Ele Me Afastou, Agora Está Me Caçando
img img Ele Me Afastou, Agora Está Me Caçando img Capítulo 5 No.5
5
Capítulo 6 No.6 img
Capítulo 7 No.7 img
Capítulo 8 No.8 img
Capítulo 9 No.9 img
Capítulo 10 No.10 img
Capítulo 11 No.11 img
Capítulo 12 No.12 img
Capítulo 13 No.13 img
Capítulo 14 No.14 img
Capítulo 15 No.15 img
Capítulo 16 No.16 img
Capítulo 17 No.17 img
Capítulo 18 No.18 img
Capítulo 19 No.19 img
Capítulo 20 No.20 img
Capítulo 21 No.21 img
Capítulo 22 No.22 img
Capítulo 23 No.23 img
Capítulo 24 No.24 img
Capítulo 25 No.25 img
Capítulo 26 No.26 img
Capítulo 27 No.27 img
img
  /  1
img

Capítulo 5 No.5

Maya saiu do chalé, vestindo o casaco.

Os amigos de Léo, especialmente Marcos, tentavam persuadi-lo a ficar para "só mais uma bebida".

Vamos, Léo, relaxa. A Maya não vai se importar, Marcos insistiu.

Maya parou na porta. "Não, sério, Léo. Fique. Divirta-se."

Ela deu a ele um sorriso pequeno e tenso e saiu.

Ela precisava de ar. Precisava se afastar da hipocrisia sufocante.

Ela estava na metade do caminho de volta para a cidade no carro quando procurou seu batom na bolsa de noite. Tinha sumido.

Seu favorito, "Horizonte Vermelho", um tom personalizado que Léo encomendara para combinar com um vestido. Ela se lembrava de tê-lo colocado na mesa perto da fogueira.

Um erro pequeno e estúpido. Mas ela o queria de volta. Um último pedaço dela que se recusava a deixar no mundo deles.

Vire, ela disse ao motorista. "Esqueci uma coisa."

Ela teve que voltar, é claro. Mas ao caminhar de volta para o terraço de pedra do chalé, ela parou abruptamente.

Ísis Castro estava lá.

Na maior cara de pau, rindo, segurando uma bebida.

Ela estava sentada bem ao lado de Léo, na mesma cadeira que Maya acabara de desocupar. O braço dele estava casualmente apoiado nas costas da cadeira dela.

Léo estava sorrindo, relaxado, um homem diferente daquele que estivera atuando para Maya a noite toda.

Marcos e os outros não pareciam nem um pouco surpresos. Estavam conversando com Ísis como se ela fosse parte regular do grupo deles.

Então, Maya viu.

Léo se inclinou e beijou Ísis.

Um beijo rápido e possessivo. Abertamente. Na frente de todos.

Seus amigos apenas sorriram de canto.

Eles estavam jogando algum jogo de bebida estúpido.

Verdade ou desafio, Léo?, uma das mulheres arrastou as palavras.

Verdade, disse Léo, sorrindo.

Já traiu a Maya?

Ísis deu uma risadinha. Marcos bufou.

Léo tomou um longo gole de seu uísque. "Defina trair."

Risadas por toda parte.

Vamos, Almeida, não seja tímido, disse Marcos. "Uma pulada de cerca não conta se o prato principal está feliz, certo?"

Algo assim, disse Léo, piscando para Ísis.

Ele olhou em direção ao caminho para o chalé principal, um breve, quase imperceptível lampejo de preocupação. "Só certifique-se de que o prato principal nunca descubra. Mantenha-a feliz, mantenha-a no escuro. Essa é a chave."

Ísis acariciou o braço dele. "Ela nunca vai descobrir, amor. Você é esperto demais."

Maya recuou lentamente, sem ser vista.

Seu batom esquecido parecia a coisa mais insignificante do universo.

Ela tropeçou de volta para o carro, sua compostura cuidadosamente construída em pedaços.

A verdade, em sua forma mais feia e brutal, a atingiu com força total.

Ele não era apenas um traidor. Ele era um vigarista. A vida inteira deles era uma mentira que ele mantinha ativamente.

E seus amigos eram seus cúmplices.

Ela entrou no carro, o corpo tremendo. "Vá", ela engasgou para o motorista. "Apenas vá."

Uma chuva torrencial começou de repente, uma típica tempestade de verão de São Paulo. A chuva fria açoitava o para-brisa, borrando as luzes da cidade em riscos de cores zombeteiras.

O motorista olhou para ela no espelho retrovisor, a testa franzida de preocupação. "Senhora?"

Mas Maya não o ouviu. As palavras cruéis ecoavam em sua cabeça. *O prato principal. Mantenha-a no escuro.*

Lágrimas que ela não conseguia parar escorriam por seu rosto. Sua visão ficou completamente turva.

Ela não viu o caminhão que avançou o sinal vermelho. Ela só ouviu o som ensurdecedor de uma buzina e o pneu cantando horrivelmente no asfalto molhado.

Então, um impacto violento, que sacudiu seus ossos, e o mundo ficou preto.

                         

COPYRIGHT(©) 2022