Capítulo 4 Conhecendo o ambiente

Hanna

Eu estava bastante nervosa com toda a situação e tudo só piorou depois do que o Matteo me disse. Eu entendo que ele deve estar frustrado com esse casamento assim como eu, porém é uma coisa que tá fora do controle e não temos muito o que fazer e o mínimo é tentar se dar bem já que vamos ser obrigados a conviver juntos.

Assim que ele se aproximou de mim eu senti o cheiro do seu perfume gostoso e agora vai ser assim que vou identificar quando ele estiver no mesmo ambiente que eu. Fiquei curiosa para saber como ele é, porém acho que ainda não é o momento de pedir para conhecê-lo, então vou aguardar.

O caminho para a casa deles foi completamente silencioso e a única coisa que se ouvia dentro do carro era as respirações e o barulho do motor. Chegando na casa deles, a mãe do matteo, me ajudou a descer do carro e me levou até o quarto que ela disse que vou ficar durante esses dois dias até consumarmos o casamento.

- muito obrigado pela ajuda dona Isabel.- eu agradeço a ela

- imagina minha querida, agora nós somos todos uma família e o que você precisar você pode contar comigo tudo bem? Quero uma ajuda para conhecer o quarto?.- eu confirmo balançando a cabeça

- se não for incomodar a senhora, eu gostaria Sim por favor.- ela pega no meu braço e faz me mostrando onde fica cada coisa e por último me levou até o banheiro e acho que consegui memorizar um pouco onde fica cada coisa.

Depois que ela saiu do quarto, eu fui até onde eu me lembrei que estava a minha mala e saí puxando elas arrastando até a cama com cuidado para não bater em nada e acabar me machucando. Fui colocando todas as minhas roupas em cima da cama, e depois que tirei tudo de dentro das malas eu fui até o closet que ela me mostrou e fui tentando organizar as roupas nele. Não vai ficar perfeito, mas pelo menos vai ficar organizado e vou conseguir achar na hora de pegar.

Ouvi a porta se abrindo e parei na mesma hora no lugar que eu estava para ver quem é que estava aqui e senti um cheiro de perfume de flores.

- senhorita Hanna, eu sou a dona ana, sou a governanta da casa e estou aqui para o que a senhora precisar tudo bem? Vim te ajudar a organizar o closet e ver se a senhora precisa de ajuda para ir até o banheiro.

- Oi dona Ana, é um prazer conhecer a senhora.- eu falo com um sorriso.- acho que já terminei de guardar todas as roupas, se a senhora só puder olhar para mim para ver se está tudo certo no lugar.

- claro, Pode deixar que eu olho sim.- ela fala e eu ouço os seus passos indo na direção do closet e sinto quando ela passa do meu lado. - ninguém me contasse que a senhorita não enxergava, Eu juro que não iria descobrir. Tá tudo organizadinho do jeito que eu mesmo Faria.- ela fala e eu dou um sorriso feliz porque consegui arrumar as minhas coisas mesmo não conhecendo muito bem o ambiente.

- obrigada dona Ana.

- estou preparando a mesa do jantar, e se a senhorita estiver com fome daqui a 20 minutos estará servida a mesa e é só descer tudo bem? Se precisar de ajuda pode me chamar aqui da porta que eu ajudo com as escadas.

- muito obrigada, vou tomar um banho e já desço.- ouço a porta se abrindo e ela logo sai e eu vou na direção do banheiro segurando nas coisas para não se machucar.

Coloquei um vestido confortável, prendi o meu cabelo em um coque deixando alguns fios solto na frente, coloquei o meu chinelo que havia deixado ao lado da cama e fui em direção à porta para poder sair. Matteo não apareceu para jantar e fomos só eu, e os meus sogros, eles me contaram sobre algumas coisas do filho e eu fiquei até um pouco mas a vontade porque pelo menos agora sei algumas coisas sobre ele.

Depois da janta eu subir para o meu quarto para descansar, tô bastante ansiosa com o casamento e com o ato depois dele. April sempre me deixou muito insegura dizendo que eu era feia e que tinha o corpo horrível. Eu sei que é mentira, só que não posso deixar de pensar que se esse era o pensamento dela, talvez meu futuro marido também não gosto do que vai ver.

Minha mãe já tinha me explicado que para consumar o casamento, ele precisa mostrar para o conselho o lençol com sangue para comprovar que eu realmente era a mulher dele e que eu era virgem, confesso que achei isso um pouco de mas, porém também achei romântico.

Acordei cedo, O silêncio da casa era reconfortante, e por um momento, pude me permitir relaxar antes de enfrentar o dia. Me levantei com cuidado, tentando não fazer barulho, e nem esbarrar em nada e fui até o banheiro para cumprir minha rotina matinal. O frio do azulejo contra minha pele me fez arrepiar um pouco, mas logo o calor da água do chuveiro me envolveu, trazendo uma sensação de alívio.

Enquanto tomava o banho, minha mente vagava. Pensava no que me aguardava nos próximos dias. O casamento, o ato de consumação... Tudo parecia uma mistura de nervosismo e expectativa. Eu sabia que seria uma mudança drástica na minha vida, mas ao mesmo tempo, não sabia o que esperar. Nunca havia passado por algo assim. Minha mãe sempre falava sobre os desafios que eu enfrentaria, mas ninguém podia realmente me preparar para essa nova realidade.

Quando terminei, me enxuguei rapidamente e vesti o primeiro conjunto de roupas que encontrei, algo simples e confortável, ideal para o café da manhã. Antes de descer, passei uma última vez pela mala, organizando algumas coisas que havia deixado de lado ontem. Ao sair do quarto, desci as escadas lentamente, sentindo a casa ainda em silêncio. Fui andando devagar mas logo ouvi a voz da dona Isabel na cozinha.

- Bom dia, minha querida - ela diz assim que apareci na cozinha. - O café está quase pronto. Sente-se, por favor.

Agradeci com um sorriso tímido e fui até a mesa. O cheiro do café recém-feito me acolheu, e logo percebi que estava começando a me sentir um pouco mais à vontade na casa deles. Não que eu me sentisse em casa ainda, mas era um começo.

Quando a comida estava servida, eu já estava pronta para comer, mas meu pensamento continuava a se concentrar em Matteo. Onde ele estava? Ele ainda não havia aparecido para o jantar e agora, nem para o café da manhã. Isso me deixava ainda mais nervosa. Será que ele não queria me ver? Será que ele estava tão desconfortável quanto eu? Dona Isabel sentou-se ao meu lado, quebrando o silêncio.

- Não quero que se preocupe com o Matteo, minha querida. Ele tem seus próprios modos, mas ele não é uma pessoa ruim. Ele só precisa de um tempo. - Ela colocou uma mão gentil sobre a minha. - Ele vai te respeitar, eu tenho certeza disso.

Eu assenti, agradecida por suas palavras, embora minha mente estivesse em um turbilhão de dúvidas. Eu queria acreditar nela, mas a insegurança me consumia. O que ele realmente pensaria de mim quando me visse pela primeira vez de uma maneira mais íntima? E se ele não gostasse?

Antes que eu pudesse mergulhar mais fundo em meus pensamentos, ouvi passos na escada. Meu coração acelerou por um momento, mas quando a porta da cozinha se abriu, não era Matteo. Era apenas o mordomo da casa, trazendo mais café.

- Senhora isabel o senhor rafael não descerá para o café hoje. Ele tem outros compromissos. Saiu bem cedo de casa e disse que voltaria antes do almoço - Ele disse para ela e logo ouvir os seus passos saindo novamente.

Dei um leve sorriso e continuei a comer em silêncio. Não sabia o que pensar. Ele evitava a interação comigo ou estava apenas distraído com suas próprias preocupações? Dona Isabel, como se percebesse meu silêncio, tentou me confortar novamente.

- A convivência de vocês será difícil no começo, mas com o tempo as coisas se ajeitam. Eu lembro quando eu me casei com o Rafael, no começo não foi nada fácil, mas graças a Deus o tempo me mostrou que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida e eu tenho certeza que com você não será diferente.- Eu queria acreditar. Realmente queria, só que vendo a maneira que o matteo está me tratando, acredito que irá demorar um pouco para ele se acostumar com a ideia.

O dia apareceu que se arrastou e quando finalmente anoiteceu, eu não estava me sentindo muito bem então preferi ficar no quarto e não desci para jantar. Tô com um pouco de dor de cabeça, então tomei um remédio para dor e me deitei para ver se consigo descansar. Acabei cochilando e quando acordei estava morrendo de sede, levantei devagar colocando o meu chinelo e como já decorei o caminho da escada, desci bem devagar me apoiando na parede e quando cheguei lá embaixo, fui seguindo o caminho até ouvir a voz que arrepiou todo o meu corpo e fez o meu coração disparar.

- Tá fazendo o quê?.- Ele pergunta e eu viro na direção que ouvir a sua voz.

            
            

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