Esta noite era o auge da minha carreira.
O prêmio anual de arquitetura estava ao meu alcance, e meu noivo, Pedro, estava ao meu lado, sussurrando palavras de amor e sucesso.
Eu me sentia a mulher mais sortuda do mundo, entregue a ele de corpo e alma, compartilhando cada detalhe do meu projeto inovador.
"E o prêmio de Projeto Arquitetônico do Ano vai para... a Construtora Horizonte, pelo projeto \'Torres Gêmeas Paradiso\'!"
Meu mundo desabou.
Era o meu projeto, roubado, exibido na tela gigante enquanto os aplausos ecoavam.
Olhei para Pedro, mas seu sorriso havia sumido, substituído por um olhar frio, e ele soltou minha mão.
Sofia, minha "amiga" de infância, subiu ao palco de braços dados com ele.
Eles se abraçaram, a imagem do novo casal poderoso.
"Pedro? Sofia? O que significa isso?", minha voz saiu trêmula.
Sofia riu, um som agudo e cheio de desprezo.
"Significa que eu venci, Ana. Como sempre."
Pedro me olhou como um inseto.
"Você foi útil, Ana. Mas agora, não preciso mais de você."
A dor me dilacerou.
Não era apenas meu trabalho, era minha dignidade, meu amor, tudo transformado em uma piada cruel.
"Nós... nós estávamos noivos", gaguejei, as lágrimas escorrendo.
Ele riu e jogou o anel de noivado nos meus pés.
"Foi um bom negócio. Considere como um pagamento pelo seu serviço."
Eles se viraram, sorrindo para as câmeras, me deixando ali, quebrada e humilhada.
Mas a dor se transformou em gelo.
Eu não seria uma vítima.
Lembrei-me de Lucas, o misterioso investidor, o "lobo solitário".
Ele via através da fachada de Pedro.
Eu peguei o telefone.
Tudo o que eu tinha a perder, eu já havia perdido.
Uma nova Ana, implacável, havia nascido.