Capítulo 4 Segundo encontro

Na residência da família Morrison.

Após o almoço, Jaxton costumava se apressar para sair com Amelia. Mas hoje foi diferente - ele ficou.

Laura, percebendo a oportunidade, falou com um tom que misturava instrução e entusiasmo: "Há um banquete de negócios esta noite, no lado leste de Kretol. Dizem que foi organizado pelo senhor Wyatt Stewart, da família Stewart. Jaxton, você deveria levar Amelia junto para participar. A influência da nossa família talvez não seja tão grande quanto a dos Stewart, mas é uma oportunidade valiosa, especialmente para você, que poderá criar uma conexão importante se o senhor Stewart estiver presente."

Ao ouvir do banquete, Amelia sentiu um arrepio e um protesto lhe subiu no peito. Contudo, o nome citado por Laura mudou tudo - ela apenas acenou. Afinal, o homem recém-mencionado não era qualquer um, mas aquele com quem estava prestes a se casar.

Pouco tempo depois, Jaxton e Amelia subiram no carro, prontos para partir.

Nesse momento, o celular de Jaxton tocou - ligação de Dayna.

Sem se preocupar em esconder a chamada de Amelia, ele atendeu, e rapidamente a conversa se encheu de flertes provocativos, deixando Amelia visivelmente desconfortável.

De repente, Amelia ordenou, com firmeza: "Pare o carro. Agora."

O comando soou inesperado, fazendo com que o motorista pisasse no freio de forma abrupta. Os pneus chiaram, e o celular escorregou das mãos de Jaxton.

Amelia não perdeu tempo. Assim que o carro parou de vez e ela, impaciente e indignada, abriu a porta e saltou.

Jaxton se inclinou para fora, irritado, sua voz carregada de irritação ao perguntar: "Amelia, o que deu em você e...?"

Ela não esperou que ele terminasse a frase, e seguiu direto para o ponto de ônibus mais próximo, sem olhar para trás.

Jaxton ficou atônito, enquanto seu motorista piscava, confuso, pois isso nunca havia acontecido antes.

Olhando para Jaxton pelo espelho retrovisor, ele perguntou cautelosamente: "Senhor Morrison, devo..."

"Dirija!", Jaxton cortou friamente.

O motorista acatou, acelerando sem dizer mais nada.

Ao passar por Amelia, Jaxon lhe lançou um sorriso carregado de desdém - se preferia sofrer, que sofresse.

Contudo, Amelia permanecia firme, ignorando a provocação.

Ela preferia enfrentar o aperto e a lentidão do transporte público a passar mais um minuto sufocante com esse homem.

No entanto, não se passaram muitos minutos antes que um veículo de luxo prateado parasse ao seu lado.

A janela traseira se abriu, revelando o rosto marcante de Wyatt.

Seu motorista, com respeito contido, disse: "Senhorita Flynn, o senhor Stewart deseja que a senhora se junte a ele."

Amelia sentiu seu coração acelerar enquanto entrava no carro elegante. Este era seu segundo encontro com Wyatt, e a realidade da situação parecia quase surreal.

Ele não era apenas um homem comum, mas herdeiro de uma das famílias mais poderosas de Kretol e seu futuro marido.

Após a pergunta silenciosa do motorista sobre seu destino, o carro mergulhou no silêncio, exceto pelo sutil ronco do motor.

Somente quando Amelia olhou para o homem ao seu lado pela terceira vez, ele se virou para ela e perguntou: "Quer dizer alguma coisa?"

Amelia hesitou, sua mente em turbilhão. Por que ele concordara em se casar com ela, quando tudo, para ela, parecia apenas uma brincadeira? Ele realmente queria retribuir por ter sido salvo por ela?

Mas Wyatt era rico, poderoso, alguém capaz de retribuir favores de inúmeras maneiras. Então, por que casamento?

Incapaz de conter a curiosidade, ela murmurou: "Você pode realmente convencer Jaxton a romper o noivado e encontrar a solução para curar minha avó?"

"Sim", Wyatt respondeu, sua voz fria e firme, sem se alongar.

Embora quisesse pressioná-lo por mais detalhes, o comportamento distante do homem a manteve em silêncio.

Quando o carro parou suavemente em frente ao apartamento de Amelia, ela abriu a porta e agradeceu, educada: "Obrigada pela carona, senhor Stewart. Tchau."

"Espere."

Quando Amelia estava prestes a entrar no prédio, a voz profunda de Wyatt soou atrás dela.

Ela se virou e viu uma caixa lindamente embrulhada sendo estendida para ela pela janela do carro.

Seus olhos se detiveram primeiro na mão esculpida de Wyatt, antes de notar o presente - ele era impressionante, até suas mãos pareciam perfeitas.

"Isto é para você."

Amelia aceitou a caixa sem pensar, e o carro partiu antes que ela pudesse perguntar qualquer coisa.

Em silêncio, ela seguiu para o apartamento, segurando o presente inesperado.

Dentro de casa, ao abrir a caixa, ela foi recebida por um vestido vermelho vibrante, tão intenso quanto sua emoção nesse momento.

Ela sentiu uma onda de satisfação, pois cores vibrantes sempre a encantaram, mas anos tentando agradar o gosto de Jaxton por tons discretos haviam limitado seu guarda-roupa. Agora, com o fim do noivado iminente, ela sentiu-se finalmente livre para abraçar seu verdadeiro estilo.

Às sete horas, Amelia saiu de casa vestindo o vestido vermelho.

Ao abrir a porta do passageiro do carro de Jaxton, ela encontrou Dayna, que ficou boquiaberta.

Na memória de Dayna, Amelia sempre optava por cores claras, discretas, que muitas vezes apagavam sua beleza. Mas esta noite, ela parecia radiante, ousada e cativante.

Jaxton, do banco do motorista, não escondeu a surpresa ao ver o novo visual de Amelia.

Mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, ela fechou a porta da frente e foi se sentar atrás.

Jaxton não pretendia levar Dayna, mas cedeu às súplicas e às lágrimas. No início sentiu-se desconfortável, porém, ao ver Amelia nesse vestido, uma raiva contida começou a crescer.

"Amelia, você realmente acha que esse vestido é apropriado para esta noite? Por acaso está indo lá para seduzir alguém?"

            
            

COPYRIGHT(©) 2022