Esposa por Contrato do CEO
img img Esposa por Contrato do CEO img Capítulo 5 Soo-ah
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Capítulo 6 Eun-woo img
Capítulo 7 Soo-ah img
Capítulo 8 Eun-woon img
Capítulo 9 Soo-ah img
Capítulo 10 Soo-ah img
Capítulo 11 Soo-ah img
Capítulo 12 Soo-ah img
Capítulo 13 Eun-woon img
Capítulo 14 Enquanto isso... img
Capítulo 15 Soo-ah img
Capítulo 16 Soo-ah img
Capítulo 17 Eun-woon img
Capítulo 18 Soo-ah img
Capítulo 19 Soo-ah img
Capítulo 20 Enquanto isso... img
Capítulo 21 Soo-ah img
Capítulo 22 Enquanto isso... img
Capítulo 23 Eun-woo img
Capítulo 24 Enquanto isso... img
Capítulo 25 Soo-ah img
Capítulo 26 Eun-woo img
Capítulo 27 Soo-ah img
Capítulo 28 Soo-ah img
Capítulo 29 Soo-ah img
Capítulo 30 Eun-woo img
Capítulo 31 Eun-woo img
Capítulo 32 Enquanto isso... img
Capítulo 33 Eun-woo img
Capítulo 34 Eun-woo img
Capítulo 35 Eun-woo img
Capítulo 36 Soo-ah img
Capítulo 37 Eun-woo img
Capítulo 38 Enquanto isso... img
Capítulo 39 Eun-woo img
Capítulo 40 Soo-ah img
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Capítulo 5 Soo-ah

Meus irmãos ficaram muito felizes com a comida que eu levei para eles naquela noite.

Com os olhinhos brilhando de alegria, devoraram cada pedaço como se fosse o maior banquete do mundo - e, para nós, era mesmo.

Ver os dois dormindo depois, com as barriguinhas cheias e sorrisos tranquilos, me trouxe uma paz que eu já não sentia há tempos.

Meu pai, no entanto, não comeu muito. Estava pálido, cansado, e a cada dia sua respiração parecia mais pesada.

A cirurgia precisava ser feita com urgência, mas a realidade dura nos prendia como algemas: sem dinheiro, sem recursos, sem esperança visível.

- Como conseguiu esse maravilhoso banquete? - ele perguntou, com a voz fraca, mas um leve sorriso curioso.

- Um príncipe me pagou a refeição e mandou arrumar para trazer um pouco para as crianças e o senhor.

- Um príncipe? - Ele riu baixinho, tossindo logo depois. Mesmo assim, o sorriso continuou ali. - E como era esse príncipe?

- Parecia ter saído de um K-drama. Lindo, lindo, lindo. E é bondoso, pai. Ele falou comigo como se eu fosse alguém... como se eu importasse.

- Um homem assim... só pode ser um presente do destino - disse ele, ainda sorrindo, mas com um brilho nostálgico no olhar. - E você, minha filha, merece todos os presentes que a vida te negar até hoje.

Suspirei, sentindo um aperto no peito.

- Mas um príncipe daqueles, pai... a única coisa que sentiria por mim ao me olhar seria pena.

- Você é linda, minha filha. Só não teve sorte... só teve o azar de ter nascido minha filha, e filha da sua mãe.

- Não fale assim, pai - falei, sentando ao lado dele e abraçando seus ombros frágeis. - O senhor sempre foi o melhor pai do mundo. Infelizmente, eu não posso dizer o mesmo da mamãe, mas o senhor... o senhor é tudo pra mim.

Ele encostou a cabeça no meu ombro, exausto.

- Pai, nós vamos sair dessa - disse eu, determinada, como se minha voz pudesse criar caminhos onde não havia nenhum. - Eu vou arrumar um jeito. Vou fazer o impossível se tornar possível. Prometo.

E naquele instante, com meu pai em silêncio nos meus braços e o som da respiração tranquila dos meus irmãos ao fundo, eu soube que faria o que fosse necessário. Por eles. Pela nossa sobrevivência. E talvez... com um pouco de sorte, até mesmo com a ajuda daquele príncipe inesperado.

******

Pela manhã, ali na cabana improvisada no galpão abandonado, acordei com o som abafado da respiração do meu pai. Ele se contorcia de dor, os olhos semicerrados, e a mão apertando o peito. Seu rosto estava pálido, mais do que o normal, e suor escorria pelas têmporas.

- Pai?! Pai, fala comigo! - gritei, segurando seu corpo mole nos braços.

Meus irmãos acordaram assustados com o barulho, e ao verem a cena, começaram a chorar. O menor, Min-jun, se encolheu num canto, soluçando, e Hana se agarrou à barra da minha blusa com força.

- Soo-ah, o appa vai morrer? - ela perguntou com a voz tremendo.

Meu coração disparou. Não podia deixá-lo morrer. Não ali. Não assim.

Corri para fora do galpão, os pés descalços na neve, gritando por ajuda pelas ruelas sujas e apertadas que cercavam o beco.

- Por favor, alguém me ajude! Meu pai está passando mal! Por favor, chamem uma ambulância! - minha voz rasgava o ar frio da manhã, rouca, desesperada.

Algumas pessoas se aproximaram. Trabalhadores que passavam a caminho de seus empregos, vendedores ambulantes, curiosos. Uma mulher de meia idade veio até mim, ofegante.

- Onde ele está? - ela perguntou com urgência.

- Ali, no galpão! Me sigam, por favor!

Corremos de volta. No meio do grupo que me seguia, uma moça mais jovem, vestindo um casaco branco e tênis sujos de neve, ajoelhou-se ao lado do meu pai sem hesitar.

- Sou enfermeira. Vamos mantê-lo estável até a ambulância chegar. Ele está tendo uma crise grave, parece angina ou algo cardíaco. Precisamos de um cobertor. Alguém? Qualquer coisa pra aquecê-lo!

Corri até o canto da cabana e peguei a manta fina que usávamos durante a noite. Cobri meu pai, que estava com os olhos entreabertos, tentando falar algo.

- Fique calmo, appa. Fique comigo... - segurei sua mão com força.

A enfermeira fez massagens leves no peito dele, checou sua pulsação, orientou a respiração.

Alguns minutos depois - os mais longos da minha vida - a sirene da ambulância ecoou, cortando o silêncio da manhã gelada.

Eles o colocaram em uma maca e o levaram rapidamente, mas permitiram que eu fosse com ele. Olhei para trás, para Hana e Min-jun, assustados e abraçados um ao outro. Uma vizinha do beco, que morava em uma barraca próxima, prometeu ficar com eles até eu voltar.

Entrei na ambulância com o coração aos pulos, segurando a mão gelada do meu pai.

Eu só queria uma coisa naquele momento: que ele aguentasse. Que sobrevivesse.

E que, de algum modo, o mundo nos desse mais uma chance.

                         

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