Capítulo 5 Lagrimas

Jordan se permitiu uma pausa em sua rotina, mesmo que momentânea, imerso na calmaria após um dia de trabalho. A papinha de ervilhas que as crianças adoravam ainda estava fresca na sua mente, assim como os risos infantis que ressoavam pela sala de aula. Contudo, mesmo entre as lembranças serene, um peso se instalava em seu peito como uma sombra persistente, lembrando-o do acontecimento incomum na cidade - o corpo encontrado à margem do rio.

Uma noite, enquanto reecontrava seu irmão em suas memórias, Jordan viu-se transportado para um passado que não ousava revisitar. A brisa que entrava pela janela parecia sussurrar segredos do passado, e ele não pôde evitar que os olhos se enchessem de lágrimas. Lembrava-se de quando sua irmã, tão cheia de vida, sorriu para ele pela última vez. O sol se punha sobre eles no parque, refletindo suas risadas nas cores quentes do horizonte. Até aquele dia, Jordan imaginava que o futuro era brilhante, repleto de esperanças - até que um trágico acidente levou sua irmã, quebrando a frágil estrutura do que entendia como felicidade.

As memórias dançavam em sua mente como fantasmas, cada uma formando um mosaico de dor. Sempre que pensava na fatalidade, a culpa o seguia como uma nuvem escura e implacável. A voz de sua irmã ecoava em seu coração: "Nunca se esqueça de viver, Jordan!". Ele se sentiu dividido entre o que tentava preservar

- a imagem de um homem exemplar e seguro - e a vulnerabilidade que pulsava dentro dele. Podia ouvir a risada alegre de crianças na escola, mas agora, aquelas risadas se desenhava como um lembrete da fragilidade da vida. As noites em claro o amedrontavam, e as memórias de sua irmã eram frequentemente tragadas pelas preocupações sombrias que pareciam se intensificar a cada dia.

                         

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