Eles marcaram um encontro para o dia seguinte em um café discreto no centro da cidade. Ana passou a noite em claro, reunindo todas as provas que tinha, cópias de seus projetos originais, e-mails trocados com Pedro, cronogramas. Ela não iria para essa guerra de mãos vazias.
No dia seguinte, Ana chegou ao café e viu Lucas sentado em uma mesa nos fundos. Ele era exatamente como ela se lembrava, imponente e com uma aura de mistério. Seus olhos escuros a analisaram enquanto ela se aproximava, e ela sentiu um arrepio. Ele não era um homem fácil de ler.
"Sente-se", disse ele, sua voz tão calma quanto no telefone.
Ana sentou-se e colocou uma pasta sobre a mesa.
"Eu sei o que você provavelmente pensa de mim", começou Ana, sua voz firme. "Eu era a noiva ingênua de Pedro. Mas ele me usou. Ele e Sofia roubaram meu trabalho para ganhar aquele prêmio e fechar um contrato milionário com a prefeitura."
Lucas não demonstrou nenhuma surpresa. Ele apenas a observava.
"E o que você quer de mim?", ele perguntou.
"Eu quero vingança", disse Ana, sem hesitar. "Eu quero expor os dois. Quero que eles percam tudo, assim como eu perdi. Eu tenho os projetos originais, as provas de que a criação é minha. Mas eu não tenho poder para lutar contra eles. Você tem. Eu sei da sua reputação. Proponho uma aliança. Eu te dou as informações, as provas, tudo que você precisa para derrubá-los por dentro. Em troca, eu quero vê-los na ruína."
Lucas inclinou-se para a frente, seus olhos fixos nos dela.
"Isso é perigoso. Pedro tem conexões. Você está pronta para isso?"
"Eu não tenho mais nada a perder", respondeu Ana, com uma frieza que surpreendeu a si mesma.
Lucas ficou em silêncio por um longo momento, depois deu um leve aceno de cabeça.
"Está bem. Mostre-me o que você tem."
A aliança estava selada.
Alguns dias depois, Ana estava visitando o terreno do seu antigo projeto, o lugar que agora pertencia a Pedro e Sofia. Ela precisava de fotos e mais dados para Lucas. Foi então que um carro de luxo parou bruscamente ao seu lado. Pedro e Sofia saíram dele.
"Olha o que temos aqui", disse Sofia, com um sorriso venenoso. "A pequena arquiteta fracassada, assombrando o local do crime."
"O que você está fazendo aqui, Ana?", perguntou Pedro, com o rosto contraído de irritação. "Este é um terreno privado agora."
"Eu só estava relembrando o que vocês roubaram de mim", respondeu Ana, calmamente.
Sofia se aproximou, seu rosto uma máscara de falsa simpatia.
"Ah, querida, você ainda está nisso? Supere. Algumas pessoas nascem para vencer, outras para serem degraus. Você deveria se sentir honrada por ter servido a um propósito."
De repente, Sofia tropeçou em seus próprios pés, caindo no chão de forma dramática.
"Ai! Meu tornozelo! Ela me empurrou, Pedro! Ana me empurrou!"
Pedro virou-se para Ana, com os olhos injetados de fúria.
"Você está louca? Primeiro você nos persegue, agora está agredindo a Sofia?"
"Eu não toquei nela", disse Ana, mantendo a calma. A antiga Ana teria entrado em pânico, teria tentado se explicar, mas não mais.
"Você é uma mentirosa patética!", gritou Pedro, avançando em sua direção. "Você não passa de uma perdedora amarga. Você realmente achou que alguém como eu ficaria com alguém como você para sempre? Você foi apenas um passatempo conveniente."
Essa era a deixa que Ana esperava. Com um sinal discreto, dois seguranças enormes, contratados por Lucas, saíram de um carro estacionado nas proximidades. Eles eram leais a Lucas, não a Pedro.
"Segurem-nos", ordenou Ana, sua voz cortante como aço.
Os seguranças agarraram Pedro e Sofia, que ficaram chocados e sem reação.
"O que é isso? Você enlouqueceu? Soltem-me!", gritou Pedro, lutando inutilmente.
Ana se aproximou de Sofia, que ainda estava no chão, seu ato de vítima agora parecendo ridículo. Um dos seguranças a levantou com força.
"Você gosta de teatro, Sofia? Vamos ver como você lida com uma dor real."
A mando de Ana, o segurança deu um tapa forte no rosto de Sofia, que gritou de surpresa e dor.
"Isso é por roubar meu trabalho", disse Ana, friamente.
Ela então se virou para Pedro, que a olhava com uma mistura de fúria e incredulidade.
"E você", disse Ana, aproximando-se dele até que seus rostos estivessem a centímetros de distância. "Você achou que eu era fraca. Você achou que podia me destruir e sair impune. Esse foi o seu maior erro."
O segurança deu um soco no estômago de Pedro, que se curvou, ofegante.
"Isso é por me humilhar."
Ana pegou o celular, tirou uma foto dos dois, subjugados e humilhados, e enviou para Lucas com a mensagem: "Fase um completa".
Ela olhou para Pedro uma última vez.
"A partir de hoje, nosso noivado está oficialmente desfeito. Na verdade, ele nunca existiu. Foi tudo uma farsa, não é mesmo? Fique com sua cúmplice. Vocês se merecem."
Ela se virou e foi embora, deixando os dois no chão, sujos e derrotados. Pela primeira vez em muito tempo, Ana sentiu o poder em suas mãos. A vingança estava apenas começando.