente enquanto sua mente procurava uma saída. "E se... e se eu estiver menstruada hoje? O exame ainda pode ser feito?"

A resposta de Joseph veio fria, calculada: "Não se preocupe. Meu diagnóstico será preciso, independentemente do seu ciclo."

O pânico tomou conta dela, espalhando-se como fogo em palha seca. Se o exame fosse feito, a verdade sobre seu aborto espontâneo viria à tona, portanto, ela não podia permitir que isso acontecesse.

Desesperada, ela disse: "Reese, não estou me sentindo bem... Preciso ir ao banheiro primeiro. Você e o doutor Murray podem esperar por mim?"

Reese franziu a testa, claramente irritada. "O exame não vai demorar muito."

O coração de Alana disparou, e seu rosto queimou de urgência. "Prefiro não passar vergonha na sua frente."

Reese zombou: "Faça o que quiser."

Sem perder tempo, Alana lançou um olhar rápido aos empregados, murmurou ordens para que entretivessem Reese, e depois ligou para sua mãe, pedindo para a mesma voltar para casa. Em seguida, ela saiu apressada, indo em direção aos aposentos dos empregados.

"Cadê aquela vadia? Tragam ela aqui!"

Alana olhou furiosamente para os empregados, que apontaram rapidamente para uma sala.

"Não se preocupe, já cuidamos dela. Ela está inconsciente agora."

Sem pensar, Alana ergueu a mão e desferiu um tapa no rosto do empregado que falara. "Idiota! Quem te mandou bater nela?"

Os empregados ficaram confusos, incapazes de entender por que Alana, sempre tão autoritária, agora demonstrava um tipo de proteção inesperada em relação a Lena.

Todos ali sabiam o quanto Alana havia sido cruel e impiedosa com ela no passado.

"Acorde ela, agora! Façam o que for preciso, mas tragam ela de volta!", Alana ordenou, sua voz carregada de desespero.

A urgência no seu tom bastava para que os empregados corressem sem hesitar. Ao entrarem no cômodo, eles encontraram Lena desmaiada no chão, rodeada por pinos espalhados ao redor.

O cenário deixava evidente o sofrimento pelo qual ela havia passado.

Sem perder tempo, os empregados lançaram mão dos primeiros socorros mais imediatos, e até borrifaram água fria sobre seu rosto.

Depois de alguns instantes, Lena finalmente recobrou a consciência. Ainda tentando recuperar o fôlego, ela se deparou com o olhar gélido de Alana, que não perdeu tempo antes de impor sua vontade: "Lena, a mãe de Dylan está aqui. Você precisa subir e se apresentar no meu lugar pra ser examinada pelo médico."

Lena enxugou a água do rosto e fitou Alana com um olhar firme.

Por trás da rigidez de Alana, havia um certo medo.

Um sorriso irônico surgiu nos lábios de Lena, fazendo com que os olhos de Alana se arregalassem de raiva. "Sua vagabunda, o que esse sorriso significa? Você ousa me desafiar?"