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O som das taças de cristal se estilhaçando ecoava no salão, mas para Isabella, a única coisa que importava era a dor que apertava seu peito. Ela estava ali, em pé diante de Damien Blackwood, com a voz dos convidados se tornando um ruído distante. A troca de votos parecia surreal, como se ela estivesse vivendo um pesadelo do qual não conseguia acordar.
A última lembrança clara que tinha de sua vida antes de tudo isso era sua família, reunida à mesa, discutindo os termos do acordo com a máfia. Seu pai, um homem orgulhoso, agora
olhava para ela com um olhar vazio, como se ela fosse apenas uma peça em um jogo que ele não podia mais controlar. O que mais a doía, no entanto, era o fato de que ela não tinha escolha.
Damien, com seu terno escuro e seu olhar penetrante, parecia tão distante quanto o próprio inferno. Ele a observava com uma calma que a fazia estremecer. Havia algo nele, uma autoridade cruel que a fazia se sentir pequena, insignificante. Ele a tinha como uma propriedade. O casamento não era uma celebração de amor, mas uma barganha. Sua virgindade, sua pureza - tudo isso agora lhe pertenciam. E, no fundo, Isabella sabia que sua vida estava prestes a mudar de maneira irreversível.
"Eu prometo ser sua esposa, obedecer suas vontades e estar ao seu lado, Damien," Isabella sussurrou, quase sem voz, suas palavras saindo como uma obrigação que ela não podia evitar.
Damien não sorriu. Ele apenas acenou com a cabeça, como se fosse algo esperado. Seu olhar permanecia frio, distante, mas com uma ponta de possessividade, como se ela fosse sua mais nova conquista. Ele se aproximou dela, e o calor do seu corpo fez com que Isabella tremesse, mas não de desejo - ela tremia de medo.