Capítulo 5 Capítulo 5

(Ponto de vista de Nikolai)

"Sem acordo! Não me submeterei às exigências deles", desliguei a ligação depois de ouvir o que meus inimigos queriam em troca da paz para o meu povo. Joguei meu celular em direção ao meu guarda-costas, Drake, e passei a mão pelo meu cabelo em frustração.

"Se é guerra que querem, é isso que daremos a eles!"

Drake riu e levantou as mãos no ar, mostrando que se rendia: "Ó, poderoso Alfa Nikolai, o temido Alfa do Norte. Nem mesmo a Deusa de Lua gostaria de começar uma guerra contra você."

Sentindo que o Drake estava zombando de mim, joguei meu cigarro em direção a ele, quase queimando seu suéter: "Zombe de mim de novo e vou te jogar dessa varanda, sua vareta de cutucar estrela. Vá buscar roupas limpas e comida pra minha mulher. Certifique-se de que ela esteja se sentindo confortável e bem protegida. Eu mesmo vou esclarecer essa m*rda com a Rainha de Averna."

Se não fosse pela experiência do Drake na guerra e suas boas habilidades de luta, eu não o teria contratado para ser meu guarda-costas. Um homem alto e magro, mas rápido como um raio. O Lobo mais rápido que já conheci na vida. Mas, provavelmente, ele era o único lobo que ousava zombar de mim sempre que sentia vontade. Eu não fazia ideia do por que o mantive ao meu lado todos esses anos.

Que m*ldito irritante!

"Seu desejo é uma ordem, meu Alfa mais temido do reino. Eu vou cuidar bem da sua preciosa bruxinha fofa", Drake cantarolou, com as mãos no ar, e bufou com uma risada curta.

"O que é tão engraçado? Você quer morrer hoje, Drake?", eu não conseguia acreditar que o meu segundo no comando, o Beta Ivan, tinha recomendado o Drake para ser meu guarda-costas e assistente temporário. Eu deveria cortar a língua dele um dia.

"Eu nunca te vi apaixonado por uma mulher antes. Uma humana ainda por cima", Drake esfregou o queixo e sorriu enquanto continuava falando, "Não. Não é uma humana, não. Pior, é uma bruxa. Você não acha que ela parece familiar? Poucas mulheres aqui em Averna têm cabelo ruivo. Qual é mesmo o nome dela?"

"Ashley. Pare de falar e pegue um pouco de comida pra nós. Suma, Drake", eu o empurrei em direção à porta da varanda e voltei ao meu quarto.

Vendo a cama vazia, meu corpo congelou enquanto meus olhos olhavam em volta e meu nariz farejava tentando encontrar o cheiro dela, "Onde di*bos ela tá?! Vá encontrá-la!"

Drake assentiu com a cabeça e andou rapidamente pelo quarto. Ele o verificou, assim como fez com o banheiro a fim de procurá-la. Debaixo da cama, atrás das cortinas, no armário... ela não estava em lugar nenhum.

Ele então saiu do quarto para dar uma olhada na cobertura. Eu sabia que ela tinha ido embora. Eu não conseguia mais sentir a presença dela lá.

"Cadê você, lindinha?"

Meu lobo, Blake, ficou louco quando sentiu que minha companheira não estava mais lá.

'Eu disse pra você marcá-la!'

'Você deveria tê-la acorrentado à cama!'

'Como você consegue ser tão descuidado!?'

'É tudo culpa sua!'

Blake estava me culpando sem parar na minha cabeça. Era irritante e estava fazendo com que eu perdesse o controle da minha mente, não me deixando pensar com clareza. "CALE-SE!", gritei.

Por um momento, Blake ficou em silêncio. Finalmente, paz.

'Então, por que você não a marcou?'

'Ela colocou um feitiço em você pra te deixar idiota?'

Revirei os olhos e rosnei. A paz durou apenas alguns segundos antes de Blake começar a me fazer um monte de perguntas.

'Eu tinha que respeitar a Ashley. Ela é uma humana, o que significa que ela não poderia nos rejeitar depois de ser marcada', expliquei para o meu lobo, que sabia disso, mas era teimoso demais para aceitar.

'Nikolai. Recuso-me a acreditar que nossa companheira nos rejeitaria. Eu senti a conexão. Foi forte', Blake disse enquanto se esforçava para assumir o controle do meu corpo. Fechei os olhos e o empurrei de volta para dentro, rejeitando-me a me transformar na minha forma de lobo.

'Pare com isso, Blake! Nós vamos encontrá-la. Ela pode ter usado um feitiço pra encobrir vestígios da presença dela. Mas, agora, sabemos sua aparência. Sabemos seu nome. Quão difícil vai ser localizá-la?', eu disse conforme andava pelo meu quarto para ver se ela tinha deixado algum pertence para trás.

Mas não vi nenhum. Ela foi meticulosa.

Antes de sair do quarto para me encontrar com o Drake, meu celular tocou. Era uma chamada da minha mãe.

"Mãe, não é uma boa hora pra ligar, tô ocupado."

"Filho, você precisa voltar pra casa. Pamela tá aqui te esperando. Você se lembra dela, certo? Ela cresceu e se tornou uma mulher tão forte e bonita. Uma loba forte nela a tornaria uma candidata tão boa pra ser sua esposa", minha mãe continuou tentando me convencer a voltar para casa e me encontrar com a mulher com quem ela queria que eu me casasse.

Eu debochava só de pensar nessa ideia. Pamela poderia até ser uma mulher forte e bonita que minha alcateia definitivamente aceitaria como minha Luna, mas eu não sentia nada por ela. Nenhuma conexão.

"Encontrei minha companheira", interrompi minha mãe, o que foi seguido por um momento de silêncio em ambos os lados da linha.

Então, eu consegui ouvir os gritos de animação dela e, em seguida, vários aplausos acompanhados de outras vozes.

Ela me colocou no viva-voz? Quem mais estava lá com ela? Suspirei aborrecido.

"Ah, meu filho querido, estamos tão felizes em ouvir isso. Seu tio Igor e a família dele também estão aqui, esperando você voltar pra casa. Mal posso esperar pra conhecer sua companheira. Conte-me tudo sobre ela."

Minha mãe era a mulher mais meiga que já conheci.

No passado, muitos não concordaram que meu forte pai acasalasse com uma loba fêmea fraca como ela. Mas meu pai estava obcecado pela beleza da minha mãe.

"Amor à primeira vista", disseram. Era isso que eu estava sentindo pela Ashley?

Ashley era realmente linda e eu conseguia sentir que ela era uma mulher forte. Ela era realmente uma bruxa? Por um momento, meu coração bateu mais rápido do que o normal. Suor estava se formando na minha testa.

Minha família aceitaria a Ashley, uma bruxa como minha Luna?

Quando meu pai, o grande Vlad Wulfgard faleceu, minha mãe só tinha a mim para se apoiar. Assim como a alcateia do meu pai.

Uma grande responsabilidade que tive que carregar por vários anos. Muitas guerras contra outras alcateias no reino foram travadas para que eu conseguisse manter a devida glória do nome Wulfgard.

Muita morte e sangue derramado. Eu era invicto e temido.

Eles me chamavam de Alfa Sombrio.

E, agora, preciso encontrar minha companheira.

Pois, se meus inimigos a alcançassem primeiro, eu não tinha certeza se ela sobreviveria ao ataque.

Desliguei a ligação com minha mãe sem me despedir e saí do meu quarto.

Gritando de raiva, dei minha ordem aos meus homens:

"Encontre-a, custe o que custar. Proteja-a!"