A Ex-Esposa Desprezada e a Sua Coroa de Glória
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Capítulo 2

Na manhã seguinte, Miguel voltou para casa.

Ele parecia exausto, com o cheiro a álcool e a perfume de outra mulher.

Ele atirou as chaves para a mesa.

"Sofia, já te acalmaste? Ontem à noite fui demasiado duro. Mas a Catarina tentou mesmo suicidar-se. Tive de ficar."

Olhei para ele, sentindo-me estranhamente calma.

"Ela tentou suicidar-se? E agora está bem?"

"O médico disse que ela está estável por agora, mas precisa de alguém ao seu lado." Ele suspirou, tentando segurar a minha mão. "Querida, não vamos falar de divórcio, ok? Não é bom para nenhum de nós."

Afastei a minha mão.

"Miguel, eu não estou a brincar. Quero o divórcio."

A sua expressão mudou.

"Porquê? Só por causa de ontem à noite? Já te expliquei!"

"Não é só por causa de ontem à noite," disse eu friamente. "É por causa de todos os 'ontem à noite'. Todas as vezes que me deixaste para ires ter com ela. Todas as vezes que as necessidades dela vieram antes das minhas."

Ele ficou frustrado.

"Isso é diferente! Ela está doente! Tu és forte, Sofia. Podes cuidar de ti mesma. Ela não pode."

"Forte?" Ri-me, mas não havia alegria nisso. "Eu era forte quando perdi o nosso bebé porque estava a trabalhar até à exaustão para salvar a tua empresa? Onde estavas tu nessa altura, Miguel?"

Ele ficou pálido.

"Eu... eu estava a tratar dos assuntos da empresa."

"Não," disse eu, olhando-o nos olhos. "Estavas com a Catarina. Porque ela teve um 'ataque de pânico' nesse dia. Lembro-me muito bem."

Ele ficou sem palavras.

A verdade pairava no ar entre nós, feia e inegável.

"Não vou discutir mais isto," disse eu, levantando-me. "Contratei um advogado. Ele vai contactar-te."

Virei-me para sair.

Ele agarrou-me no braço, a sua voz desesperada.

"Sofia, por favor! Não faças isto! Eu amo-te! A Catarina é só... uma responsabilidade."

"Uma responsabilidade que escolheste em vez da tua mulher," respondi, puxando o meu braço. "Agora vive com a tua escolha."

Saí de casa sem olhar para trás.

A casa que eu tinha desenhado e decorado, o lar que pensei que construiríamos juntos.

De repente, pareceu-me uma prisão.

            
            

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