Capítulo 6 Capítulo 6

"Bem, sim, claro." Catherine sentou-se ao lado da cama e perguntou, "Quem mais você esperava? Seu companheiro sádico, evasivo, frio como o gelo?"

Eu era como um fantoche rígido com olhos vazios. "Catherine, não fale assim dele, ele é o Alpha da nossa alcateia. Ele é realmente-"

"Realmente o quê?" Catherine zombou. "Te trata apenas com gentileza? Sophia, seja honesta consigo mesma, você realmente acredita nisso? Então, ele é o Alfa, grande coisa. Mas que tipo de Alfa falha em proteger sua companheira?"

Companheira. Eu repeti a palavra silenciosamente em meu coração. A culpa estava pinicando.

Eu realmente não era a companheira de Vincent. Normalmente, um lobisomem que tinha alcançado a idade de dezoito anos encontraria sua companheira sob a orientação da Deusa da Lua, mas infelizmente eu era incapaz de me transformar em lobo, muito menos encontrar minha companheira.

Sem essa habilidade, eu me sentia fraca, eu me sentia. humana.

E por alguma razão desconhecida, a companheira de Vincent tinha demorado para aparecer e nunca veio até ele. Ou talvez ele realmente a tivesse encontrado, mas tinha rejeitado a garota por causa de Marianne.

Quanto a Marianne, eu não me importava com quem era seu companheiro, e ela jamais revelaria isso para mim. Ela acreditava firmemente que ela e Vincent eram destinados a ficar juntos. Disse quem? Disse a Deusa da Lua condenada? Mas os dois nem sequer eram companheiros um do outro.

"Alô? Terra chamando Sophia?" Catherine acenou com a mão diante dos meus olhos, me tirando do meu devaneio. "Me diga, quando foi a última vez que você sorriu? Seu casamento é um inferno vivo. Só vai sugar toda a sua vitalidade."

"Não é!" Eu refutei, mas meu rosto pálido e abatido não era convincente o bastante.

Catherine olhou dentro dos meus olhos. "Que tipo de feitiço Vincent colocou em você para se enganar assim? Sophia, eu o vejo frequentemente com Marianne. Eles só têm olhos um para o outro, e não fazem segredo disso. Ele não te ama. Por que você ainda está sofrendo por ele, esperando que ele volte para você?"

Eu sabia que ela tinha boas intenções, mas isso não me impediu de sentir um pontada no coração quando ouvi o que ela disse.

"Mas eu não posso deixá-lo", eu sussurrei. Eu não podia deixar Vincent.

Oito anos atrás sua figura tinha sido profundamente gravada em meu coração e eu nutri o amor por tanto tempo. Eu não apenas o salvei naquela noite; eu entreguei meu coração.

Catherine sabia que não havia nada que ela pudesse dizer para me fazer mudar de ideia.

Foi então que ouvi uma batida na porta.

"Quem é?" Catherine perguntou para mim.

A porta se abriu lentamente, e a figura de Marianne apareceu atrás dela.

"Estou aqui para te ver," Marianne sorriu docemente com as mãos atrás dela, "minha querida irmã."

"Para quê?" Eu perguntei.

"Ah, preciso conversar com você."

"Some daqui!" Catherine estava furiosa. "Você não merece falar com a Sophia."

"Isso não tem nada a ver com você, tem? Estou aqui para a minha irmã." Marianne sorriu, mas estava frio.

"Sua irmã? Não me faça rir! Uma irmã não rouba o homem da outra!"

Catherine parecia estar prestes a entrar numa briga acalorada com Marianne. Tentei intervir, "Estou meio com fome, Catherine. Você poderia pegar algo para eu comer?"

Percebendo que eu estava tentando desviá-la daqui, ela revirou os olhos para mim antes de abrir a porta e sair.

"Vejo que tem uma amiga para todas as horas," disse Marianne. Ela se aproximou, trazendo consigo o cheiro de Vincent.

"Oh?" Marianne pareceu extremamente satisfeita. "Você notou isso?"

Uma dor aguda se espalhou pelo meu coração, e minha voz tremeu: "Por que você cheira como o Vincent?"

"Por que você não me diz, minha querida irmã?" A mão de Marianne tocou a parte de trás do próprio pescoço. "Você pode não ser uma lobisomem pura, mas tem um faro aguçado. Por que cheiro como Vincent? Porque fui marcada por ele. Isso responde à sua pergunta?" ela falou arrastando as palavras.

Minha respiração parou por um momento, meu rosto ficou pálido. "Marcada? Por que ele te marcou?"

Mas aquilo era um privilégio apenas para companheiros.

"Estou surpresa que sinta necessidade de perguntar. Vincent se importa comigo e com o bebê em minha barriga, e você precisa da marca de seu companheiro para acalmar enquanto está grávida. Por favor me diga que você sabe disso. Ou..." - Marianne fingiu estar surpresa - "Vincent ainda não te marcou?"

Olhei para Marianne. Ela tinha o rosto de uma boneca, mas a língua de um demônio, e cada palavra que ela dizia era como uma faca, me golpeando repetidamente.

Porque ela estava certa. Eu ainda não havia sido marcada por Vincent.

Essa percepção fez meus baixo ventre contrair com dor. Eu juntei os pedaços do meu coração partido e disse para Marianne, "E daí? Pelo menos o bebê no meu útero é do Vincent, e o seu?"

Me lembrei do que tinha ouvido naquela noite sobre Marianne dormir com outro homem por engano; se ela estava grávida, restava uma questão sobre quem seria o pai dessa criança.

O rosto de Marianne se contorceu em raiva por um momento, mas logo ela recuperou a compostura. "Meu bebê é do Vincent, sem sombra de dúvidas. Já se perguntou por que você sempre esteve sozinha em casa? Vincent tem estado comigo todas as noites durante este mês; ele nunca se cansa de mim. Você consegue imaginar o prazer celestial que ele me proporcionou? Ah, espere, você não pode. Uma noite e você está fora."

Suas palavras eram espinhos. Ela jogou um documento na minha frente. "Vincent me pediu para te entregar este acordo. Assine o mais rápido possível. Uma mulher humilde como você só vai envergonhá-lo como sua companheira."

Minha dignidade, que eu havia conseguido manter, despencou quando tive o monte de papéis em mãos.

Vincent estava prestes a me rejeitar.

Todo o meu corpo parecia ter caído em uma adega de gelo, congelando-me até os ossos.

Apesar de ter sido avisada de que ele iria dissolver o relacionamento comigo, ainda senti minhas mãos e pés ficarem dormentes quando a realidade me foi apresentada.

Vincent queria que eu assinasse isso e fizesse com que seus pais acreditassem que eu fui a responsável por propor a separação. Afinal, seus pais gostavam de mim. Eles definitivamente não concordariam se Vincent dissesse isso, mas se eu tomasse a iniciativa eles poderiam considerar se minha união com Vincent deveria continuar.

Marianne estava tão encantada quanto eu estava desanimada.

"Assine. Assine e saia daqui e não apareça no nosso mundo de novo. Qual é o ponto de você se apegar a um homem que nem gosta de você -"

Ouvindo essas palavras, eu não pude deixar de zombar.

No segundo seguinte, peguei o acordo e rasguei o papel em pedaços, atirando-os no rosto de Marianne.

"Sobre meu cadáver assinarei este acordo! Se você pensa que eu vou apenas permitir que você, uma devoradora de homens, pise em mim, então você obviamente não me conhece muito bem. Fora daqui!"

Marianne tinha um talento para trazer o meu pior à tona.

"Bem, bem, bem, o que temos aqui?" Eu não percebi que Vincent estava fixando seu olhar furioso em mim da porta até ele falar.