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-Eu não quero ouvir mais nenhuma palavra sobre isso!
Jasmine se sentir flutuar, quase de uma forma etérea enquanto observava a cena a sua frente. Um homem e uma mulher estranhamente familiares discutiam bastante alterados enquanto o homem segurava uma pequena trouxa em seus braços. Eles estavam em uma cabana simples, melhor do que a maioria das cabanas de camponeses para ser sincera, mas longe de ser o lugar onde um nobre ou pessoa abastada repousaria, o fogo crepitava na lareira, sendo a única fonte de luz do ambiente, o que dificultava a identificação dos dois rostos que discutiam.
- Isso não é nem sequer razoável, já seria bastante ruim para qualquer mulher saber que tem um bastardo, como se já não bastasse isso, terei que aceitá-lo na minha casa? E pior, você se recusa a sequer me explicar qual a origem dessa criança! - A mulher parecia a beira das lágrimas enquanto tentava futilmente argumentar contra o que, sinceramente, não parecia exatamente um pedido, só... algo que já estava decidido e estava apenas sendo comunicada.
O homem fechou os olhos com força e respirou profundamente antes de continuar a discussão.
- Escute Adessa, você só está tornando isso mais difícil, eu também não tenho escolha a respeito disso, ou você sugere que eu a largue em uma viela qualquer?
Um súbito clarão de reconhecimento passou pela mente de Jasmine, ela acabara de perceber porque essa mulher lhe parecia tão familiar, Adessa era o nome de sua mãe, embora a mulher que ela estivesse vendo fosse bem mais nova, agora que ela tinha ouvido seu nome a semelhança era inegável, a mulher que estava discutindo era sim sua mãe! E se ela era sua mãe então esse homem deveria ser...
- Claro que não Jhon, - JHON!- O único que fez algo de errado aqui foi você, a criança não tem culpa de nada - ela estendeu os braços e pegou a pequena trouxinha dos braços do homem- Eu só acho que o mínimo que mereço é uma explicação adequada.
Quando a mulher pegou o bebê em seus braços, Jasmine conseguiu ver um vislumbre dos cabelos ruivos da criança que estava enrolada nos paninhos como um pequeno presente, a cena a sua frente continuava, mas ela não conseguia ouvir mais nada.
Ela podia ver uma criança pequena aparecendo de uma das portas com um olhar de sono, uma menina, deveria ter cerca de 5 ou seis anos, cabelos castanhos como os de Adessa e de Jhon, seu pai.
A discussão pareceu se alongar mais um pouco enquanto Jhon se esquivava de todas as perguntas diretas, e Adessa cada vez ia sendo menos insistente, até que por fim colocou o bebê para dormir em um cesto improvisado.
A casa foi se afastando de Jasmine, e então tudo ficou escuro.