Capítulo 2 Me descrevendo

☆"E L I S A B E T H P E T E R S"☆

Acordo. Mas não quero abrir meus olhos, posso ouvir cochichos vindo do lado de fora do quarto, logo em seguida ouço a porta sendo aberta e passo de salto adentrando o cômodo. Era minha mãe, eu podia sentir seu cheiro invadir minhas narinas assim que ela se aproximou de mim.

- Querida acorde. - uma parte da cama se afunda. - Não é mais hora de uma princesa como você estar dormindo - senti sua mão tocar meu braço.

Resmungo. Eu não quero sair da cama, ainda estou sonhando.

- Elisa, já são dez da manhã, e você perdeu a missa que prometeu ir com sua avó. - Murmura próximo ao meu ouvido.

Abrir meus olhos imediatamente.

- Que!! E por que ela não me acordou? - Eu estava realmente chateada.

Olhei para mamãe que não conseguiu segurar a gargalhada. Eu revirei os olhos.

- Ela só vai nas missas de Domingo querida, não se preocupe, hoje ainda é sábado.

Era sábado, faltava apenas amanhã para as aulas começarem e eu estava nervosa. Rodo nos calcanhares e caminho para o banheiro parando ante o espelho. Me encaro e meu rosto sonolenta me faz rir. Afasto o pouco do sono com um pequeno jato de água fria e escovo os dentes. Caminho até meu guarda-roupa e pego um vestido. Sinto o olhar da minha mãe sobre mim o que me incomoda e me deixa desajeitada. Tiro meu pijama e visto o vestido rosa marfim.

- Segunda já irei para Universidade.- Comentei.

- Não precisa ficar nervosa, você vai se sair muito bem. - Mamãe sorriu para mim. - Agora vamos tomar café da manhã. - Caminhamos para a sala de jantar.

Apenas vovó estava a mesa.

- Bom dia, vovó!!

- Bom dia, querida! - Ela toma um gole do seu café.

Penso em me sentar, mas mamãe se pronuncia:

- Querida, poderia chamar seu irmão? Ele saiu ontem com Sebastian e só chegou de madrugada, com certeza deve estar dormindo. - Mamãe balançou a cabeça decepcionada.

Subo para o piso superior e caminhei para o corredor indo até o quarto de Evan. Ele escolheu o último quarto do corredor, enquanto eu fiquei com o segundo quarto perto das escadas, mamãe e vovó ficam ala direita frente a frente. Parei ante a porta pronta para bater, mas ouvir a voz dele, mas sem palavras. Um gemido de dor, possivelmente. Imediatamente, me alarmei e me aproximei apressadamente meu ouvido sobre à porta. Será que estar acontecendo algo grave? Entretanto, voltei a ouvir aquele som masculino, e me dei conta do que era. Eram gemidos de prazer. Fiquei imóvel. O ritmo do movimento continuou cada vez mais rápido e forte.

Eu não podia acreditar que acabei de presenciar meu irmão fazendo sexo com alguém. Sentir meu estômago encolher. Tinha que sair dali imediatamente, entretanto, não podia me mover. O som era cada vez mais rápido. E a mulher soluçou de prazer. Meu coração se acelerou. Sentir pânico. Queria dar a volta e fingir que nada aconteceu, mas apoiei-me firme na porta, a qual se abriu. Evan estava fazendo sexo, freneticamente, com uma mulher de cabelo castanho que estava deitada em sua cama.

- D-desculpa - A única coisa que penso e gaguejo. - Mamãe me pediu... Eu só... Eu só vim... - Me calei.

Desejei desesperadamente não estar aqui. Eu devia sair. Aquilo era horrível, eu tinha visto muito! Me virei de costas caminhando apressadamente para fora do quarto.

- Elisa? - Ele me chama, porém não olho para trás. - Merda! - A porta do quarto se fecha com violência.

Estúpido!! Estúpido!!

Às lágrimas ardiam meus olhos implorando para descer, mas assim que cheguei na sala de jantar as segurei imediatamente. Evan nunca poderar ser meu e tinha que me conformar com isso. Me sentei ao lado de mamãe. Encarei meu café da manhã sem vontade alguma de comer. O que acabei de ver me deixou sem fome.

- O que foi querida? - Mamãe olhou para minha cara. - Seu irmão te tratou mal, foi isso? - Ela me puxou para um abraço, o qual não durou muito.

- Por que não me disse que estava com alguém? - Engoli a vontade de chorar.

Mamãe e vovó se olharam. Elas também não sabiam.

- Cadê seu irmão?

- Estou aqui, mamãe. - Seu tom sai sarcástico. Ele atravessou o batente da porta dubla, logo atrás dele vinha a garota.

Seriamente eu ia fingir que não acabei de surpreendê-lo transando com aquela garota? Nossos olhares ficaram apanhados durante um momento e ele parecia estar irritado comigo. Mas por que? Evan sentou-se de frente para mim e a garota, sentou-se ao seu lado. Aquela garota estava extremamente vulgar com aquela roupa, e aparentava ser da minha idade. Evan também não aparentava ser um adulto, mas tinha seus vinte e dois anos. Sinto como se ele fosse da minha idade. Isso fazia com que ambos combinassem, mas eu sei que eles não tem nada sério, Evan nunca quis nada sério com ninguém.

Era o que ele sempre falava para mim.

Ele tinha um tipo, as garotas eram sempre de pele branca, cabelos castanhos e magras de um metro e sessenta. Eu até poderia dizer que eu estou me descrevendo. Mas essa garota tinha olhos castanhos e eram perfeitos para o tamanho do seu rosto, lábios finos e rosados, bem diferentes dos meus que são grossos. ou seja, eu era o tipo dele, mas vê-lo com aquela garota me deixa irritada.

- Você trouxe uma amiga. - Mamãe sorriu para Evan, que a olhou impassível.

O que está acontecendo? Por que ele está a olhando assim? Sei que Evan nunca teve um bom relacionamento com a nossa mãe, mas olhando agora, ele parecia odiá-la.

- Como você se chama? - Mamãe perguntou tentando disfarçar o desprezo em seu tom de voz.

- Petra. - A garota respondeu calmamente.

- 'Petra' - Forçou a sorrir para a garota. - O que você faz? Quem são seus pais?

Evan passou as mãos nos cabelos meio irritado. Quando Petra pensa em falar, Evan a interrompe.

- Só foi uma foda, mãe, eu não vou namorar nem casar com ela. Então você não precisa saber o que ela faz nem a que família pertence.

Um silêncio constrangedor ficou entre nós, mas mamãe continuou:

- O que eu fiz pra merecer um filho desses? - Ela olhou para vovó que permanecia calada. - Você só traz essas garota pra me irritar. Todas prostitutas sem futuros. - Mamãe se levanta.

Evan revirou os olhos e se levantou.

- Por que eu perderia a pora do meu tempo irritando você? - Evan puxou Petra pelo braço.

Eles caminharam para fora da sala de jantar.

- É isso mesmo levar essa prostituta daqui. - Ela fala antes deles desaparecerem no nosso campo de vista.

...

Me olhei no espelho da minha penteadeira. Ainda não sei qual roupa vou, cabelo solto ou amarrado. Bufo frustrada. Era depois de amanhã, novas pessoas, amigos e algo totalmente diferente na qual estou acostumada. Só de pensar sinto um frio na barriga de nervosismo. Me sento na cama e olho ao redor do meu quarto. Eu não consigo tirar da minha cabeça aquela maldita cena, a imagem dos seus ombros largos e os braços musculosos, o traseiro duro e as coxas poderosas. Porque não bati imediato naquela porta?!

De repente a porta se abre fazendo-me cobrir rapidamente. - Da próxima vez, vê se bate na porta ou verá coisa pior... - Ele se cala ao me ver.

- Agora quem estar sendo o mau educado é você, quer me ensinar a bater na porta mais não faz o mesmo. - Solto minha respiração.

Deus!! Ele estava me vendo sem roupa.

Evan não diz nada, apenas me observa atentamente. Pensei que fosse fechar a porta e sair, mas ele entra e fecha a porta com cuidado. Me olha cada vez mais estranho, e me sinto na obrigação de me explicar.

- Olha só, não foi minha... Intenção - Fico desajeitada com o tanto que ele me encara. - Eu ia bater na porta, mas... - Olhei para o vestido que me cobria apenas na frente.

- E por que não bateu? Ficou interessada em escutar eu fudendo a Petra?

Eu o olho com assombro. Ele nunca falou assim comigo.

- Não!! - Digo me sentindo envergonhada. - Eu não sabia que você estava com alguém... Desculpa, e-eu bato da próxima vez.

Ele se aproxima de mim. Tão perto que seguro firmentente o vestido.

- Eu espero que bata, mas pra isso não acontece novamente, evita ir no meu quarto. - Sentir um cheiro forte de álcool vindo da sua boca.

Respiro fundo segurando a vontade de chorar.

- Você não tem o direito de ficar irritado comigo, foi você quem trouxe... Aquela... Garota e a levou pro seu quarto. - O que estou dizendo?

Ele puxa meu braço, fazendo-me levantar e vestido cair no chão.

- Admita que ficou com ciúmes quando me viu com ela. - Ele me olhava diretamente nos meus olhos.

Eram tão pretos que podia ver meu reflexo neles.

Sim eu fiquei, Evan.

- E porque eu ficaria com ciúmes de você? O que aconteceu entre a gente foi significativo, mas não a esse ponto. - Tento me convencer disso. - Eu não me importo com quem você fica, a vida é sua, mas que não traga para nossa casa. - Puxo meu braço, mas ele não me solta.

- Está falando igual a nossa mãe, eu não te eduquei assim.

Agora era a minha vez de rir. Aquilo só poderia ser uma piada.

- Me educou? - Franzir o senho.

- Sim!! Você sabe, Elisa, a Julie nunca se importou de verdade comigo e muito menos com você...

- A mamãe não é assim, você só fala essas coisas dela porque você nunca gostou dela e hoje comprovei que você a odeia.

Percebo que ainda estou de lingerie na frente dele, mas ele parece não ligar.

- Me solta, você estar machucando meu braço. - Peço e ele solta na mesma hora.

Pego rapidamente o vestido do chão e me cubro novamente.

- Sai do meu quarto, agora. - Elevo a voz, mas isso não o afeta.

De repente ele me puxa pela cintura.

- Sei que ficou com ciúmes e estar louca querendo que eu coma você. - Ele não estava mentindo em suas palavras grosseiras.

Eu o quero, só para mim, mas agora eu estou sentindo raiva dele, mas não o suficiente para querer ficar longe dele. Não tento me livrar de seus braços fortes, o que me entrega totalmente e não me sinto envergonhads ante aquela afirmação.

💭

- Elisa? - Sinto a mão de alguém no meu ombro, o que me faz sair dos meus pensamentos.

- Nanda!! - Olho com espanto para a mulher diante de mim. - A quanto tempo estar aí? - Engoli em seco.

- Não muito tempo, mas quando cheguei você parecia parada no tempo. - Ela rir.

- Eu só estava pensando na roupa que vou pra Universidade. - Sorrio, mas estou convencida que não a convenci.

- Hum!! Okay então, querida. - Ela se vira para sair.

- É... - Ela para e se vira para mim. - Evan?

- Ele não chegou ainda, e acho que não vai chegar mais hoje.

Com certeza deve estar com aquela garota.

- Obrigada, Nanda. - Estou sem jeito ante essa situação.

Ela se retirar, e eu me relaxo. Deus!! O que acabou de acontecer? Olhei para mim e estou vestida, não de lingerie. Me levanto da cadeira e olhou para minha cama cheia de roupas. Já descidi com o que vou, um vestido branco com flores amarelas, cabelo solto e um tênis branco, é isso. Suspiro decidida. Me viro e vejo a porta entreaberta. Caminho até ela. Saio pelo corredor indo diretamente para o quarto de Evan. Empurro a porta de vagar e coloco apenas a cabeça para dentro conferindo se não havia ninguém ali.

Entro fechando a porta. Olho ao redor. Tenho tantas lembranças daqui. As paredes pintadas de azul, a cama bagunçada, uma mesa repleta de livros e cadernos espalhados pela mesma. Apenas o abajur sobre a mesa estava ligando, mas iluminava perfeitamente o quarto. Ando até a cama e me jogo sobre ela. Humm, tem o cheiro dele, e é delicioso. Sinto raiva só de lembrar que aquela garota esteve deitada aqui. Pego uma camisa sobre a cama e inalo o cheiro. Deixo a camisa sobre a cama e vou até seu guarda-roupas, mexo nas roupas penduradas nos cabides e encontro uma em especial. Uma roupa minha bem escondida entre as dele.

- Como não tinha percebido que esse vestido sumiu?! - Sussuro para mim mesma.

Era uma vestido preto, com mangas curtas acima dos joelhos. Esse era um dos que Evan amava quando eu usava, mas nunca sentir falta dele, tenho tantos. Pego o vestido pendurado no cabide e saio do quarto. Amanhã irei a igreja com a vovó, talvez eu possa ir com ele, Evan iria adorar e, eu iria adorar ver sua cara de espanto quando me ver com o vestido.

                         

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