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A Esposa cega do Dom

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Capítulo 1 Descobrindo o contrato

Matteo

Finalmente chegou o grande dia! O meu dia de assumir o comando da máfia, e a ansiedade corre em minhas veias. Tudo parece estar prestes a mudar.

- Como você sabe, Matteo, uma das regras da máfia é o casamento. Há alguns anos, fiz um acordo com um antigo amigo, e ele me deu a mão da filha dele como parte do trato. Então, você já tem uma futura esposa, disse o meu pai, Rafael com uma tranquilidade que me irritou profundamente.

Fiquei incrédulo. Isso não pode ser verdade, ele está brincando com o meu destino?.

- O senhor não pode estar falando sério, pai! Como vou me casar com uma mulher que eu nem conheço?

- Eu sou o Don agora. Posso escolher a mulher que eu quiser! - respondi, tentando controlar a revolta

Ele balançou a cabeça, desaprovando, como se tivesse um trunfo em mãos e conhecendo o meu pai como conheço, ele tem esse maldito trunfo!Como previsto, ele me lança um sorriso sarcástico e diz:

- Você só assumirá o comando da máfia se aceitar essa condição. Caso contrário, entraremos em guerra, e você perderá parte do seu comando - ele responde com a sua voz firme, sem espaço para negociação.

- O senhor não pode estar falando sério pai. E por que eu nunca soube desse acordo? Eu não vou me casar com qualquer uma! Se tiver que perder parte da máfia, que assim seja!

Ao falar o que sinto, tento manter a calma, mas o sangue ferve nas minhas veias. Nesse momento ele então, pegou um documento, selado e assinado, que comprova o acordo e me entrega.

- Como você sabe filho, a parte norte do estado pertencia ao senhor Carlos. Antes de morrer, ele deixou claro que você só assumirá a parte dele caso se casasse com a filha dele, a April. Ou você se casa com ela, ou não vai assumir o seu lugar de direito. E, ainda por cima, manchará a honra da April.

Ele conclui, mesmo sabendo que no fundo ele me entende, então lança um olhar desafiador que não cabe nenhuma contestação. Saí do escritório furioso. Não era para nada disso estar acontecendo. Eu já tinha os meus planos traçados, planejava me casar com a Gisele. E agora meu pai me aparece com esse acordo arranjado há anos. Como vou contar isso para ela? Gisele sonha com o dia em que eu assumiria a máfia e ela se tornaria a minha esposa.

Fui direto para o apartamento da minha Gisele, onde ela já me esperava como sempre, do jeito que eu gostava, nua e cheirosa. Passei por ela sem dizer nada e fui direto para o bar. Peguei um copo, coloquei gelo e enchi com uísque.

- O que aconteceu, Matteo? Por que você está assim? - ela pergunta, vestindo um roupão e me olhando com frustração aparente.

- Você não vai acreditar!.- eu falo sentindo uma forte dor de cabeça . - O meu pai disse que, para eu assumir a máfia, eu preciso me casar com a filha do Dom Carlos. Eles fizeram um acordo há anos atrás. - Falo logo tudo de uma vez, deixando a amargura evidente na minha voz, Gisele me olha surpresa, completamente incrédula, fica muda por instantes processando o peso das informações, logo depois, dispara:

- Você não pode estar falando sério, Matteo. Você me prometeu que eu seria sua a esposa quando você assumisse a máfia. E agora, como eu fico? - ela responde, já começando o drama habitual, enquanto eu dou um gole longo no meu uísque, tentando me acalmar.

- Como você vai ficar Gisele ? .- eu pergunto desacreditando que ela tá me fazendo aquela pergunta

- isso só pode ser brincadeira!- ela fala nervosa passando a mão no rosto irritada

-Eu vou ter que me casar com uma estranha, uma mulher que eu nunca vi, e você está preocupada com você? - rebato na hora a raiva crescendo no meu interior. Eu não deveria ter vindo aqui. Estava ainda mais nervoso.

Virei o copo de uísque de uma vez e me levanto, indo em direção à porta.

- Vai aonde, Matteo? Você precisa falar comigo! Quero saber como vai ser daqui para frente! - ela grita feito uma louca enquanto eu saio sem olhar para trás, deixando-a falando sozinha no corredor. Entrei no elevador e apertei o botão da garagem.

Dirigi até a boate da família, precisava esfriar a cabeça. Mas, naquele momento, eu não queria ninguém falando nada perto de mim. Voltei para casa ao anoitecer, e assim que entrei,o meu pai já começou a me repreender por causa do cheiro forte da bebida.

- Não te criei para ser imprudente desse jeito. Sobe para o teu quarto e vai tomar um banho para tirar o cheiro da cachaça. Assim que terminar, se arrume. Vamos buscar a sua futura esposa. Sua mãe já está preparando tudo para o casamento amanhã. Depois que consumar o ato, será feita sua posse na máfia - ele falou, autoritário.

Subi sem dizer nada. Tenho 25 anos e ainda não posso tomar as minhas próprias decisões. Achei que, ao assumir a máfia, teria liberdade. Mas vejo que estava errado. Tomei um banho quente, enquanto a água escorria pelo meu corpo, alivia um pouco a minha tensão a ajudava a relaxar os mues músculos tensos.

Me arrumo em frente ao espelho, coloquei uma camisa social, calça jeans, sapatos de couro, passei perfume e ajeitei o cabelo. Minha mãe, Isabel, entrou no quarto, sorrindo.

- Meu filho, você está lindo. Sua futura esposa tem sorte de se casar com você. Quando conheci o seu pai, foi difícil no começo. Ele era muito complicado e arrogante.

- Que isso, mulher! Eu precisava conhecer o terreno primeiro, saber se você era boazinha ou malcriada - o meu pai brincou, abraçando a minha mãe.

- Vamos logo buscar essa mulher, pai. Estou com dor de cabeça e ainda tenho coisas para resolver - falei impaciente, com vontade de acabar logo esse circo.

- Nunca falei nada antes, porque eu ainda era o Don. Agora, espero que você saiba qual é o seu lugar e se lembre de tudo que eu te ensinei. A máfia não é lugar para traidores. Não sei quais promessas você fez para a Gisele, mas espero que saiba onde ela deve ficar! - o meu pai fala e me lança um olhar severo.

- Essa Gisele não é mulher para você; nunca gostei dessazinha. -minha mãe completou, e eu saio sem responder.

Atravessamos a cidade. Quando chegamos à casa de Hanna, a mãe dela, uma senhora de meia idade, muito bem vestida e com olhar sereno abriu a porta, cumprimentando o meu pai.

- Estava ansiosa por isso, senhor Rafael. Um prazer revê-lo. E você também, Don - ela disse, sorrindo para mim.

- Ângela, faz tempo mesmo.

- A Hanna já está pronta? - perguntou o meu pai sem rodeios.

- Sim, senhor, vou chamá-la - respondeu a Ângela, saindo para a chamar sua filha.

            
            

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