O Nome Proibido: Um Segredo de Família
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Capítulo 2

Eu marquei a consulta no laboratório para a semana seguinte.

Não contei a Tiago. Eu queria que fosse uma surpresa, a prova final que silenciaria seus demônios.

Passei a semana andando em ovos, tentando manter a paz. Eu brincava com Leo, lia histórias para ele, levava-o ao parque.

Cada vez que eu olhava para o rosto do meu filho, eu via os olhos de Tiago, o formato do seu queixo. A semelhança era inegável.

Como ele podia não ver?

O dia do teste chegou. Eu disse a Tiago que levaria Leo para um check-up de rotina. Ele apenas deu de ombros, mal levantando os olhos do jornal.

No laboratório, a enfermeira foi gentil. Ela usou um cotonete para coletar uma amostra da bochecha de Leo. Ele nem chorou, apenas me olhou com seus grandes olhos confiantes.

Depois, foi a minha vez.

"Precisamos de uma amostra do pai também," disse a enfermeira.

Meu coração afundou. Eu não tinha pensado nisso.

"Ele... ele está muito ocupado no trabalho. Posso trazer uma amostra dele?"

A enfermeira hesitou. "Normalmente, a coleta é feita aqui. Mas se você puder trazer um item pessoal, como uma escova de dentes ou um pente, podemos tentar extrair o DNA."

Senti um alívio momentâneo. Isso era possível.

Naquela noite, esperei Tiago adormecer. Com o coração batendo forte, entrei no banheiro.

Suas coisas estavam na pia. A escova de dentes, o barbeador, o pente.

Minhas mãos tremiam enquanto eu pegava sua escova de dentes. Parecia uma traição, mesmo que minhas intenções fossem boas.

Coloquei-a em um saco plástico limpo e a escondi na minha bolsa.

No dia seguinte, voltei ao laboratório e entreguei a escova.

"Os resultados estarão prontos em uma semana," a recepcionista me informou.

Aquela semana foi a mais longa da minha vida. A dúvida de Tiago, antes uma nuvem distante, agora pairava sobre mim.

E se houvesse um erro? E se algo desse errado?

Eu afastei esses pensamentos. Eu conhecia a verdade. Eu só precisava do papel para prová-la.

Finalmente, o dia chegou. O laboratório me ligou para dizer que o envelope estava pronto para ser retirado.

Meu estômago estava em um nó.

Eu dirigi até lá, com as mãos suando no volante.

Peguei o envelope branco. Era pesado, como se contivesse o peso do meu futuro.

Eu não o abri no carro. Eu queria fazer isso em casa, com Tiago. Eu queria ver o alívio em seu rosto quando ele visse a verdade.

Quando cheguei em casa, ele estava na sala, assistindo TV.

"O que é isso?" ele perguntou, apontando para o envelope.

"É a nossa paz de espírito," eu disse, minha voz tremendo um pouco.

Sentei-me ao lado dele no sofá.

"Tiago, eu sei que você tem dúvidas. Eu sei que o nome de Leo te machuca. Então eu fiz uma coisa."

Eu coloquei o envelope na mesinha de centro.

"Eu fiz um teste de paternidade."

            
            

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