Capítulo 4 Carnaval

Ah, meu querido diário, como tenho te deixado esquecido, mas não é por mal, estou vivendo uma fase muito diferente.

Estou descobrindo a adolescência, nada é fácil, pelo contrário, é muito complicado deixar de ser criança mas ao mesmo tempo ainda não ser adulta, é muito estranho viver no meio da reta numérica, não sou isso e não sou aquilo, sou o que sou sem saber quem de fato eu sou.

Nem mesmo eu sei o que estou sentido, ás vezes estou muito feliz, e ás vezes simplesmente me deixo cair numa tristeza ou mesmo uma raiva, ouvi dizer que a fase dos 20 anos é a mais complicada, mas queria que alguém tivesse me avisado que ter 13 anos não é a melhor coisa do mundo, nem adulta, nem criança, e ainda há quem diz que também não sou adolescente, então eu sou o quê???

Minha mãe está o tempo inteiro pegando no meu pé, meu pai liga de lá do Goiás pra cá porque diz que ficou sabendo de alguma coisa minha, minha tia é mais falsa do que moeda de 4 centavos, minhas amigas da escola não são muito meu tipo de amizade predileto, dá pra quebrar o galho, os garotos que conheço são horríveis de tão feio que são, parecem múmias maconheiras, mas pensando bem, que diabos eu quero com homem nessa idade? Que ideia minha, se eu tivesse focada em fazer algum curso, eu não estaria enfrentando problemas assim.

Mas mudando de assunto, hoje vai ser minha primeira noite de carnaval, minha mãe deixou eu ir com ela, minha tia e minhas primas. Estou ansiosa, quero muito ver como fica a praça da cidade cheia de gente dançando, quero muito curtir um show ao vivo, já até separei minha roupa e minha sandália.

Você reparou que eu disse que vamos sair minhas primas, eu, minha tia e minha mãe? Pois é, apesar da velha ser falsa a gente não tem ninguém aqui além dela, então o jeito é sorrir e acenar. E como de costume, sempre que minha mãe quer sair com minha tia ela vai pra casa dela, se arrumam e de lá vão pra festa, e hoje não vai ser diferente. Vamos ir pra casa da velhota daqui a pouco, vamos resenhar um pouco e depois nos arrumar e descer pra praça.

É isso meu pequeno grande amigo, amanhã eu devo voltar pra te contar cada detalhe de como foi a festa, um beijo profundo nas suas linhas que guardam com carinho cada palavra escrita por mim. Um abraço!