Moeda de Troca
img img Moeda de Troca img Capítulo 4 A fuga
4
Capítulo 6 A filha de Vitorian img
Capítulo 7 No território dele img
Capítulo 8 Como ele é img
Capítulo 9 Enfrentando img
Capítulo 10 O medo de uma nova vida img
Capítulo 11 O olhar img
Capítulo 12 Quebrando as primeiras regras img
Capítulo 13 O irritando img
Capítulo 14 Esperando a noite img
Capítulo 15 A constatação assustadora img
Capítulo 16 O presente em forma de punição img
Capítulo 17 Os olhos verdes img
Capítulo 18 Muler img
Capítulo 19 Agindo contra seus inimigos img
Capítulo 20 O retorno img
Capítulo 21 Cuidando de Esmen img
Capítulo 22 Trégua img
Capítulo 23 O caderno img
Capítulo 24 A hora chegou img
Capítulo 25 Fique perto img
Capítulo 26 O princípio do ritual de casamento img
Capítulo 27 Provocações img
Capítulo 28 Gideon img
Capítulo 29 No mesmo quarto img
Capítulo 30 Deve se vigiar as palavras img
Capítulo 31 Atraída img
Capítulo 32 Muito perto img
Capítulo 33 Mudanças porque somos um casal img
Capítulo 34 Toques ilusórios img
Capítulo 35 Ousadia de Gideon img
img
  /  1
img

Capítulo 4 A fuga

(Esmen)

Repousando a mão sobre minha barriga, fiz cara de desconforto. Não havia comido nada mesmo.

- Não comi nada hoje. - Fiz cara triste.

- Minha barriga dói por falta de um desjejum. Como posso ser apresentada para o rei Tauron tão fraca? E se não aguentar a viagem?

Nesse momento, um deles, depois de novamente trocar olhares, me perguntou se queria algo em especial.

- Apenas me mostrem a cozinha. - A desconfiança não os deixou.

- Serei rápida. Não quero passar vergonha diante do rei vizinho. - Fiz minha melhor cara de timidez, ciente de não ter o rosto completamente visto por causa do véu de rendas floradas.

- Vamos mostrar... - Fiz uma jogada de mão descartando a possibilidade.

- Não precisa, apenas me mostrem o caminho.

- Não podemos. A vossa alteza irá fugir. - Disse um deles.

- Eu irei comer. Como posso fugir de barriga vazia? - Encarei ambos.

Um franziu o cenho, e, trocando olhares novamente, me apontaram a direção:

- É por ali. - Lancei uma cara de satisfação na direção deles, não poderia sorrir, causaria mais desconfiança.

Seguindo para a cozinha, fui acompanhada até a porta pelos dois.

Assim que abri as portas do espaço, avistei várias pessoas, a maioria cozinhando, outros ajudando. Um banquete estava sendo feito.

"Certamente é para a recepção do rei."

Permaneci perto da entrada, observando cada movimento deles. Quando fui percebida, parada na entrada da cozinha, eu os vi pararem o que estavam fazendo para se curvarem levemente.

- Bem-vinda, sua alteza! - Em uníssono, fui cumprimentada.

Recebi em silêncio. Não era culpa deles a minha infelicidade, porém, de alguma forma, eram cúmplices do meu pai.

- O que deseja? - O chefe de todo o grupo deu um passo à frente, me olhando atentamente, mas não se aproximou.

Analisei o espaço enquanto o respondia, fazendo aquilo para ser mais convincente de que estava apenas curiosa e provavelmente sendo inocente.

- Estou sem um desjejum. Então aproveitei para conhecer a cozinha e pegar algo para comer.

- Oh! Sinta-se à vontade! - O homem recuou.

- Vou escolher algo e depois provar um pouco de cada um, gosto de provar as diversidades. - Não demonstrei minha intenção, fingindo estar interessada no banquete quase completo, estendido sobre a mesa longa perto de onde estava.

- Temos um provador real, sua alteza.

- E hoje serei eu. - Não deixei espaço para contestar, mas ele o fez.

- Alteza, não é seguro.

- Por acaso estão tentando matar o rei? - Os encarei.

- Ou essa é a ordem do rei? Matar o rei Tauron e a filha bastarda, como matou a prometida dele?

O silêncio foi um tapa no rosto.

"Não pertenço a esse lugar."

- Estarei bem aqui. Não preciso de mais nada! - Dispersei a atenção deles.

Ele baixou a cabeça em compreensão e então ordenou que todos voltassem a suas tarefas.

Me aproximei da mesa, fingindo não espionar as pessoas ao redor.

O espaço era grande o suficiente para o dobro de uma dezena de pessoas, sobrando um espaço considerável por mais o tamanho da mesa longa.

"Acabei de acusar um grupo de pessoas de tentativa de envenenamento e não me sinto culpada. Parece certo."

Capturei um pequeno bolinho, o joguei na boca, comendo rapidamente. Era uma delícia, poderia me aliviar a fome.

Aprovando a criação, saí provando cada especialidade. Nem todos estavam aprovados, mas fazer aquilo me ajudava a ser realista para os soldados guardando a porta e para o chefe de cozinha, que acabava de tirar a atenção de mim, acreditando não ter outras intenções.

Observava o meu entorno constantemente, havia armários, fornos, mesas, muitas panelas e utensílios. Tudo era grandioso, no entanto, o que me interessava era a porta, não muito longe da equipe ajudante.

"Geralmente se precisa de uma segunda porta para ter mais agilidade em entregas pelos fundos."

Restava saber o quão longe ela me levaria.

- Isso não serve! - Reclamou o chefe, depois de provar uma sopa feita por seu subordinado.

"Isso vai ser descartado a qualquer momento." Esperei.

Depois de alguns bolinhos aqui e ali, alguém precisou abrir a porta para descartar a sopa.

Mal a porta abriu, eu já passava por ela, quase esbarrando no pobre homem assustado com uma panela enorme e fervente.

- Espere! - Ouvi um dos soldados.

Corri como nunca, agarrada aos lados do vestido. Como havia pensado, a porta dava acesso sem vigília à floresta que rodeava o castelo.

"Sorte que você não se importa com os pobres empregados da cozinha, papai." Se o rei se importasse com aquelas pessoas, haveria uma extensão de muro ali.

A neve parecia estar com vinte centímetros de altura acima do chão. Tive que sair quase pulando, enquanto chutava a neve muito pesada em contraste com o peso do tecido do vestido, que já ficava úmido.

- A princesa fugiu!!! - Ouvi os gritos atrás de mim.

O castelo inteiro já tinha recebido o alerta.

"Corre, Esmen!" Me forcei a continuar firme.

O caminho feito até a floresta era pior que estar dentro dela. As árvores afastadas, grandes, robustas e bonitas melhoraram o volume da neve. As raízes longas me faziam tropeçar vez ou outra quando passava por perto de seus troncos.

Minha corrida foi aliviada com menos alguns centímetros de neve. O meu maior problema era que não conseguia despistar os soldados atrás de mim. Havia uma tropa que eu não podia contar, todos dispostos a agradar seu rei capturando a princesa fujona.

Corri muito, as pernas fraquejavam de cansaço. Eu era uma boa corredora, sempre vivi no campo, mas nunca tinha experimentado correr nessa época.

O frio maltratava minha pele, parecia penetrar os ossos. Os dentes batiam incessantemente. O véu era extremamente fino sobre meus olhos e rosto, este sempre balançava por causa da minha respiração ofegante.

- Lá está ela! - Ouvi alguém gritar atrás de mim.

Olhei por cima do ombro, apenas para encontrar a poucos metros alguns soldados a cavalo.

Mal voltei os olhos para frente, as pernas fraquejaram. Me vi soltando o tecido do vestido grosso para tentar proteger meu rosto.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022