Capítulo 5 O chefe dela

Na manhã seguinte, Monique acordou antes das 7h, ela precisava estar no novo trabalho às 8h, no entanto ela não podia ir trabalhar do jeito que estava vestida, ainda tinha que ir até o apartamento e se vestir como uma designer de verdade.

Ela olhou o homem bonito deitado na cama ainda dormindo e um sorriso meio bobo apareceu no rosto dela, ela se lembrou da noite passada e escreveu um bilhete, pegou a gravata dele e saiu do quarto antes que ele pudesse notar.

Faltavam 5 minutos para as 8h quando ela chegou ao prédio sede da Incorporadora Richimond, sua amiga Kyra Carllisle estava esperando por ela na entrada do elevador - "Onde você esteve? Eu te liguei a noite inteira" - Kyra soava brava, mas abraçou a amiga e entraram juntas no elevador exatamente às 8h. 'Pelo menos ela não chegou atrasada'

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No Ritz, um homem lia e relia atentamente um bilhete deixado por uma bela mulher de quem ele só sabia o primeiro nome: "A noite passada foi melhor de que eu esperava e tudo graças a você, obrigada, Senhor Ward! Kyra" – No papel, uma boca vermelha sinalizava um beijo, encarando o formato da boca no papel, ele levou até o nariz e o cheiro dela estava lá, de repente muitas imagens da noite passaram pela cabeça dele.

Ele olhou as horas e percebeu que iria chegar atrasado pela primeira vez na vida, a pontualidade é algo que ele sempre se orgulhou e agora estava arruinada. 'Tudo por causa daquela mulher' ele pensou com um sorriso discreto.

Ás 8h50 o elevador particular parou no 32º andar, o escritório do presidente da Incorporadora Ritchimond. Kate a secretaria de Ward há quase cinco anos agora, estava parada na porta do elevador esperando por ele, na mão ela tinha um café e um analgésico, - "Senhor, sua noiva esta no escritório" - Ele assumiu o café e o comprimido com um sorriso de agradecimento - "Obrigado pelo aviso, Kate". Nesse momento ele precisava não só de um analgésico, mas também de um anestésico.

Mas o pior ainda estava por vir, - "Kate, não passe as minhas ligações antes da senhorita Marina sair... Ah, e por favor me traga uma gravata" - Kate fez um sinal de entendido com a cabeça e Ward endireitou os ombros, ele sabia que teria que enfrentar a fera.

Mas a fera tinha provas dessa vez, e isso ele não imaginava.

No escritório a marquesa Marina de Casillas estava sentada no sofá encarando uma foto. Na foto seu noivo dançava com uma garota ruiva, ele sorria e ela tinha olhos de raposa, ela nunca o viu sorrindo assim. Então estava obviamente enciumada, seus lábios estavam tremendo, mas sua elegância era notável.

A porta se abriu e antes mesmo que ele pudesse dizer algo ela esticou o celular e deixou que ele visse a foto - "Quem é essa mulher, Robert?" - Ele pegou o celular e imagens da noite passada começaram a voltar na cabeça dele, ele não se arrependia de nada.

"É por isso que você está aqui, Marina?" - Robert Ward estava prometido a Marina desde a adolescência, suas famílias são amigas e os pais de ambos firmaram esse compromisso que Robert sempre aceitou como parte do seu titulo, mas e sempre foi apenas isso, um casamento arranjado, não que ele pudesse usar isso como desculpa para desrespeitar a ela ou ao compromisso.

Ele respirou fundo antes de responder.

"Marina, ela é uma mulher que eu conheci ontem, eu nem sequer sei o sobrenome dela e nem pretendo vê-la novamente" - Ele se aproximou da noiva e a fez sentar no sofá atrás dela - "Eu posso pedir a Kate que te traga um chá?" – Esse homem na frente dela, direto, franco, conciso, era o homem com o qual ela sempre sonhou.

Marina se apaixonou por Ward aos 15 anos em uma viagem de férias, desde que soube que iriam se casar, ela estava flutuando em nuvens brancas, Ward era um homem serio e não teve muitas mulheres como os irmãos e outros membros da dita nobreza, ele era focado e discreto, por isso aquele não podia ser ele. – Mas ele acabou de admitir.

"Eu não quero chá Robert, eu quero saber se isso foi coisa de uma noite" – Marina sabia bem o seu lugar no coração dele, eles eram noivos e ele lhe dava atenção, chegando até a passar algumas noites da semana com ela, então, ela admitiria isso antes do casamento, mas depois do casamento ela queria ter ele só para ela.

"Marina, eu nem sei o sobrenome dela, ok? Foi só uma mulher com quem eu dancei, não vamos mais falar sobre isso" - Robert sabia que a mulher na frente dele, que seria sua esposa em breve, sempre esteve apaixonada, a ultima coisa que ele queria era magoar os sentimentos dela. Como um homem ele não gostava de dar explicações, mas como um futuro marido, ele não queria que ela estivesse infeliz.

Vendo que o rosto dele estava serio, ela decidiu não insistir, mas depois de ver seu rosto, logo seus olhos vagaram por todo o resto, ele estava com um terno e uma camisa diferentes, mas essas calças eram as de ontem?

"Robert querido, onde está a sua gravata?" – Ela perguntou puxando o colarinho dele com carinho, mas Robert se afastou, porque haviam marcas... Ah, muitas marcas deixadas por outra mulher -"Oh, eu sujei a minha gravata antes de entrar no prédio, Kate já está a caminho com outra" - Por sorte, não existia uma foto do beijo que aconteceu depois da dança - Ele pensou.

No 27º andar, Monique começou a trabalhar depois de ser apresentada aos novos colegas de trabalho, mas assim que ele recebeu sua primeira tarefa, um homem alto e magro se aproximou - "Monique Sinclair, certo?" - Ela se levantou e esticou a mão, mas o homem não a cumprimentou, ele virou as costas e disse - "Venha comigo" - Monique olhou em volta, mas ninguém estava prestando atenção, então ela fez o que foi dito e seguiu o homem.

Na sala no fim de um logo corredor, o homem sentou-se atrás de uma mesa grande e olhou para a mulher de cima a baixo, e esse olhar ela conhecia bem, mas ela não sabia por que estava sendo avaliada aqui, - "O que eu posso fazer pelo senhor..." - ela fez uma pausa esperando que ele dissesse seu nome, mas notou a placa na mesa que dizia: 'Pether Krause, diretor de criação' esse era o chefe da chefe dela.

"Senhor Krause" - Ela ficou de pé enquanto o homem não falava, era estranho, mas era seu primeiro dia e ela não poderia ser o luxo de ofender o chefe. De repente ele se levantou e andou até uma janela de vidro do chão ao teto, eram assim a maioria das janelas desse edifício, Monique pensou que foi projetado por um homem, essas janelas sempre fazem eles sentirem que são mais poderosos do que realmente são.

"Eu vi o seu trabalho e me parece que você é uma ótima profissional, então eu espero não ter problemas com isso, e já que você é nova na empresa e na cidade..." - O homem se virou e Monique sabia o que aquele olhar queria dizer - "Fique a vontade para me procurar se precisar de alguma coisa" - Ele se aproximou e parou bem na frente dela, mas ela não se moveu.

Ela abriu um sorriso gracioso e o tom de voz se transformou em algo suave como uma brisa de verão - "Eu tenho certeza de que posso lidar com o trabalho, mas é ótimo saber que posso contar com o apoio do homem no comando".

Monique saiu de lá exausta, por sorte não era difícil para ela lidar com esse tipo de homem, que tem um poder fictício e acha que todas as mulheres ao redor dele são inferiores.