Meu Coração Quebrado Pela Sua Farsa
img img Meu Coração Quebrado Pela Sua Farsa img Capítulo 4 No.4
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Capítulo 4 No.4

Chloe não tirou os olhos de Ethan pelo resto da noite.

Ela o guiou pela multidão, sua mão firme em seu braço, sua risada um pouco alta demais sempre que passavam perto de Ava.

Ava os observou irem, um sorriso pequeno e amargo em seus lábios.

Ele se lembrou da alergia dela. Interessante.

Mas isso não mudava nada.

Ela terminou seu vinho (branco) e disse a Maya que estava pronta para ir embora.

Enquanto esperavam por um táxi, Ava ouviu.

Risadinhas. Um gemido familiar e ofegante.

Vindo do beco ao lado da galeria.

Ela conhecia aquele som. Era Chloe.

E então o murmúrio mais grave de Ethan.

O sangue de Ava gelou. Maya agarrou seu braço. "Não."

Mas Ava não conseguiu se conter. Deu um passo mais perto, espiando nas sombras.

Ethan tinha Chloe pressionada contra a parede de tijolos. Suas mãos estavam debaixo do vestido dela.

Eles estavam alheios, perdidos em sua exibição pública de luxúria privada.

Ava sentiu-se mal. Não com ciúmes, apenas... enojada. O desrespeito puro e descarado.

Ela cerrou as mãos, as unhas cravando em suas palmas, depois se virou.

"Vamos", disse ela a Maya, sua voz tensa.

Um carro parou. O carro de Ethan.

Ele estava ao volante, Chloe no banco do passageiro, seu vestido levemente desalinhado, o batom borrado.

"Precisam de uma carona?", Ethan gritou, sua voz casual, como se nada tivesse acontecido. Como se ele não tivesse acabado de apalpar sua nova namorada contra uma parede suja.

Maya começou a dizer não, mas Ava surpreendeu a ambas.

"Claro", disse Ava, abrindo a porta de trás. "Obrigada."

Maya lançou-lhe um olhar perplexo. Ava apenas deu um pequeno, quase imperceptível, aceno negativo com a cabeça.

Ela precisava ver isso até o fim. Precisava de cada gota de nojo para alimentar sua fuga.

A viagem de carro foi tensa. Chloe tagarelava sobre a arte, sobre alguma festa de influenciadores para a qual iria na próxima semana. Ethan dirigia, seus olhos encontrando os de Ava no retrovisor ocasionalmente. Havia um brilho estranho neles.

"Então, Ava", disse Ethan, seu tom suave demais. "Chloe me disse que você é designer gráfica. Freelancer, certo? Deve ser difícil encontrar clientes."

"Eu me viro", disse Ava.

"É, bem, a startup do Ethan está arrasando", Chloe interveio. "Ele vai ser gigante."

"Estamos indo bem", disse Ethan, mas ele estava sorrindo de canto. Ele adorava o elogio.

Então, seu tom mudou. "Sabe, Ava, é engraçado. Eu estava pensando... antes de toda essa história de amnésia... nós éramos felizes? Ou as coisas estavam... tensas?"

Ava encontrou seus olhos no espelho. "O que você acha, Ethan?"

Ele riu. "Esse é o problema. Eu não me lembro."

O carro de repente desviou.

Ava foi jogada para frente, se apoiando.

Um baque repugnante de metal. O ranger de pneus.

Eles tinham batido em algo. Ou algo bateu neles.

A cabeça de Ava chicoteou para trás, depois para frente, batendo no banco da frente. A dor explodiu atrás de seus olhos.

Escuridão. Depois luzes embaçadas.

Gritos. Sirenes.

A cabeça de Ava latejava. Ela sentia o gosto de sangue.

Ela estava caída no banco de trás. Ethan gemia na frente. Chloe estava gritando.

"Minha perna! Ai meu Deus, minha perna!"

Os paramédicos apareceram de repente, abrindo as portas.

"Senhora, você está bem?", um perguntou a Ava.

"Minha cabeça", ela conseguiu dizer. "E meu... meu braço." Uma dor aguda percorreu seu braço esquerdo quando tentou movê-lo.

Eles estavam tirando Ethan. Ele parecia atordoado.

Chloe ainda se lamentava sobre sua perna.

Um paramédico estava avaliando Ava. "Possível concussão. Precisamos imobilizar seu braço."

Outro paramédico estava com Ethan. "Senhor, pode me dizer o que aconteceu?"

"Eu... eu não sei", Ethan gaguejou. "O outro carro... apareceu do nada."

Eles colocaram Ethan em uma prancha. Chloe estava em outra, ainda chorando.

Havia apenas duas ambulâncias.

"Precisamos priorizar", um paramédico gritou por cima do caos.

Ava tentou se sentar. "Por favor", disse ela, sua voz fraca. "Meu braço... acho que está quebrado. E minha cabeça..."

Ethan, de sua prancha, olhou para ela. Seus olhos estavam arregalados, assustados.

Então ele olhou para Chloe, que agora soluçava histericamente.

"Levem a Chloe primeiro!", Ethan gritou, sua voz surpreendentemente forte. "A perna dela parece muito ruim! Ela precisa de ajuda agora!"

Os paramédicos trocaram um olhar.

"Senhor, nós avaliamos com base em..."

"Não! Levem ela!", Ethan insistiu. "Por favor! Ela está... ela está muito machucada."

Ava observou, um nó frio se formando em seu estômago.

Ele estava escolhendo. Publicamente.

O paramédico que atendia Ava suspirou. "Ok. Vamos levar a mulher do banco do passageiro da frente e o motorista. Vamos chamar outra unidade para a senhora. Pode demorar um pouco."

Ava encarou Ethan. Ele não encontrava seus olhos.

Ele escolheu Chloe. Em vez dela. Mesmo agora.

As portas da ambulância se fecharam com um baque. As sirenes soaram, desaparecendo na distância.

Deixando Ava sozinha, nos destroços, esperando.

A dor em seu braço era excruciante. Mas não era nada comparada à certeza fria e dura em seu coração.

Era isso. O fim absoluto.

            
            

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