A memória do meu pai me atormentava, eu, Luana, cuidava do meu irmão Pedro e da nossa casa de praia, o único legado que ele deixou.
Mas Pedro, tomado pela dor e rebeldia, caiu nas mãos de Rael, um homem sem escrúpulos que via nele apenas um meio para competições ilegais e perigosas.
Quando tentei intervir, implorando para que Rael deixasse meu irmão em paz, fui confrontada e humilhada de forma brutal.
Ele me olhou de cima a baixo, rodeado por seus capangas, rindo da minha súplica.
"Cuida da sua vida, Luana. O garoto sabe o que quer. Ele quer ser um campeão, não um fracassado como o pai dele, que nem do mar soube voltar."
Aquelas palavras me atingiram como um soco, queimando meu rosto de vergonha e impotência, enquanto Pedro, cego pela promessa de glória, assistia em silêncio.
Naquela noite, a ameaça de Rael de tomar nossa casa ecoava em minha mente, e em desespero, me apeguei à lendária rede de pesca do meu pai, levando-a até a praia.
Lá, sob a luz da lua, Rael e seus homens surgiram, zombando da minha dor e decididos a queimar o último símbolo da memória do meu pai.
De repente, o mar, antes calmo, recuou de forma assustadora, e uma onda gigantesca, um verdadeiro tsunami, surgiu no horizonte.
O pânico tomou conta de todos, mas meu instinto me fez agarrar a rede, e surpreendentemente, ela se tornou um escudo, protegendo Pedro e a mim da fúria da água.
E assim, em meio à devastação, as autoridades prenderam Rael e sua gangue, e a rede de pesca do meu pai, antes uma relíquia, se tornou um símbolo de resistência e proteção.
Mas essa foi apenas a primeira batalha em minha jornada de libertação.
Eu havia sacrificado meus sonhos e a herança de minha mãe para ajudar Rael a construir seu negócio, apenas para descobrir que ele me traía financeiramente com Clara, uma outra mulher.
Com raiva e determinação, cortei o acesso dele ao dinheiro e, usando uma procuração que ele assinou sem ler, vendi a casa que compartilhávamos.
Quando o encontrei com Clara na minha antiga casa, eles tentaram me humilhar, mas eu, com uma calma assustadora, revelei a venda do imóvel, fazendo o mundo de Rael desabar.
A fúria de Rael se voltou contra Clara, e o castelo de mentiras deles começou a ruir, mas ele, sem saber, ainda tentaria se aproveitar de mim.
Ele tentou me manipular com arrependimento falso, mas eu, agora forte, rejeitei suas lágrimas falsas e o abandonei à sua própria sorte, deixando-o sem nada.
A empresa de Rael desmoronou, e ele, falido e abandonado por Clara, veio até minha porta implorando por ajuda.
Eu, porém, o observei com indiferença, fechando a porta na cara do homem que um dia me dominou.
Ele voltou no dia seguinte, tentando me abalar com lembranças, mas revelei o recibo da joia, provando sua mentira, e finalmente o deixei para trás.
Rael e Clara acabaram presos e falidos, suas vidas destruídas pela própria ganância, e eu, Luana, finalmente comecei a construir minha nova vida, livre de sua sombra.