Capítulo 3 O Retorno das Sombras

A brisa gélida cortava o rosto de Isadora enquanto ela caminhava pela trilha estreita que levava à aldeia de Santa Clara. Os raios da lua mal conseguiam atravessar as densas nuvens que se acumulavam no céu, e o som do vento assobiava entre as árvores, criando uma melodia sinistra. Isadora havia ouvido as histórias desde criança, mas sempre as considerou apenas isso - histórias. Agora, aos 21 anos, ela se via envolvida em uma trama muito maior do que qualquer um poderia imaginar.

Santa Clara era uma aldeia simples, com casas de pedra e telhados de barro, escondida nas colinas de uma região remota. O vilarejo, longe do olhar curioso dos grandes centros, sempre foi pacato e tranquilo. No entanto, nos últimos meses, uma série de desaparecimentos inexplicáveis abalou a comunidade. Todos os rastros levavam a uma única direção - a Floresta de Fendal, um lugar temido pelos moradores devido aos seus mistérios. Alguns diziam que a floresta era amaldiçoada, outros falavam sobre as sombras que habitavam suas profundezas. Mas ninguém ousava ir lá.

Isadora não era de se deixar intimidar facilmente. Ela havia crescido ouvindo sobre as histórias do Véu Sombrio, uma lenda antiga que seu avô sempre contava em noites frias, quando a família se reunia ao redor da lareira. A história falava de um manto sombrio que concedia imenso poder ao seu portador, mas também trazia consigo uma maldição terrível. Diziam que o Véu havia sido perdido há muito tempo, enterrado nas ruínas de um antigo templo nas profundezas da floresta. Mas e se a lenda fosse real? E se o Véu tivesse sido encontrado?

Naquela noite, algo estranho estava no ar. Os ventos, como se tivessem vida própria, pareciam sussurrar palavras ininteligíveis. Isadora sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto ela avançava, decidida a encontrar respostas.

À medida que se aproximava da entrada da floresta, o som das árvores balançando aumentava. O cenário era desconcertante: a escuridão tomava conta de tudo, e o solo estava coberto por uma neblina espessa, como se as sombras da floresta estivessem ganhando vida.

Isadora respirou fundo e deu o primeiro passo em direção ao desconhecido.

            
            

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